O advogado Renê Ariel Dotti, assistente de acusação em nome da Petrobras, disse que há uma “cadeia de provas irresistível” contra o ex-presidente Lula e que a Petrobras foi “vítima de uma organização criminosa sofisticada e profissional”, repetindo as palavras do juiz Sérgio Moro. Em sua participação no julgamento do recurso do petista contra a condenação, o jurista evitou entrar nos detalhes da denúncia contra o petista e centrou fogo no esquema de corrupção da Petrobras, o chamado petrolão.
“O processo revela duas ilhas de um grande arquipélago de ilicitudes. A corrupção e a lavagem de dinheiro nesse caso notório estão atreladas a uma cadeia de provas irresistível à mais simples das lógicas”, defendeu.
Ariel Dotti isentou a Petrobras de responsabilidade nos desvios cometidos por seus dirigentes. “Foi uma organização sofisticada e profissional. Por isso, desembargadores, a empresa não poderia sozinha desvendar, resistir a uma complexa e inusitada associação. Havia audácia nas iniciativas e eficiência no sigilo. Não era possível prever, no caso concreto, o que era imprevisível”, argumentou.
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Professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o advogado citou providências que, segundo ele, foram tomadas pela estatal assim que foi revelado o esquema de corrupção. “A Petrobras, ao tomar conhecimento do fato, investiu em mecanismos internos e prestou colaboração desde o início das investigações. Respondeu mais de 500 pedidos de investigação, ampliou a transparência e o controle”, disse. Mesmo sem citar o nome de Lula, Ariel Dotti defendeu a condenação dos acusados de desviar recursos da estatal: “Há uma absoluta necessidade do povo brasileiro”.
Acompanhe ao vivo o julgamento de Lula no TRF-4:
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