Dois deputados que se envolveram em polêmicas no ano passado foram os campeões de faltas sem justificativa em 2013: o primeiro colocado foi Adrian Mussi (PMDB-RJ), um dos personagens da chamada farra do cotão, revelada pelo Congresso em Foco; atrás dele ficou o agora ex-deputado presidiário Natan Donadon (ex-PMDB-RO).
Natural de Macaé, Adrian não apresentou justificativa para 21 das 46 ausências que acumulou no ano passado. O deputado compareceu a pouco mais da metade dos 113 dias com sessões destinadas a votação na Câmara. Registrou presença apenas 67 vezes. No caso de Donadon, 19 faltas ficaram sem justificativa no período em que ele exercia o mandato e começava a cumprir a pena de 13 anos de prisão no Complexo Penitenciário da Papuda. O ex-peemedebista teve outras nove faltas justificadas.
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Veja a lista: os deputados com mais faltas injustificadas
Por meio de sua assessoria de imprensa, Adrian afirmou que várias dessas faltas foram lançadas em dias em que ele estava na Câmara, em outros compromissos, inclusive recebendo prefeitos no gabinete. E como é dado um prazo, pelo regimento interno, de dois meses para lançar anotações de presença e justificar faltas, ele diz que essa quantidade de ausências não explicadas será reduzida. Até agora, porém, isso não ocorreu.
No ano passado, o deputado foi um dos personagens da farra do cotão. Como mostrou o Congresso em Foco, ele alugava dois veículos de uma empresa sem sede, de Macaé, criada quatro meses antes por uma subordinada da irmã dele. Entre 2012 e 2013, o parlamentar desembolsou quase R$ 80 mil com a locadora DCS. A despesa foi custeada pela Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) da Câmara, o “cotão”. O caso dele e de outros 19 congressistas é analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O peemedebista argumenta que alugava os únicos veículos da empresa. Mas funcionário da firma negou à reportagem que Adrian era cliente da locadora.
Papuda
Se Adrian promete ainda abonar faltas, a mesma sorte não terá Natan Donadon. Condenado por desviar R$ 50 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia em outubro de 2010, Donadon só foi parar atrás das grades em 28 de junho de 2013. Voltou ao plenário no dia 28 de agosto, quando convenceu a maioria dos colegas de que poderia ser o primeiro deputado presidiário do país. Nesse período, acumulou 19 ausências não justificadas.
Com a absolvição por seus pares, o rondoniense preservou os direitos políticos como deputado, mas, por não ter como deixar o presídio para ir ao Congresso, teve de ceder seu gabinete ao suplente Amir Lando (PMDB-RO). No dia 12 de fevereiro, Donadon foi cassado em votação aberta, sem nenhum voto favorável.
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