A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) resolveu adiar para a próxima terça-feira (7), às 10h, a sabatina do economista Ilan Goldfajn, indicado pelo presidente interino Michel Temer para assumir o comando do Banco Central. Com a leitura do parecer do relator da indicação, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), realizada na sessão de hoje (31), a sabatina estava prevista para ocorrer amanhã (1º). No entanto, a presidente da comissão, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), decidiu conceder o prazo de cinco dias úteis para sanar todas as dúvidas acerca da indicação de Goldfajn antes da arguição.
Na sessão de hoje, Raimundo Lira leu o parecer favorável ao nome do economista para a presidência do BC, porém, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) exigiu que fosse cumprido um intervalo de cinco dias, previsto pelo regimento do Senado, entre a apresentação do relatório e a sabatina do indicado. O senador petista também apresentou requerimento questionando a legalidade da indicação de Goldfajn para o cargo. Para ele, não é possível que a presidência do BC seja ocupada por um dos sócios do Itaú Unibanco, condição que Ilan promete abdicar completamente até o final do dia, com a conclusão das vendas de suas ações na empresa. Lindbergh argumentou que a medida não é suficiente, pois o vínculo do economista com a instituição financeira permanecerá.
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Com o impasse na CAE, a próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana (nos dias 7 e 8), não será presidida por Ilan Goldfajn.
Recurso
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), vai recorrer da decisão da CAE na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Para ele, de acordo com o Regimento Interno do Senado, o prazo para a realização da sabatina de Goldfajn começou a contar na última sexta-feira (27), quando a publicação do nome indicado foi aceito pelo Plenário da Casa, antes de ir para a comissão.
“A oposição do PT já mostrou como vai se comportar: agindo contra qualquer intenção de recuperar a economia do Brasil que eles arrasaram. Estão jogando contra o país e para tal são capazes de atropelar o próprio regimento do Senado apenas para adiar uma indicação. Vamos recorrer desse comportamento irresponsável e antirregimental”, disse Caiado.