O senador Renato Casagrande (PSB-ES), vice-líder do governo, admitiu hoje (12) a possibilidade de que seja feito um acordo para dividir a presidência e a relatoria, entre governo e oposição, da CPI mista que investigará os gastos com cartões corporativos.
Tradicionalmente, os dois postos são ocupados a partir de indicações dos maiores partidos. No caso, a presidência ficaria com um senador do PMDB e a relatoria com um deputado do PT. A oposição, no entanto, tem reclamado que, desta maneira, a CPI poderá ficar comprometida.
"A oposição está pedindo um diálogo para discutir quem ficará com a presidência e com a relatoria. Tenho certeza de que os líderes vão aceitar esse debate para que se faça uma CPI que tenha credibilidade e que defenda os interesses da sociedade brasileira", disse Casagrande.
O senador garantiu, ainda, que não há um acordo para poupar o presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Os presidentes não têm cartões corporativos, mas os gastos feitos por seus assessores serão investigados. Além disso, se for constatada a existência de gastos irregulares, nenhum acordo conseguirá ser mantido", argumentou o senador.
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Para Casagrande, o grande diferencial desta CPI em relação às demais que estão abertas na Câmara (CPI do Sistema Carcerário e dos Grampos Telefônicos) e no Senado (CPI das ONGs), que praticamente não saíram da fase inicial, é que o "assunto tratado agora desperta mais interesse". "Como desperta mais interesse, tem mais cobrança. Com cobrança, as coisas funcionam", defendeu Casagrande. (Soraia Costa)
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