O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) rebateu há pouco, da tribuna do Senado, a acusação de que teria avalizado investimentos da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) no resort Costa do Sauípe, na Bahia – negócio que teria gerado prejuízo de R$ 846 milhões à fundação. ACM disse que deu sinal verde para a transação porque considerou um bom negócio para a Bahia. Mas afirmou que, se fosse conselheiro do fundo, não concordaria.
“Foi ótimo para a Bahia (a construção do resort) e qualquer coisa que é bom para o meu estado eu quero. Mas, se eu fosse do fundo, não assinava o contrato”, afirmou. A revista Carta Capital publicou reportagem sobre um dossiê da Previ que acusa o prejuízo acumulado no investimento. O valor supera em quase R$ 70 milhões as perdas apontadas pelo sub-relator Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) que os 14 fundos de pensão investigados pela CPI teriam tido ao investir nos bancos Rural e BMG.
ACM disse que avalizou o contrato de participação da Previ no investimento por solicitação do governador do estado, Paulo Souto (PFL). “Eu era presidente do Senado, estava na ocasião da assinatura e achei por bem assinar como testemunha”, justificou.
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Em seu discurso, ACM criticou a Carta Capital e disse que vai processar Mino Carta, dono da revista. Afirmou ainda que o jornalista é um histórico aliado do presidente Lula e que age como alguém que foi comprado pelo governo. “Mino Carta é um desonesto”, disparou.
O rombo da Previ foi levado a público pela senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) na última quinta-feira (2). No dia, ACM Neto ouvia Luiz Carlos Siqueira Aguiar, diretor-financeiro do fundo, para questionar investimentos suspeitos de irregularidades. Durante a audiência, a petista pediu explicações sobre a transação feita na Costa do Sauípe. Aguiar disse que a aplicação fora feita de forma “incorreta”.