Acusado de ter recebido propina para intermediar a liberação de emendas no Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri (PSDB), o empresário Abel Pereira negou hoje que tenha participado das ações da máfia dos sanguessugas. Abel classificou como “mais uma invenção” a acusação feita ontem por Darci Vedoin, sócio da Planan, em depoimento à Justiça Federal, de que ele teria recebido 6,5% sobre o valor das ambulâncias por cada emenda liberada.
Segundo o empresário, que mora em Piracicaba (SP), cidade administrada hoje por Barjas Negri, não houve depósito algum em sua conta, nem na de pessoas do seu relacionamento. "Essa história de 6,5% não existe", afirmou. Abel, que prestará depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira, é acusado pelos sócios da Planan de ser o elo da máfia das ambulâncias com o governo tucano.
O advogado do empresário, Sérgio Pannunzio, disse estranhar que a apuração do dossiê esteja ocorrendo em duas instâncias distintas: na Justiça Federal de Cuiabá e no inquérito aberto pela PF. "O Abel não é réu no processo que corre na Justiça Federal, no entanto está se produzindo prova contra ele."
Segundo Pannunzio, essa conduta processual não é normal, pois o processo judicial corre em segredo de justiça. "Meu cliente não tem acesso às informações desse processo, o que me leva a suspeitar da isenção com que está sendo conduzido o caso."