Sylvio Costa
O jornalista José Caldas da Costa, que já trabalhou no jornal carioca O Globo e em diversos veículos de comunicação do Espírito Santo, guarda desde a infância a visão de tropas militares passando por sua cidade natal, Alegre (ES), nos primeiros dias de abril de 1967. Trinta anos depois, de novo na região ao subir o Pico da Bandeira, aquela imagem arquivada na memória o intrigou ainda mais.
“Fiquei pensando: o que aconteceu aqui? O que essas pessoas passaram aqui? O que elas queriam? Desci e coloquei mãos à obra. E ela nasceu, finalmente, dez anos depois”, conta ele. Nasceu, dando forma a Caparaó: a primeira guerrilha contra a ditadura (Boitempo Editorial). Trata-se de livro fundamental para todos que desejam compreender um capítulo tão importante quanto pouco conhecido da história dos movimentos de resistência contra a ditadura imposta ao país entre 1964 e 1985.
Para reconstituir a guerrilha do Caparaó, Caldas, 47 anos, viajou pelo Brasil afora com o objetivo de localizar e entrevistar os participantes daquele que foi o primeiro movimento armado contra o regime militar. Acumulou mais de cem horas de gravação, além de ter consultado dezenas de livros. Aliou, portanto, o interesse quase sentimental pelo tema com o cuidado do pesquisador minucioso e paciente.
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Neste momento em que a turbinada máquina nacional de escândalos parece operar a pleno vapor, a ponto de levar alguns a defenderem o fechamento do Congresso e a questionarem a utilidade dessa bobagem a que chama de democracia, é bastante oportuno conhecer ou relembrar o que foram os tais anos de chumbo.
Em texto produzido para o Congresso em Foco, José Caldas conta como a história da guerrilha do Caparaó virou filme.
Clique aqui para ler um trecho do livro.
Matéria publicada em 14.07.2007.