“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu começo saudando V.Exas. e cumprimentando-os pela nossa posse hoje.
Eu não poderia deixar de iniciar minhas palavras, cumprimentando aqueles partidos que nos deram sustentação, para que pudéssemos apresentar o nosso bloco de mudança, de trabalho. É um bloco que representa a ética, através dos nobres Parlamentares do PSDB, do PPS, do PV. Também agradeço a honra que me foi dada pelo meu partido para me apresentar. Ao PSB, registro os meus agradecimentos na pessoa do nosso Presidente, que está aqui, Carlos Siqueira.
Eu gostaria também de saudar os nossos concorrentes: o Deputado Chico Alencar, grande poeta e amigo, que alguns dizem estar marcando a posição, mas está colocando a sua ideia sobre o que pensa nesta Casa, aqui no Parlamento; o Deputado Arlindo Chinaglia, do PT de São Paulo, que também traz a representação do Partido dos Trabalhadores e junto a ele os partidos que o apoiam; o Deputado Eduardo Cunha, que representa o bloco maior apresentado e, em função disso, as pessoas julgam ser aquele que causa um pouco mais de efervescência nesta discussão e neste processo.
Gostaria de cumprimentar todos os colegas Parlamentares e, já de início, pedir o apoio e o voto, que vamos colocar ali para transformar o Parlamento brasileiro.
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Há um ditado chinês, Srs. Deputados, diz que três coisas não voltam atrás: a palavra dada, a flecha lançada e a oportunidade perdida. Suspeitaram que eu pudesse estar aqui, disseram mais uma vez que a nossa presença aqui poderia não acontecer.
A oportunidade perdida em 2013, quando tive um grande apoio dos colegas que aqui estão, faz-me ter orgulho de voltar e dizer que a palavra dada naquele dia, hoje, será repetida para que a gente possa chegar ao segundo turno e ganhar a eleição pelo bem do Parlamento brasileiro.
PublicidadeHá 15 anos, Srs. Deputados, eu cheguei a esta Casa, advogava em Minas Gerais. E, ao iniciar minha carreira política, eu troquei minha opção profissional e deixei de advogar. Hoje, sou só político e exerço com muita honra essa posição política, porque ela não é desmerecedora das nossas atividades.
Reconheço que temos Deputados aqui que são políticos e médicos — e continuam exercendo as suas funções —, políticos e professores, políticos e servidores públicos. Eu reconheço todas essas posições. Agora, aquele que muda de posição, que faz uma opção clara pela vida pública, que vem aqui, como qualquer cidadão,recebe salário e vive desse salário, viaja de avião de carreira e vive como qualquer cidadão comum, que sofre com a volta da inflação, que sofre com o aumento da carga tributária, é com esse sentimento que eu me tornei hoje uma pessoa que pratica a política, um cidadão que faz a política e, ao fazê-la, tenho que fazer com denodo e com dedicação que me é devida.
Nós precisamos romper este conceito de que atividade parlamentar é algo espúrio, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Não o é! É honroso se nós a fazemos para que possamos elevar o nosso sentimento a quem verdadeiramente representamos.
Ruy Barbosa — o maior exemplo da Velha República que já passou por esta Casa, poeta, professor e político baiano — dizia o seguinte, Deputado Paulo Magalhães: que há uma diferença profunda entre política e politicalha. A politicalha é a malária dos povos que a praticam e fazem; a boa política é saudável, mas deve ter como norte bússola e, acima de tudo, direção à condução ética, à moral elevada e aos valores estimados.
O que nós representamos nesta Casa, Srs. Deputados? Aqui chegam mais de 43% de Deputados que trazem das ruas esse sentimento de mudança. São 43% de Deputados, e em 2013, Deputado Jutahy, eu disse isto aqui: vamos ficar alerta ao sinal que vem das ruas.
Agora, em 2015 — eu repito — o sinal já veio. Os novos que aqui estão se misturam com os reeleitos em um sentimento que vale para todos nós, que vale para os novos e vale para os Deputados que foram reeleitos. Se nós não mudarmos as nossas práticas dentro da Casa, se esses que trazem das ruas o sentimento de mudança, efetivamente, não praticarem, neste momento da escolha da condução da Casa, nós podemos estar sendo mudados em 2018, tanto os novos, que chegam agora quanto os reeleitos que permaneceram na Casa.Façamos com a responsabilidade daquilo que o Parlamento nos trouxe como sinal das ruas do povo que representamos.
Nós temos várias propostas a discutir na Casa, foi dito pelos adversários. Eu tenho aqui, viajei — e peço atenção aos nobres Deputados novos e aos reeleitos. Tive a preocupação, para os lugares que tive oportunidade de ir, Srs. Deputados com os anseios do povo brasileiro. Peguei o discurso dos últimos 4 Presidentes eleitos na Casa. Estão aqui — quem quiser, está mão. Nós últimos 4 discursos sabem qual era a palavra chave? Independência, construção do Anexo 5. São práticas que afastam o povo brasileiro, pois isso não interessa ao povo brasileiro, mas nos interessa.
A construção do Anexo 5 depende de tempo — e nós não podemos enganar os Deputados, nós não podemos enganar os novos — porque uma obra dessa não será feita em 2 anos.
Foi o presidente Arlindo Chinaglia que conseguiu a negociação com o banco para que nós tivéssemos o recurso para construir. Só que não há espaço físico, Sras. e Srs. Deputados, não há espaço físico! É preciso haver autorização da Fundação Niemeyer para que isso aconteça em Brasília. Não vamos achar que isso é uma coisa que se consegue da noite para o dia. Esse não é um presente que está sendo dado para os Deputados. Vamos parar com essa demagogia de independência sendo dita no discurso e não sendo feita na prática. (Palmas.)
Foi dito aqui que o PT exerce o poder central e não poderia exercer o poder aqui na Câmara. Ora, o PMDB exerce a Vice-Presidente da República e acabou de eleger o Presidente do Senado. Será que nós não podemos compartilhar essas ações entre os outros partidos? (Palmas.) Será que não seria mais salutar não haver a hegemonia dos partidos da Presidente e do Vice-Presidente da República? O meu partido, o PSB, por uma decisão clara, fez a proposta pela independência para que nós pudéssemos estar atentos ao que vem por aí, sem exigir cargos, sem participar do Governo com aquilo que nos é necessário.
E pergunto mais, pergunto aos colegas Deputados: quanto vale a Presidência da Câmara dos Deputados?
Talvez muito mais do que está sendo gasto na campanha para Presidente, talvez muito mais. Mas o que está sendo gasto na campanha para Presidente possa fazer com que o custo dessa campanha seja pago na frente, e muito caro, por todos nós. Preocupemos com isso. Nós temos aquilo que é colocado para poder chegar ao poder nesta Casa. O orçamento impositivo não pode estar desentranhado, desligado da proposta do Deputado Amin, que é a questão do contingenciamento proporcional.
Não adianta se aprovar o impositivo e o Executivo fazer o contingenciamento que a emenda não será liberada, porque o Governo fala que não tem dinheiro. Tem que estar vinculado ao contingenciamento proporcional, para que a dotação dos Ministérios seja vinculada à dotação que a Casa apresenta.
Isso é questão de se falar a verdade. Eu não posso oferecer para um Deputado que chegue a esta Casa uma Comissão, titularidade de Comissão, suplência de Comissão, até porque todos têm direito a ela. Parem de enganar os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas! Isso édo processo. Todos os Deputados têm direito à Comissão. E os partidos fazem arranjos para que todos possam trabalhar nas Comissões Permanentes. É igual a um trabalhador que vai ser contratado e é dito a ele que vai ser pago o décimo terceiro. Esse já é um direito. Os Parlamentares já têm esse direito. Não votem presos a isso.
Para finalizar, parodiando o meu amigo Chico, Deputado Chico Alencar, eu gostaria de usar uma frase, um dito de um poeta mineiro:
Eu sou mineiro, sou de Minas Gerais, terra de Guimarães Rosa, que acreditava que a volatividade das circunstâncias pode ser vencida com único atributo que invoco o íntimo de V.Exas.
As Palavras do poeta: O correr da vida embrulha tudo; a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.
Podemos, Sr. Presidente, ter a coragem de vir aqui de novo, junto aos colegas, pedir novamente o voto e o apoio para que a gente possa ir para o segundo turno e vencer as eleições.
A Câmara dos Deputados pode e precisa voltar ao seu centro da classe política. Nós temos o dever e a condição de fazer ou escolher o Presidente.
E eu queria, por último, fazer uma homenagem a meu grande Presidente e amigo Eduardo Campos que, na véspera do falecimento, disse que nós não podemos desistir do Brasil. Nós não podemos desistir do Brasil!
Agora, este eleitorado, qualificado que tem de homens e mulheres, de Deputadas e Deputados, nós não podemos desistir do Parlamento brasileiro. Compete a cada um fazer essa diferença na eleição.
Muito obrigado, Deus abençoe a todos. Peço o voto de todos.”