Congresso em Foco – O senhor disse que está tentado a cair na rede. Vai sair do PT?
Eduardo Suplicy – É porque a Marina e a Heloisa são pessoas com quem tenho grande afinidade. Mas, ao mesmo tempo, me sinto como tendo realizado uma decisão de vida de estar no PT. De minha parte, não vou realizar ações para me incompatibilizar com os anseios maiores do PT, que são os mesmos que me fizeram ser convidado a fundar em o PT em 10 de fevereiro de 1980. Continuo sempre a defender os propósitos que me fizeram ingressar no PT.
A Rede não pode ser surpreendida pelas armadilhas em que o PT caiu?
Pode acontecer, a vida política muitas vezes leva a problemas sérios. Mas espero que não, por isso que vim aqui [no lançamento de Rede Sustentabilidade], para dar força.
Marina e Heloisa são duas ex-petistas que se desfiliaram porque, no conceito delas, o partido se corrompeu. O PT corre o risco de virar um DEM em termos de dissidências de seus quadros históricos?
Por isso eu quero insistir com o PT sobre a aprovação dessas medidas de democratização, como o processo de escolha dos candidatos, e também a transparência, em tempo real, das contribuições ao partido. Obviamente, também o compromisso de se utilizar os recursos contabilizados. Acho que o PT precisa aprender as lições com os problemas que aconteceram.
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Mas o povo brasileiro via entender essas mudanças internas?
Temos de mostrar isso claramente ao povo, que nós aprendemos com os problemas havidos, e estamos dispostos a caminhar corretamente.
Então o senhor se mantém no PT para evitar que o partido vire um DEM, que não corra o risco de ir se extinguindo aos poucos…
Espero poder contribuir ainda para o fortalecimento do PT. Eu acredito que isso possa ser uma meta realizável. Tenho a convicção de que não [o partido perca forca]. O PT veio pra ficar.
“PT precisa aprender as lições”, diz Suplicy
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