Roseann Kennedy
Os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto usarão táticas distintas na semana de estréia na propaganda eleitoral gratuita. No ar, veremos a candidata do presidente Lula, o gestor experiente de origem humilde e a candidata da terceira via, respectivamente Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).
As estratégias são confirmadas pelas equipes dos presidenciáveis, que sabem a importância da primeira impressão. Então, cada um tentará trabalhar com a munição que tem, mas sem partir para o ataque de fato, pelo menos por enquanto.
Os três candidatos abrem a propaganda gratuita frente ao cenário que construíram nos últimos meses.
Dilma Roussef com a imagem à sombra do presidente Lula passou à frente nas pesquisas de intenção de voto. José Serra sente o peso da série de erros políticos cometidos na pré-campanha e que lhe renderam a perda da liderança na disputa. Marina Silva não conseguiu construir alianças e ficou sem espaço.
Neste cenário, todos apostam num peso decisivo do horário eleitoral. Os petistas consideram possível ganhar em primeiro turno. Os tucanos esperam reverter os dados. Os verdes crêem na conquista do público jovem.
O PT, que tem sua candidatura totalmente amparada na popularidade de Lula, vai explorar o vínculo de Dilma com o presidente. Mas com cuidado para não ofuscá-la. No núcleo petista, o entendimento é de que Lula precisa apresentar sua candidata, mas não aparecer demais, porque é a imagem de Dilma que precisa ser consolidada.
Para a campanha petista, o programa começa num ambiente mais tranquilo que o do adversário. E como é dela o maior tempo na TV, haverá espaço suficiente para explorar cada um dos temas desejados: biografia, participação no Governo, propostas. Tudo com o objetivo de garantir vitória no primeiro turno.
O PSDB vai apostar na biografia de José Serra. Mostrará a infância pobre e a aproximação dele com pessoas beneficiadas com projetos de sua autoria no governo federal e em São Paulo. Também vai comparar o currículo dele com o da principal adversária, mas evitará tom agressivo. Serra conduzirá o programa.
Um ponto em comum que os publicitários tentarão dar às campanhas de Serra e Dilma será a tentativa de humanizar a imagem dos candidatos. Porque, além de mostrar características do “produto eleitoral”, o candidato, uma das maiores apostas é no emocional. Porque o afeto, na propaganda, foge à lógica e aproxima mais o eleitor.
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