O candidato da oposição na disputa pela presidência da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), criticou o assédio dos ministros pouco antes das eleições desta quarta-feira e afirmou que, ao contrário do governo, não pode oferecer cargos em ministérios, verbas de emendas ou outras vantagens. “Mas tenho um imenso amor pela Câmara e ofereço o resgate da dignidade", afirmou. Nonô foi o primeiro a discursar na sessão em que será definido o novo presidente da Casa.
No fim do discurso, Nonô pediu explicitamente os votos do PP, do PTB, do PL “e, se possível, do PCD, Partido da Câmara dos Deputados”. O pefelista disse que não será o presidente da oposição ou do governo, mas um "magistrado", que se conduzirá com independência. "Não serei o condutor, mas sim conduzido pela vontade dos outros 512 deputados", reforçou.
Nonô utilizou também, a seu favor, a principal arma do governo para tentar eleger o candidato do Planalto, Aldo Rebelo (PCdoB-SP): as emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União (OGU) de 2006.
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“Bastou ter um candidato que não estivesse do lado do governo para que eles liberassem R$ 500 milhões em emendas. Se eu ficar na presidência, então serão mais R$ 500 milhões, mais R$ 500 milhões, mais R$ 500 milhões…”, afirmou o parlamentar. As emendas parlamentares foram liberadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira.
Nonô agradeceu os 182 votos que recebeu no primeiro turno, responsáveis por colocá-lo na disputa pela presidência contra Aldo. Desafiou o candidato do governo e afirmou que, na primeira votação, já saiu vitorioso na disputa. “Os votos que recebi (no primeiro turno) me fazem o ganhador dessa disputa. Sou o candidato mais velho e o que tem mais mandatos”, afirmou Nonô, referindo-se aos critérios de desempate previstos no regimento da Câmara. “E se empatarmos no segundo turno, ganho de novo”, enfatizou.