A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, disse que o país está sendo reconstruído e sobreviverá à grave crise política que enfrenta. Em conversa com jornalistas na noite dessa sexta-feira (19), a ministra afirmou que sua esperança está depositada nas novas gerações e que o Brasil demonstra “maturidade democrática” ao enfrentar os “percalços” das “intempéries”. No futuro, segundo ela, o atual momento será visto como uma “passagem”.
“O país sempre vai sobreviver, porque o país é o povo. E o povo, o ser humano, tem o instinto de vida muito mais forte que o de instinto de morte. As gerações, eu acredito muito que vão vir coisas e pessoas boas, depois que a gente já tiver ido embora, e que vão lembrar isso como uma passagem”, declarou a presidente do Supremo.
Leia também
Um dos nomes cotados para uma eventual eleição indireta, Cármen afirmou que está feliz por poder cumprir sua missão no Judiciário. “Estou no lugar que eu tenho a obrigação constitucional de estar e estarei com muito gosto. Fui muito honrada de ter tido oportunidade de ser juíza, me sinto muito bem na magistratura e, se Deus quiser, até o último dia que eu estiver aqui.”
A ministra evitou se pronunciar diretamente sobre as revelações da delação da JBS, que atingem o presidente Michel Temer e algumas as principais figuras da política nacional, como os ex-presidentes Dilma e Lula e os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), entre outras.
“Preocupada com o Brasil nós estamos o tempo todo. O papel do Poder Judiciário, no que a democracia ajudar, nós estamos fazendo, temos que continuar, as instituições estão funcionando, o Brasil está dando uma demonstração acho que de maturidade democrática. Os percalços fazem parte das intempéries”, disse.
PublicidadeCármen também admitiu a possibilidade de dar mais estrutura ao relator da Lava Jato, Edson Fachin, devido ao volume gigantesco de informações da nova delação: “Na medida da demanda dele, a administração atende. Eu sempre fico no aguardo do relator, deste e de qualquer processo. Nós não temos os dados, que só o relator tem”.
Temer perdeu a capacidade de presidir o país, concordam lideranças do governo e da oposição