Fábio Bispo, de Porto Alegre
Especial para o Congresso em Foco
Logo após o fim do julgamento do recurso do ex-presidente Lula, em Porto Alegre, que por três votos a zero ampliou para 12 anos de prisão a sentença do juiz Sérgio Moro, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) anunciou que o PT reafirmará a condição de Lula como candidato à presidência em 2018.
Pepe, que foi ministro nos governos de Lula e Dilma, lembrou que “inúmeros candidatos condenados registraram campanha e ganharam”, como disse, afirmando que com o ex-presidente não será diferente. “A legislação brasileira garante que ele pode registrar sua campanha. Óbvio que é uma disputa de recursos, embargos e coisas do gênero, mas ele vai disputar a eleição”, declarou. O partido não informou se haverá ato nesta quinta-feira, ou se Lula participará de alguma mobilização que confirme sua candidatura.
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A mobilização, que estava concentrada nas imediações do TRF-4, para acompanhar o julgamento do recurso de Lula, acabou se desfazendo por conta da forte chuva e nenhum ato foi realizado após a decisão dos desembargadores.
“Vamos ratificar a candidatura do Lula amanhã [quarta]. Vamos recorrer de todas as decisões e vamos registrar a candidatura dele. Lula será candidato”, disse o deputado gaúcho. Para o partido, a mobilização dessa terça-feira (23), em Porto Alegre, com a presença do ex-presidente e demais lideranças da esquerda foi um “termômetro” de que, mesmo diante da iminência de ser preso, Lula ainda tem forte adesão entre a esquerda. Segundo a organização, mais de 70 mil pessoas participaram do ato na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre.
PublicidadeNo início desta noite a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o partido não aceitará “passivamente que a democracia e a vontade da maioria sejam mais uma vez desrespeitadas” e confirmou que o nome de Lula será aprovado na convenção do partido, marcada para o meio, mas que deve ser antecipada após o julgamento desta quarta-feira. O registro da candidatura, de fato, só poderá ocorrer em 15 de agosto.
“O dia 24 de janeiro de 2018 marca o início de mais uma jornada do povo brasileiro em defesa da democracia e do direito inalienável de votar em Lula para presidente da República”, diz a nota.
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