A senadora Kátia Abreu (s/partido-TO) divulgou, na noite desta quinta-feira (23), uma nota sobre sua expulsão do PMDB, anunciada mais cedo hoje. A sigla decidiu expulsar a senadora após o conselho de ética do partido concluir que ela violou o código de ética do PMDB. Para ela, sua expulsão foi impulsionada por sua defesa de posições que desagradam o governo e recusa a “cargos, privilégios e regalias”.
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Na nota, Kátia lembra que a mesma comissão de ética que a expulsou até hoje não “ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o país”. O PMDB mantém em seu quadro partidário políticos presos, como Eduardo Cunha, condenado a 14 anos na Operação Lava Jato, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
O parecer pela expulsão da senadora foi aprovado por unanimidade pelo colegiado do partido. Kátia foi ministra da Agricultura do governo Dilma entre 2015 e 2016 e se tornou uma das principais apoiadoras da petista durante o processo de impeachment, que considera um golpe. A indisposição do partido com a senadora crescia desde então.
PublicidadeSegundo a senadora, sua expulsão se deu justamente por sua defesa de posições contrárias ao governo de Michel Temer (PMDB). “Fui expulsa exatamente por não ter feito concessão à ética na política. Fui expulsa por defender posições que desagradam ao governo. Fui expulsa pois ousei dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder”, afirma a nota à imprensa.
Ao comunicar a decisão por meio de nota, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo e presidente do PMDB, afirmou que o partido acataria a decisão imediatamente e que “a medida demonstra nova fase de posicionamento do partido”.
Leia a íntegra da nota da senadora Kátia Abreu:
“Nota da Senadora Kátia Abreu sobre sua expulsão do PMDB
A comissão de “ética” do PMDB decidiu pela minha expulsão do partido de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.
Fui expulsa exatamente por não ter feito concessão à ética na política. Fui expulsa por defender posições que desagradam ao governo. Fui expulsa pois ousei dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder.
A mesma comissão de “ética” não ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o país.
Fiquei no PMDB e não saí como queriam. Fiquei e lutei pela independência de ideias e por acreditar que um partido deve ser um espaço plural de debates. A democracia não aceita a opressão.
Hoje os membros da comissão de “ética” imprimiram na história do partido que lutou contra a ditadura a mácula do sectarismo e da falta de liberdade.
Ficarei sem partido e vou conversar com a população do Tocantins e com as lideranças políticas sérias do país antes de decidir o que será melhor para meu Estado e o Brasil
Sigo na luta política. Sigo com Ética. Sigo sem medo e firme nos meus propósitos, pois respeito minha família, respeito o povo do Tocantins e do Brasil, que ainda acreditam que esse país pode ser melhor.”
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