Cassado pela Câmara em setembro, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a ser hostilizado publicamente. Ao desembarcar no aeroporto Santos Dumont, no Rio, o peemedebista foi chamado de “ladrão”, “safado” e “golpista” por manifestantes que o esperavam no saguão. O deputado retornava de Brasília, onde ainda tenta reverter sua cassação no Supremo Tribunal Federal (STF). No tribunal, ele é réu em dois processos por corrupção e lavagem de dinheiro e alvo de outros inquéritos da Operação Lava Jato.
“Segurem as bolsas, que o ladrão está saindo aí”, gritou uma manifestante. “Por que está solto? Vem pra cá, ladrão”, provocou outro, enquanto o ex-deputado saía da área de desembarque com um carrinho cheio de malas. Quando o ex-presidente da Câmara aparece no saguão, o homem corre atrás dele gritando: “Chama a polícia, pega ladrão”. Eduardo Cunha ignora o protesto.
Eduardo Cunha disse ao Congresso em Foco que pretende processar os manifestantes caso consiga identificá-los. “É o mesmo grupo da semana passada, liderado pela mesma mulher. Grupo do PT”, declarou. Segundo ele, a mesma mulher liderou protesto semelhante na quinta-feira passada, no mesmo horário e no mesmo local, ao retornar de Brasília. “Mesmas pessoas? Não é por acaso. Exatamente a mesma mulher duas semanas seguidas”, reforçou. “Não pretendo ter segurança. E se identificar (os manifestantes), vou processar”, afirmou.
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Esta não é a primeira vez que o ex-deputado é hostilizado em um aeroporto. No dia 19 de setembro, por exemplo, ele foi atacado verbalmente por uma passageira em um voo do Rio para São Paulo. “Senhor Eduardo Cunha, muito obrigado por roubar o país inteiro, viu? Espero que o senhor apodreça na cadeia. Não é justo a sociedade ter que conviver com uma pessoa da sua figura.” A declaração, registrada em vídeo, foi aplaudida pelos demais passageiros, enquanto Cunha acomodava seus pertences no avião sem esboçar reação.
Dias antes, ao deixar Brasília após sua cassação, o ex-presidente da Câmara foi chamado de “ladrão”, “golpista” e “machista”. Na ocasião, porém, ele também foi tietado por passageiros que o agradeceram pelo impeachment de Dilma e pararam para tirar selfies com o peemedebista.
No último dia 2, um manifestante interrompeu uma entrevista que Cunha dava em sua seção eleitoral para chamá-lo de “verdadeiro palhaço”. “Vai, petista”, respondeu o ex-deputado.