“O Michel… eu contribuí para o Michel. Não quero nem que o senhor comente com o Renan. Contribuí com o Michel para a candidatura do menino. Falei com ele até em lugar inapropriado, na base aérea”, relata Sérgio Machado. De acordo com as informações do Jornal Nacional, o “menino” ao qual Machado se refere é Chalita.
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A revelação deixou Sarney preocupado. “Mas alguém sabe que você me ajudou?”, indaga. “Não, ninguém sabe, presidente”, responde Machado.
O ex-presidente da Transpetro também questiona Sarney sobre a possibilidade de atuação do Temer para evitar que o seu caso chegasse às mãos do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em 2014. Neste momento, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), é mencionado.
“O Renan, eu falo com, eu mesmo falo com ele, mas eu prefiro falar assim com o César Rocha. Prefiro falar com o César. Porque o César Rocha, o César, o César Rocha é que é o nosso cúmplice junto com o Teori. Ele é muito, muito, mas muito amicíssimo lá do tribunal. O César fez muito favor pra ele”, afirma Sarney.
“O Teori era do tribunal do César?”, pergunta Sérgio Machado. “Era. o Teori era do tribunal do César”, enfatiza o ex-presidente da República. Teori e César Asfor Rocha foram colegas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Você acha que a gente consegue emplacar o Michel sem uma articulação […} do jeito que esta […]?”, questiona o ex-presidente da Transpetro, ao que Sarney responde: “Sem articulação, não. Vou ver o que está acontecendo. Vou ao Michel hoje.”
Romero Jucá
Agora conversando com o senador Romero Jucá, que ocupou o cargo de ministro do Planejamento do governo Temer por 11 dias, Sérgio Machado faz menção ao suicídio de Getúlio Vargas, e afirma que Dilma “só tem essa solução”.
“Meu amigo, eu acho que o melhor seria (…). Porque ela continuava presidente. E Michel assumia com liberdade de mudar tudo”, diz Machado. Jucá rebate: “Negociava um ou outro cara aqui que ela quisesse proteger.”
“Isso, proteger no governo. Essa conversa [inaudível] só tem a solução do Getúlio, rapaz. Proteger a família do Lula fazendo um acordo com o Supremo. Não é possível que esses m*** não façam um acordo desses. Sem o Supremo não adianta. Ou corta as asas da Justiça e do Ministério Público ou f***. E quando essa coisa baixar, cortar as asas do Ministério Público”, destaca.
As defesas
O presidente interino Michel Temer respondeu ao Jornal Nacional que não pediu doações a Machado para financiar a campanha de Gabriel Chalita. Temer avalia ainda que nunca se encontrou com Machado em “local inapropriado” e que sequer concorreu a cargos eletivos em 2012. Desta forma, não contou com “nenhuma contribuição” do ex-presidente da Transpetro.
O ex-presidente José Sarney reafirmou que, ao conversar com Sérgio Machado, mantinha uma relação de amizade, e que tentou ajudá-lo ao perceber que o ex-senador cearense estava “em momento de desespero”.