Único nome do PSDB entre os 18 citados pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, como destinatário de doação eleitoral que teve como origem dinheiro desviado na Petrobras, o senador Aloysio Nunes (SP) negou conhecer o empresário. “Não conheço Ricardo Pessoa. Nunca o vi mais gordo e muito menos mais magro”, declarou o senador em nota divulgada nesta sexta-feira (26).
De acordo com a revista Veja, na delação premiada, Ricardo Pessoa contou que repassou R$ 200 mil à campanha de Aloysio em 2010, ano em que o tucano chegou ao Senado com a maior votação da história na Casa até hoje, com mais de 11 milhões de votos. O senador afirma que o valor foi “efetiva e legalmente” arrecadado e declarado à Justiça eleitoral.
“Em 2010, não havia operação Lava Jato e eu, como a imensa maioria dos brasileiros, não tinha conhecimento das relações promíscuas entre a UTC e a Petrobras”, ressaltou. No ano passado, Aloysio foi candidato a vice na chapa encabeçada por Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial. O senador questiona, no texto, a quem interessa envolver um nome da oposição no esquema de corrupção da Petrobras.
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Confira a nota de Aloysio Nunes:
“A quantia mencionada nas reportagens que tratam da delação premiada do ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa, foi efetiva e legalmente arrecadada pelo comitê de minha campanha ao Senado em 2010. A doação foi feita conforme a Lei, consta da prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral, sendo por ela aprovada e está publicada na Internet para conhecimento de todos, há mais de quatro anos. Não tenho, portanto, nada a esconder quanto a esse episódio, tampouco estou sendo acusado de coisa alguma.
Em 2010, não havia operação Lava Jato e eu, como a imensa maioria dos brasileiros, não tinha conhecimento das relações promíscuas entre a UTC e a Petrobras.
PublicidadeNunca fui procurado por Ricardo Pessoa, nem antes e nem depois da campanha, para patrocinar pleitos junto à Petrobras, uma vez que, entre outras razões, é pública e notória a minha frontal oposição ao governo petista, à sombra do qual esse senhor prosperou. Aliás, não conheço Ricardo Pessoa; nunca o vi mais gordo e muito menos mais magro.
Fica a interrogação: a quem interessa, agora, misturar uma contribuição que seguiu estritamente os parâmetros legais (e há muito divulgada na Internet), com toda essa história sórdida, de dinheiro sujo, roubado da Petrobras por essa organização criminosa instalada no topo da empresa pelos governos do PT?”