O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que seu direito de defesa está sendo atropelado com as revelações de que ele é proprietário de duas contas com cerca de US$ 2,4 milhões no banco suíço Julius Baer. Em entrevista a Folha de S.Paulo, o peemedebista se recusou a falar sobre as contas, mas disse que se recusa a deixar a presidência da Casa. Ele disse achar “engraçado” que parlamentares que vogam pela presunção da inocência, agora querem afastá-lo do cargo. “Isso é facismo”, disse ele.
“O meu mandato só pode ser alterado se eu renunciar. E eu não vou renunciar. Não existe impeachment de presidente da Câmara. Aqui (o afastamento) é só sob meu próprio juízo. E eu vou persistir”, disse ele.
Os discursos pelo afastamento do deputado se fortaleceram após a Procuradoria-Geral da República confirmar que o Ministério Público da Suíça encaminhou ao órgão inquérito sobre possível origem ilícita dos recursos depositados no banco europeu. Segundo o relatório, as contas eram mantidas por offshores – empresas fantasmas abertas em paraísos fiscais para lavagem de dinheiro – que tinham como beneficiários finais Cunha, a esposa e uma das filhas do deputado.
Quanto as possíveis contas, Cunha disse que não iria “cair na armadilha de cair nessa discussão” e novamente evitou falar sobre o assunto. “Eu estou sendo execrado por uma divulgação seletiva, vazada de forma criminosa, para tentar me constranger, como sempre.”
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Quanto aos pedidos de impeachment que tramitam na Casa legislativa contra a presidente Dilma Rousseff, Cunha diz não estar jogando com o governo nem com a oposição a possibilidade de analisá-los. “Eu não estou combinando com ninguém. Apesar das minhas divergências com o governo, não tem uma declaração minha a favor do impeachment”, disse ele.
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