A presidente Dilma Rousseff disse não querer “passar para a história como quem não tomou providências” em relação à Previdência Social. A declaração foi dada ontem (16) à noite, em jantar com senadores da base aliada, no Palácio da Alvorada. Segundo o jornal O Globo, Dilma não confirmou se vetará a flexibilização do fator previdenciário ou se sancionará integralmente a proposta aprovada pelo Congresso para, num segundo momento, negociar sua aplicação.
“Para o meu governo não interfere, não me faz perder o sono, mas depois de mim haverá graves problemas. Não quero passar para história como quem não tomou providências”, disse a presidente, de acordo com participantes da reunião ouvidos pelo Globo.
O Congresso aprovou a chamada fórmula 85/95, que estabelece que, para se aposentar recebendo os proventos integralmente (obedecido o teto de R$ 4.663,75 da Previdência Social), os trabalhadores têm de somar o tempo de contribuição e a idade até atingir 85, para as mulheres, e 95 para os homens.
Segundo o jornal carioca, senadores que participaram do encontro com a presidente avaliam que ela decidirá pelo veto e enviará uma medida provisória ou um projeto de lei em regime de urgência, para o Congresso, com uma alternativa à fórmula 85/95, incluindo um gatilho para a expectativa de vida.
Leia também
Além de dez senadores, participaram do jantar o vice-presidente Michel Temer e os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Armando Monteiro (Indústria, Comércio e Desenvolvimento), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Dilma decide nesta quarta-feira se sanciona ou veta a mudança no cálculo da aposentadoria com uma fórmula alternativa ao fator previdenciário. A mudança foi incluída pelo Congresso na Medida Provisória (MP) 664, cujo prazo para sanção vence hoje.