Segundo Araújo, Dilma está confiante em que as possibilidades de impeachment ou cassação não têm fundamentação legal para prosperar. Advogado trabalhista e um dos fundadores do PDT no Rio Grande do Sul, Araújo diz acreditar que, mesmo tendo aceitado um “ajuste fiscal severo”, Dilma não vai aderir sistematicamente à “agenda conservadora” que, por exemplo, permite a flexibilização das garantias trabalhistas.
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Para emplacar uma pauta positiva, porém, Dilma tem de enfrentar as resistências do principal partido aliado, o PMDB – que já anunciou candidatura própria para a sucessão presidencial, em 2018, como o Congresso em Foco revelou em primeira mão em 24 de junho. Para Carlos Araújo, esse problema não é tão grave quanto se tem desenhado. “O PMDB está muito bem no governo. É o aliado mais importante, mas parte substancial do partido já não apoiou a reeleição de Dilma. Não é uma situação nova”, avaliou Araújo.
Ele diz ainda que o adversário de Dilma nas eleições de 2014, senador Aécio Neves (PSDB-MG), investe em uma crise política “artificial” em torno da petista. O tucano se vale da “parceria” com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oposicionista declarado desde 17 de junho, para antecipar um debate eleitoral para desgastar Dilma. O tucano o faz porque, segundo Araújo, sabe que não será o candidato do PSDB à sucessão presidencial de 2018, e sim o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.