Semana passada, assistimos a mais “um despropósito do princípio ao fim”, conforme afirmou a senadora Gleisi Hoffmann ao condenar a detenção de Paulo Bernardo. Para mim foi mais que isso, foi um ato deprimente o desenvolvido pela Policia Federal, a pedido do Ministério Público e com a autorização de um juiz.
Deprimente por tudo o que foi feito e pela maneira adotada. Tudo foi feito para ser explorado o máximo possível pela mídia não com o objetivo de desvendar atos de corrupção, mas para a destruição de honras pessoais e de um partido. Não é verdade que foi feito para combater a corrupção, mas para destruir uma ideologia. Há que destruir os que pensam de forma diferente.
Será que os executores desses atos pensam que as vítimas ou parte da população são burros? Que não vão enxergar que tudo é dirigido contra um único grupo político?
Se é feito para combater a corrupção, como explicam a condução coercitiva de algumas pessoas ao longo da Operação Lava Jato e o fato de não terem conduzido, até o momento, a esposa de Eduardo Cunha para depor? Pior, como o oficial de (in)justiça não consegue encontrar a esposa do deputado afastado para intimá-la a depor?
Sinceramente, será que pensam que parte da população é burra?
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No mesmo dia em que Paulo Bernardo é preso, outros petistas são conduzidos a depor e a sede do PT é invadida em uma operação de guerra, a imprensa divulga uma frase do ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra. Na declaração, ele afirma que tem horror a CPI (comissão parlamentar de inquérito). Como ele tem esse horror, quer acabar com uma (a da Petrobras) e pede R$ 10 milhões para cumprir essa finalidade.
PublicidadeCom quantas CPIs ele acabou? Além dessa, muitas outras terminaram em “pizza”. Menos uma, a do “mensalão”, porque ali começava a ser exposto o viés ideológico e classista de combate à corrupção com o objetivo maior de criminalizar o PT. Ou será que alguém é burro para achar que só o PT fez campanha usando caixa dois? Se todos fizeram, por que só criminalizam um? Ou joga-se mais peso só contra o PT?
Durante o governo do PT (Lula e Dilma), foram dadas liberdade e autonomia para o Ministério Público e a Polícia Federal atuar. Nunca o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi até Curitiba para intervir nos rumos da Operação Lava Jato. No entanto, após a maioria dos ministros interinos do atual governo interino terem sido denunciados ou investigados por corrupção, o atual interino da Justiça vai a Curitiba para se reunir com o juiz Sérgio Moro. O que ele foi fazer lá?
Será que foi até Curitiba só para sentir um pouco de frio, já que Brasília é mais quente? Ou será que foi só para dar uns tapinhas nas costas de Moro, para dar moral ao juiz?
Será que há algum burro que acredita que a operação contra o PT e os petistas foi só uma coincidência após essa visita?
Sei, há aqueles que vão afirmar que a “Operação Custo Brasil” não foi desenvolvida pelo juiz Sérgio Moro. Isto é verdade, mas o próprio Moro já se declarou “cansado” da Lava Jato. Tenho a informação de que, por este cansaço, vai terceirizar algumas ações da operação. Vai passar algumas para outro(s) juiz(es).
Provavelmente, a exaustão de Moro ocorrerá só depois da destruição do PT e de colocar Lula na cadeia, ou condená-lo para torná-lo inelegível.
A Lava Jato iniciou-se com um objetivo justo e necessário: combater a corrupção. Mas desviou-se dele ao ver a oportunidade de destruir o PT. Porém, e sempre tem o porém, as investigações foram impossíveis de serem freadas e, hoje, a maioria das pessoas citadas nas delações não é de políticos ligados ao PT, mas sim ao PP, PMDB e PSDB, e nenhum outro partido está livre. Talvez fique fora algum nanico, porque ainda não deu tempo. Ou será que há algum burro que acha que esses partidos são santos?
Não sou de escrever artigo-desabafo, mas está demais. Somos tratados pelas instituições e pela mídia privada como se fôssemos um bando de idiotas e burros, como se não não tivéssemos a capacidade de pensar.
Se é para acabar com a corrupção, pare com a hipocrisia e trate com respeito senão os bandidos, pelos menos nós, cidadãos e cidadãs.
Sei que há burros nessa história. E, pelo que tudo indica, são aqueles que acreditam na postura isenta de muitas autoridades. Muitas delas agem ideologicamente e com postura em defesa de uma determinada classe social.