“Vocês estão fazendo uma conta que não é a minha. É uma conta econômica, financeira. Estou fazendo a conta do que é justo e do que não é justo”, afirmou Bittar, no início da noite de quarta-feira (20), depois de a Câmara ter decidido reduzir as horas extras dos servidores, mas, em contraposição, aumentar a cota de despesas dos parlamentares e criar mais cargos na estrutura da Casa.
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“É justo receber 14º e 15º salários? Não é. É justo o parlamentar ter a cota de passagens reajustada? É. É justo o funcionário receber hora extra sem ter feito as 40 horas que a lei manda? Não é.”
Bittar entende que os parlamentares “têm de ter condições boas de atuação”, o que demanda gastos. O primeiro-secretário disse que desvios na verba de gabinete – de R$ 78 mil por mês – como as retenções de salários dos funcionários não podem servir para culpar todos os deputados. “Se um parlamentar usa da forma como não deveria, o problema é dele”, afirmou, numa referência a responsabilizar apenas um caso, e não todos os congressistas.
Ele admitiu que o custo do Congresso é “alto”, mas acredita que as medidas tomadas hoje são razoáveis. “Com esse mundo de partidos, com esse fisiologismo desgraçado que está aí, o regime de coalizão é pobre, se conseguirmos as medidas propostas, acho que é o possível”, disse Bittar, membro da oposição.
Luz e água
PublicidadeApesar disso, o primeiro-secretário afirmou que a Câmara estuda um meio de reduzir os gastos com eletricidade. Em vez de comprar energia da estatal de Brasília, a CEB, a compra seria feita no mercado livre. Outra medida potencial é a instalação de filtros na Casa, em vez das garrafas de água mineral que são usadas pelos corredores. “Eu não compro água de litro na minha casa”, disse Bittar.
O tucano ainda defende um mecanismo indireto de austeridade: a repressão à indústria dos partidos. A criação de legendas como o PSD e o PEN, por exemplo, elevou os gastos do fundo partidário e, na Câmara, gerou a criação de mais cargos e comissões. “Virou negócio”, protestou Bittar. Ontem, cobrou da Mesa a votação de projetos que limitam a criação de partidos. A proposta tem resistência em pequenas bancadas, e outras nem tanto assim, como o PCdoB.
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