A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) confirmou nesta segunda-feira (29) que o responsável pela Igreja Quadrangular do Pará, Josué Bengtson, é seu tio. Durante o fim de semana, a Polícia Federal realizou uma operação no aeroporto internacional de Belém que apreendeu quase 300 quilos de maconha em um avião que pertence à igreja. A PF abriu um inquérito sobre o caso.
“A senadora Damares Alves confirma que o ex-deputado federal Josué Bengtson é seu tio. Sobre a operação realizada pela Polícia Federal em Belém, neste final de semana, a senadora tomou conhecimento hoje [29] pela manhã, através da imprensa. Damares Alves entrou em contato com a família e foi informada que a denúncia à Polícia Federal sobre uma carga suspeita carregada na aeronave foi realizada pelos responsáveis pelo avião, ou seja, pela própria Igreja. Em seguida, a Polícia Federal assumiu o caso e tomou as medidas cabíveis. Mais informações poderão ser obtidas com a própria PF”, disse a assessoria da senadora em nota.
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Bengtson é parente e padrinho político da senadora, que foi ministra da Família durante a gestão de Jair Bolsonaro. Foi ele que conferiu o título de pastora da Quadrangular a Damares nos anos 1980. Na década seguinte, Damares trabalhou no gabinete do pastor, então filiado ao PTB do Pará.
Apreensão
A aeronave é utilizada pelo ex-deputado e pastor Josué Bengtson e o próprio filho, que trabalha no governo do estado do Pará e também é ex-deputado federal. A maconha foi apreendida em um hangar de voos particulares do aeroporto no sábado (27).
A Igreja Quadrangular afirma que o homem preso durante a operação da polícia é um prestador de serviço que teria procurado o piloto do avião para fazer um frete para o interior do Pará.
O homem detido após tentativa de fuga teria colocado a carga sem autorização ainda na sexta-feira (26) e a igreja alega que só soube que a carga era maconha após a intervenção da polícia. Os agentes da Polícia Federal receberam informações de que um carregamento de drogas estava planejado para a Petrolina.
Cassação
Na época deputado federal, o pastor Josué Bengston foi condenado em 2018 pela Justiça Federal à perda do mandato. Ele foi processado por enriquecimento ilícito em um esquema de desvio de recursos da saúde no Pará.
Conhecida como a Máfia das Ambulâncias, Bengston também teve os direitos políticos suspensos por oito anos e foi condenado a pagar R$150 mil em multas em função do esquema ilícito.