Ex-presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) diz ter conhecido pessoas que acreditaram no ex-presidente Jair Bolsonaro, se medicaram com cloroquina e acabaram morrendo porque não se vacinaram contra a covid-19. “Se agora ficar realmente confirmado que Bolsonaro, ao contrário do que dizia, se vacinou, a sua hipocrisia assassinou pessoas”, ataca o senador.
Bolsonaro declarou que não tomou a vacina contra a covid-19. Ele chegou a pegar a doença, e afirmou o tempo todo ter se tratado com cloroquina. No período em que ficou isolado no Palácio da Alvorada, chegou a ser flagrado oferecendo uma caixa do medicamento – que não tem comprovação contra a covid – a uma das emas que circulam pelo gramado. Bolsonaro, porém, decretou sigilo sobre o seu cartão de vacinação, sigilo que está sendo quebrado pela Controladoria Geral da União. Na sexta-feira (17), o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Vinicius de Carvalho, afirmou que no cartão de Bolsonaro há o registro de que ele teria tomado a vacina da Janssen.
Segundo o ministro, o documento registra que Bolsonaro teria se vacinado em maio do ano passado, pouco antes da viagem que fez aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, no início de junho. A vacina da Janssen é de dose única.
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“Todo o discurso de Bolsonaro e as suas ações e omissões a respeito da vacina e do combate à pandemia já se constituíam em um crime”, afirma Omar Aziz. “Agora, além de criminoso, podemos dizer que ele é um criminoso covarde, se ele se vacinou às escondidas”.
“Se ele se vacinou, se isso ficar confirmado, estamos diante do maior hipócrita da história”, continua o senador. “Uma hipocrisia criminosa, porque, a partir do que ele dizia, pessoas acreditaram. E morreram por causa disso”.
O senador reforça que o discurso de Bolsonaro não apenas contribuiu para agravar a pandemia de covid-19. Serviu também para reduzir a crença que a população brasileira sempre teve nas vacinas de um modo geral. “Em razão disso, hoje vemos crescer a ameaça de outras doenças que também podem ser controladas com vacina, como a poliomielite e o sarampo”.
Publicidade“Burro chucro”
“Trata-se de um burro chucro, limitado intelectualmente”, ataca Omar Aziz. “E notória a sua falta de sensibilidade. Falta de sensibilidade com a questão ambiental, com a educação, com a ciência. E com a vida das pessoas, como se viu na pandemia”.
“Essa parece ser a índole dele, a sua natureza”, conclui o ex-presidente da CPI da Covid. “Infelizmente, a CPI colheu inúmeros provas, que a Procuradoria Geral da República não permitiu que avançassem. Mas a cada dia se agrava mais a sua situação”. Caso se comprove que Bolsonaro vacinou-se, mais se agravará a sua responsabilidade, considera o senador.