Em cerimônia em São Paulo junto ao governador João Dória, a deputada Joice Hasselmann preencheu sua ficha de filiação ao PSDB, oficializando sua saída do PSL. De acordo com a deputada, a perda de confiança em Jair Bolsonaro e afinidade com os líderes paulistas da legenda foram as principais motivações da mudança. Hasselmann passa a ser a 35ª representante do partido dentro da Câmara.
Joice Hasselmann explica que a ruptura com o Bolsonarismo foi o seu ponto de partida para considerar a saída do PSL e a entrada no PSDB. “Obviamente eu sabia que ele [Jair Bolsonaro] tinha as suas limitações, intelectuais inclusive. Mas eu achava que ele era honesto. (…) Ele pode ter todas as qualidades, mas se não for honesto, acabou. Quando eu descobri que ele não era aquilo que eu pensei, eu comecei a fazer as minhas meas culpas, e conversei com o ex-candidato Geraldo Alckmin”.
Além da proximidade cultivada com Alckmin, a deputada conta já ter mantido contato antes com João Dória. A intenção de defender a candidatura de Dória para a presidência nas eleições de 2022 também motivou sua entrada na legenda. “Com o João a história é diferente, pois temos uma história de antes da política. Temos uma proximidade, uma amizade. Eu sei quem é o João Dória, eu sei como ele trabalha. Por isso mesmo, ele é meu candidato à presidência da República”.
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A parlamentar não teme que a mudança de partido possa comprometer o apoio de seu eleitorado. “O meu eleitor não é necessariamente aquele bolsonarista mais radical, porque eu disputei eleição com um filho do presidente da república. O bolsonarista mais radical é o que votou em Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), não em mim. A minha análise é a de que muitos dos que votaram em mim são aquelas pessoas alinhadas à centro-direita e que estavam querendo algo novo”, ponderou.
O relacionamento de Hasselmann com o PSDB nem sempre foi pacífico, com a parlamentar já tendo tido embates com o falecido prefeito de São Paulo Bruno Covas, no período em que competiam no primeiro turno para as eleições municipais. A deputada afirma que muitos dos ataques direcionados ao até então candidato tucano não foram de autoria dela, mas sim de membros do Gabinete do Ódio vinculados ao PSL, e que a relação entre os dois se tornou próxima no segundo turno.