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Congresso em Foco
7/12/2018 | Atualizado às 14:33
> "Governo não manda no Enem", diz presidente do Inep; Bolsonaro criticou questões do exame
É um cenário angustiante porque observamos o modo como operam, vemos a onda se formar e ganhar força. Em nome da "desideologização", que, na verdade, é, em si, um processo de ideologização e de eliminação da pluralidade de ideias, do debate e cerceamento à liberdade de expressão, desorganiza-se todo o sistema educacional, que tem tantas outras deficiências reais que precisariam ser discutidas e trabalhadas. A cada denúncia, a cada conflito não resolvido pelo diálogo, a cada processo judicial, a cada vez que um professor sentir medo, a qualidade da educação será deteriorada. O projeto da "Escola sem Partido" vai contra os bons princípios de gestão. Em um sistema complexo como é a educação brasileira, com 183.743 escolas, 43.787.195 matrículas da educação infantil ao ensino médio, as mudanças devem ser muito bem pensadas e planejadas de forma horizontal e dialógica junto com as redes de ensino e com todos os sujeitos do processo - educadores, alunos e comunidade - com objetivos muito claros e diálogo aberto com as redes e escolas. Não se faz de cima para baixo, a partir de uma suposta doutrinação que ninguém sabe especificar o que é, qual sua abrangência e como identificar. A marcha da insensatez segue adiante. Nossos representantes no Congresso Nacional, que deveriam ser os primeiros a apontarem os riscos de retrocesso para a educação brasileira com a aprovação do projeto da escola sem partido, estão se esforçando para aprová-lo, manipulando e mentindo à sociedade brasileira. Esse filtro - o Congresso Nacional - não tem funcionado e, por isso, nossa única alternativa é debater esse projeto da escola sem partido de forma ampla na sociedade, mostrando que é um projeto descolado da realidade, não baseado em evidências, não implementado com sucesso em nenhum lugar do mundo e não irá melhorar a educação, pelo contrário, a tendência é ampliar a insegurança de professores, alunos e famílias e piorar a aprendizagem. É imperativo despertar corações e mentes de milhões de brasileiros que se importam com a educação. É um trabalho de formiguinha, de milhões dialogando com milhões, aprendendo, ensinando e construindo confiança. Essas ações serão importantes para evitar que o projeto seja aprovado e, caso seja, para evitar abusos em nome desta lei. * Rogério da Veiga é especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, trabalhou no Ministério da Educação, no Ministério do Desenvolvimento Social e na Prefeitura de São Paulo. [1] https://jovempan.uol.com.br/programas/jornal-da-manha/apos-criticas-a-questao-sobre-dialeto-de-travestis-ministro-reconhece-que-enem-tem-exageros.html [2] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/06/politica/1541536926_746995.htmlMais do autor:
> Política de drogas: por que persistir no erro?
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