Entre esses fascistas está o pastor deputado Marcos Feliciano. Numa fala empolada, em que diz que condena a agressão que a professora sofreu, procura justificar a agressão, e mais, tenta colocar a culpa na professora.
Para bom entendedor basta: sua declaração é, indiretamente, um estímulo à violência.
Corrobora com esses, que hoje detêm o poder, o pouco pensamento crítico da maioria dos jovens. Esta maioria somente pensa o momento em que vive, e para ela o desejo é ter alguma coisa, e não ser alguém. E para ter não precisa estudar.
Entendem que ter é o suficiente para ser. E para ter entendem que não precisam estudar. Basta ser esperto e passar outras pessoas para trás, ou ser violento e, se possível, participar de alguma gangue ou grupo. Para este tipo de pessoa, não há necessidade de ler. Basta ditar algumas mal ajambradas frases no WhatsApp ou escrever qualquer curta frase na mensagem. Entendem que isso é o suficiente para ter.
Se um educador ou educadora exigir um pouco mais – como, por exemplo, pensar, expressar e escrever corretamente – já é uma afronta, já é opressão. Às vezes isso é o suficiente para uma reação violenta.
Não reage à opressão econômica dos poderosos, mas sim ao que entendem como opressão por quem lhe exige algumas leituras.
Segundo pesquisa da Unesco divulgada em 2016, 50% do corpo docente de São Paulo e 51% do de Porto Alegre relataram ter sofrido algum tipo de agressão.
Nada justifica a violência. Ela sempre deve ser repudiada. Não se constrói amor e justiça usando a violência. No entanto, alguns que carregam o ódio no coração comentaram a agressão à professora estimulando mais violência e mais ódio.
Os professores e professoras, ao contrário do meu tempo de criança e adolescência, são hoje totalmente desrespeitados, individualmente e coletivamente.
Desrespeitados por alunos e alunas, pais e mães, e principalmente pelas autoridades. E o maior exemplo foi o do dia 29 de abril de 2015, quando Beto Richa mandou policiais agredirem educadores e educadoras com cassetetes, cães, bombas de efeito moral e balas de borracha.
A professora Marcia afirma estar dilacerada. A sociedade também deveria se sentir assim.
<< Em vídeo, integrantes do governo Richa comemoram ataque a professores