Todos sabem e de tanto se falar, a frase já se tornou lugar comum: a educação é o melhor caminho para solucionar problemas sociais. Está em nossas mãos formular as bases da mudança e garantir uma educação de qualidade para os brasileiros.
Está em curso no Congresso Nacional a análise do Plano Nacional de Educação, PNE, que é decenal e visa projetar o que queremos para os educandos do Brasil na próxima década.
Porém, é preciso lembrar que a educação é um projeto de médio e longo prazo que perpassa governos. Daí, a responsabilidade do Congresso em garantir Políticas Públicas de Estado.
O Brasil avançou muito. Nosso país foi o terceiro que mais evoluiu em educação nos últimos dez anos. Nossas metas estão sendo cumpridas, e um exemplo é a inclusão de crianças especiais que aumentou 493% segundo dados do Censo Escolar. Os indígenas já estão na escola. Agora, nosso desafio é garantir a qualidade do ensino. Contudo, o Brasil tem 3 milhões e 700 mil crianças e jovens de 4 a 17 anos fora da escola. São pobres, moram longe ou são portadores de algum tipo de deficiência. Dos que entram na escola, 95% concluem a quarta série, 79% a oitava série e apenas 58% concluem o terceiro ano do ensino médio. Desses, 29% saem com a aprendizagem mínima em Língua Portuguesa e apenas 11% em Matemática. São dados do Movimento Todos pela Educação.
Mas, o que podemos fazer para acelerar o processo brasileiro de Educação? Aprender com os países que conseguiram essa aceleração. Em 1950, há apenas 61 anos, portanto, a Coréia do Sul estava destruída pela guerra civil, com a maior parte da população na miséria. Um habitante do país em cada três era analfabeto. Hoje, considerado um gigante econômico internacional, Seul pode se dar ao luxo de contar ao mundo que oito em cada 10 de seus cidadãos chegam à universidade.
A virada começou com concentração dos recursos nos primeiros oito anos de estudos. Bons alunos obtiveram bolsas para seguir em frente. E os coreanos se tornaram os melhores alunos do mundo, não porque sejam superdotados, mas porque ficam oito horas por dia na escola. Foi a partir de atitudes como essas que a economia da Coréia começou a crescer, mostrando que a maior matriz do crescimento econômico está nas mentes que um país cultiva.
O Brasil precisa investir mais no Ensino Básico. Com esse entendimento, o ministro da Educação pede que aumente de 5% para 7% o investimento público para educação. Melhorar o ensino básico é mais questão social e política do que financeira.
A mentalidade atual do Brasil paga bem ao aluno que se destaca. É preciso valorizar o professor, tornar a profissão competitiva, para que a carreira passe a atrair, como primeira opção, os mais destacados, as melhores mentes, fazendo com que estas se juntem às exceções do presente e se tornem a regra de qualidade do futuro.
É valorizando os professores que vamos criar uma cultura capaz de atrair o melhor de nossa sociedade para o magistério. Não existem bons alunos sem bons professores. O investimento em escola pública no Brasil pode e deve melhorar. Enquanto isso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,3% do PIB nacional produzidos em 2009 foi gasto com educação privada.
Aluno inteligente não é apenas aquele que tira as melhores notas em matemática e português, mas também aquele que se destaca no esporte, na música, na informática e em outros aspectos da vida. O ser humano é muito mais que português e matemática.
Um homem com boa vontade e determinação através da educação é capaz de mudar o mundo. Vamos construir uma educação brasileira transformadora e capaz de ocupar as mentes para evitar tragédias como a que ocorreu em Realengo, no Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que promova a inclusão das populações indígenas e outras esquecidas por nossa sociedade. O Brasil pede isso. O Brasil precisa de todos nós.
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