A deputada distrital Sandra Faraj (SD) e o suplente de senador do Distrito Federal Fadi Faraj, seu irmão e pastor evangélico da igreja Ministério da Fé, são dois dos investigados na Operação Heméra, da Polícia Federal, que nesta quinta-feira (27) executou oito mandados de busca e apreensão, além de outros quatro de condução coercitiva. Ambos são suspeitos de encabeçar esquema de corrupção que consistia na cobrança de um terço dos salários de servidores comissionados por eles nomeados na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na Secretaria de Justiça e na administração regional de Taguatinga.
Além de Sandra e Fadi Faraj, segundo-suplente do senador Reguffe (sem partido-DF), servidores comissionados do gabinete da deputada na CLDF também são alvo das diligências desta quinta-feira. Autorizada pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a ação judicial foi cumprida por promotores de Justiça do Ministério Público do DF, na investigação conduzida pela vice-Procuradoria-Geral de Justiça do DF. Buscas foram feitas na casa da deputada e em seu gabinete na CLDF. O escritório administrativo da Igreja Ministério da Fé também foi vasculhado por agentes da PF.
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Sandra Faraj é suspeita de fraude de notas fiscais e assinaturas com o objetivo de receber reembolso de até R$ 150 mil, por meio da CLDF. O esquema se valia de serviços de publicidade e informática em tese prestados para seu gabinete na Câmara Legislativa, mas que, segundo as investigações, não foram pagos pela distrital à empresa Netpub LTDA. Trata-se de uma agência de comunicação e tecnologia que funciona em Brasília.
Os dois irmãos também são investigados por ameaça a testemunhas da investigação no Ministério Público. No processo, há o relato de uma reunião secreta convocada em um fim de semana, em um colégio de Brasília, com direito a divulgação de vídeo com as ameaças. No filme, em poder da PF, eles chegam a dizer que vão “destruir as testemunhas”.
Sandra, o irmão e os demais alvos da Heméra são investigados pelos crimes de corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e coação no curso do processo penal. Somadas, as penas ultrapassam 20 anos de reclusão, além de perda dos cargos públicos.
Heméra é a deusa da mentira na Mitologia Grega.
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