O Globo
Conexão com o governo de Goiás
O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, usou sua rede de policiais para obter informações sobre operação da Polícia Federal e vazá-las para a chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Segundo relatório da Operação Monte Carlo da PF, Cachoeira trocou telefonemas e mensagens com Eliane Gonçalves Pinheiro que, como o senador Demóstenes Torres (sem partido), também foi presenteada com um telefone criptografado comprado no exterior para poder falar com o contraventor. Cachoeira usou o mesmo esquema de acesso a policiais para repassar informações sobre ações da PF à construtora Delta.
Num dos trechos das gravações interceptadas com autorização judicial, o contraventor pergunta a Eliane se ela falou “pro maior” (sic). Ela responde que sim, e acrescenta: “Estou com ele aqui. Tá aqui. Imagina como que tava”. Não fica claro se “o maior” é o próprio governador.
A ação em questão foi desencadeada no dia 13 de maio de 2011 com o nome de Operação Apate. O objetivo foi combater um esquema de fraudes contra a Receita Federal nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Minas Gerais. Foram expedidos 82 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão. A Receita Federal havia identificado indícios de que em Declarações do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), apresentadas por prefeituras e outros órgãos municipais, havia informações falsas sobre retenções do imposto de renda. Os operadores do esquema contavam com a colaboração de alguns prefeitos e servidores do primeiro escalão municipal. A estimativa da Receita Federal é que o prejuízo aos cofres públicos tenha alcançado cerca de R$ 200 milhões.
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Antes do telefonema, o contraventor trocou mensagens de texto com a chefe de gabinete de Perillo, informando da ação da PF. O primeiro torpedo ocorreu no dia 12 de maio do ano passado, às 20h16. Ele anuncia: “vai ter busca na casa e prefeitura, ok”. E ela responde: “ok, entendi.” Depois, continua Carlinhos: “somente busca.” E ainda dá conselhos: “pede a ele que tire as filhas de lá.”. Eliane tranquiliza o interlocutor: “elas estão na casa dele em Taguatinga. Vc. acha q eles vão procurar lá tbem? Ele tem as duas residências”. Carlinhos responde: “acredito q não. Uruaçu, Minaçu”, informa, referindo-se a dois municípios onde deveriam se desencadear as ações da Polícia Federal. Depois encerra: “Entendeu? Falou pro chefe?”
Publicidade‘Bem-vindo ao clube Nextel’
O senador Demóstenes Torres (GO) não era o único a usar um Nextel habilitado nos Estados Unidos para manter conversas secretas com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Todos os integrantes da cúpula da organização usavam o aparelho, supostamente à prova de grampo, para falar com o chefe Cachoeira. A existência do “clube Nextel”, uma espécie de distinção dentro da organização, é descrita em conversas do próprio grupo, captadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
Em 28 de junho de 2011, a polícia registrou uma curiosa conversa entre o então chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado da PF de Goiás, Deuselino Valadares, e Gleyb Ferreira da Cruz, um dos sócios de Cachoeira. No diálogo, Gleyb celebra a entrada de Deuselino na lista de VIPs da organização.
– Aí jovem, boa noite, bem-vindo ao clube Nextel (risadas) – saúda Gleyb.
Aparentemente satisfeito com o crescimento, o delegado confirma o ingresso no seleto grupo.
– Bem-vindo ao Nextel clube. E aí ? – diz o delegado.
Na sequência da conversa pelo Nextel, o sócio de Cachoeira diz que estava saindo de uma reunião “maravilhosa” em Brasília.
– Hã! Beleza. Tava roubando aí ou tava fazendo o quê ? – pergunta o delegado.
Na sequência da conversa, os dois falam sobre uma sociedade, lucros e movimentação financeira da Delta. A Polícia Federal descobriu a existência do clube Nextel na Operação Vegas, concluída em 2009 e remetida, desde então, à Procuradoria Geral da República. As investigações, reiniciadas em 2010 na Operação Monte Carlo, confirmaram que, mesmo depois de tanto tempo, o grupo continuava usando o rádio Nextel com a ilusão de que o equipamento era à prova de grampo.
Para evitar expulsão sumária, Demóstenes se desfilia do partido
Para evitar a expulsão quase sumária, o senador Demóstenes Torres (GO) pediu ontem sua desfiliação do DEM e agora ganha mais tempo para analisar a possibilidade de renúncia do mandato, antes da eventual abertura de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado, com reunião marcada para terça-feira.
Em outra frente, Demóstenes deve tentar anular as supostas provas contra ele no inquérito no Supremo Tribunal Federal. Uma das teses da defesa é que a Polícia Federal não poderia ter grampeado suas conversas com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, sem autorização do STF, já que ele tem foro privilegiado. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem, no entanto, que não há qualquer ilegalidade nas apurações da PF porque o senador não era o alvo da investigação, e sim Cachoeira.
– Claro que a defesa tem que procurar socorrer-se daquilo que lhe parece, já que o mérito está cada vez mais complicado.
Alguns integrantes do DEM avaliam que Demóstenes tentará se manter como senador o maior tempo possível, acreditando que o foro privilegiado lhe dará fôlego para obter alguma conquista no campo jurídico, no STF. A esses interlocutores, o senador pareceu disposto a brigar por isso.
‘Que decepção, né?’
A sensação de companheiros de partido e de atuação parlamentar, desde que estourou o escândalo da Operação Monte Carlo, é que o senador Demóstenes Torres (sem partido) perdeu a identidade e não sabe o que fazer agora com um personagem que incorporou nos últimos anos. Os poucos que conseguiram ser recebidos pelo senador goiano recentemente relatam comportamento bipolar, em que ele faz menção a si próprio como uma segunda pessoa. Isolado, mais magro e demonstrando certa frieza, Demóstenes não tem conselheiros políticos. Está se fiando no aspecto jurídico.
Debruçado nos autos do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), se trancou com o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro em busca de uma saída jurídica para tentar manter o mandato, o foro privilegiado e não ser preso.
Lembrando de uma fala de Demóstenes no programa de TV do DEM, em 2011, em que ele diz que o partido não passa a mão na cabeça de corruptos e criminosos, o ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), da Executiva nacional, comentou:
– Demóstenes traiu o próprio personagem que criou, e estamos usando o que dizia o personagem para fazer justiça. Era um problema patológico, de dupla personalidade. Podemos ficar poucos, mas vamos ficar. No partido vão ficar as pessoas coerentes.
Stepan fala em renunciar e deixar a política
Abalado com a repercussão de seu envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ) agora diz que pensa em renunciar ao mandato. O deputado anunciou ainda a desistência da carreira política, não pretendendo mais disputar as eleições para qualquer cargo público. Em entrevista ao GLOBO, Stepan Nercessian disse que, na próxima terça ou quarta-feira, apresentará, na Câmara, as explicações à Comissão de Ética do partido sobre o pedido de empréstimo de R$ 179 mil a Carlinhos Cachoeira.
– Estou analisando com um grupo de amigos do PPS a minha renúncia. Não quero um mandato para me defender. Não quero ficar nesta frigideira por mais dois ou três anos – afirmou Stepan.
O parlamentar disse que foi “ingênuo” ao pedir dinheiro a Cachoeira. Segundo Stepan, R$ 160 mil foram usados para comprar um apartamento porque o banco exigira um comprovante para liberar a quantia. Para não perder o negócio, ele recorreu ao contraventor, mas, ao ter o empréstimo bancário aprovado, dias depois, ele devolveu o montante a Cachoeira. Os outros R$ 19 mil foram gastos para a compra de um frisa na Marquês de Sapucaí para o carnaval deste ano para o próprio Cachoeira.
– Fui muito ingênuo. Não me preocupei com nada. Eu não imaginava que ele (Cachoeira) estivesse envolvido com tanta coisa. Se eu soubesse, jamais pediria o dinheiro – ressaltou o ator. – Estou triste, chateado. Eu não sabia que estava dentro de um esquema desses – completou.
PT e DEM pressionam por abertura de CPI
Por motivos opostos, PT e DEM resolveram ontem elevar a pressão pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar as relações do bicheiro Carlos Cachoeira com parlamentares. O pedido de criação da CPI já havia sido protocolado na semana passada, mas só ontem ganhou fôlego. O PT vê na comissão a possibilidade de atingir um governo do PSDB, já que líderes partidários no Congresso acreditam que o foco das denúncias, que já atingiu um senador e pelo menos cinco deputados, deve se voltar para integrantes do governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo.
O presidente da Câmara, o petista Marco Maia (RS), colaborou para botar lenha na fogueira, ao cogitar novamente a hipótese de instalar a CPI. Mas disse que só decidirá sobre isso na próxima semana, após receber da Procuradoria Geral da República e do Supremo Tribunal Federal dados sobre as investigações da Polícia Federal, que apontam envolvimento de deputados, além do senador Demóstenes Torres.
No Conselho de Ética, PMDB lava as mãos
Sem uma definição da cúpula do PMDB, que tem a prerrogativa de indicar o presidente do Conselho de Ética, nada acontecerá, antes do dia 10, com a representação do PSOL pedindo abertura de processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Como nenhum dos quatro representantes do PMDB no Conselho quer assumir a presidência do órgão, ontem quatro senadores de outros partidos se ofereceram para comandar o processo, mas o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que decidirá sobre o assunto, nem apareceu na Casa.
Ironicamente se ofereceram para presidir o Conselho e acelerar o processo contra Demóstenes, três ex-companheiros que formavam com ele o chamado “Os quatro mosqueteiros”: Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
PMDB diz que vai consultar bancada e Sarney até dia 10
Também se candidatou o senador petista Wellington Dias (PI), mas o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que tem que consultar a bancada e Sarney antes de tomar a decisão. Até lá, Demóstenes ganha tempo para decidir se renuncia ou enfrenta o processo.
PR volta à base após 20 dias ‘independente’
O estilo Dilma Rousseff de governar está deixando os partidos aliados confusos. Ontem, pelo mesmo motivo – um cargo no primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios -, o PR e o PDT assumiram posições contrárias. Mesmo sem emplacar o ministro dos Transportes, depois de meses de espera, o PR desistiu da postura de independente e voltou para a base do governo. Já o PDT, que ainda espera retomar o comando do Ministério do Trabalho, reafirmou a disposição de sair da base aliada e se tornar independente se a presidente não decidir ainda esta semana o futuro da legenda na Esplanada.
A justificativa do PR é a formação de um bloco parlamentar no Senado com o PTB, que é governista. O líder do PR, senador Blairo Maggi (MT), comunicou pessoalmente o fato à presidente Dilma Rousseff, durante uma audiência na manhã de ontem.
Votações para esvaziar investigação
Apesar do clima tenso no Congresso, com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e pelo menos cinco deputados suspeitos de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o Palácio do Planalto quer repetir com a Lei Geral da Copa o sucesso que teve semana passada com a aprovação do novo regime de previdência complementar do servidor público (Funpresp). A ordem da presidente Dilma Rousseff é estimular debates e votações de matérias em tramitação e esvaziar o clima de investigação no Congresso.
Para garantir que isso ocorra, o governo deve prorrogar mais uma vez o decreto que suspende a punição aos agropecuaristas que não estão cumprindo o atual Código Florestal, e que expira na semana que vem. Com isso, dará uma folga para as discussões sobre a votação do código na Câmara, que estava sendo usada pelos aliados como moeda de troca para irem adiante com a Lei Geral da Copa.
Indústria ganha 6º pacote de incentivos para sair da crise
O governo anunciou ontem o sexto pacote de incentivos à indústria desde fins de 2008, quando estourou a crise financeira global. Desta vez, os incentivos somam R$ 60,4 bilhões para ativar a economia e tentar fazer o país crescer 4,5% este ano. Também foi aprovado um conjunto de medidas para o setor automotivo: montadoras que investirem no Brasil e destinarem mais recursos para tecnologia terão uma proteção adicional contra os carros importados. As medidas são gradativas até 2017. Parte da indústria e líderes sindicais receberam o anúncio com ceticismo. Ontem, o IBGE divulgou a produção industrial mensal de fevereiro, que mostra um discreto avanço de 1,3% sobre o mês anterior. No entanto, os números ainda apontam uma retração de 3% em relação a setembro de 2008.
Folha de S. Paulo
PF vê elo entre Cachoeira e gabinete de tucano
Relatório da Polícia Federal diz que a chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), recebeu do empresário Carlinhos Cachoeira informações sigilosas de operações policiais, que foram repassadas para envolvidos, o que prejudicou as investigações, segundo o Ministério Público Federal.
Eliane Pinheiro, que continua a ocupar o cargo de confiança no governo de Perillo, recebeu informações de Cachoeira sobre os alvos da Operação Apate, que investigou, em 2011, supostas fraudes tributárias em prefeituras do interior goiano.
O relatório da PF afirma que Cachoeira trocou uma série de telefonemas e mensagens de texto com Eliane, que seria, segundo conclusão da PF, a responsável por informar o prefeito Geraldo Messias (PP), de Águas Lindas de Goiás, que é aliado de Perillo.
O empresário de jogos ilegais e a chefe de gabinete do governador foram citados em dois relatórios produzidos em 2011 de outra operação da PF, a Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira e integrantes de seu grupo. Foi nessa operação que Demóstenes Torres (ex-DEM) também foi gravado atuando para os interesses do empresário.
Nos relatório, a PF incluiu foto de Eliane com suas informações pessoais, como seu CPF, e telefones (inclusive o funcional) usados para falar com a Cachoeira e integrantes do grupo do empresário.
Segundo a PF, Eliane também usou um rádio Nextel com uma linha habilitada nos EUA. A polícia afirma na investigação que o grupo de Cachoeira acreditava que esses aparelhos eram imunes aos grampos da PF, que, no entanto, conseguiu gravá-los com autorização judicial.
A partir das investigações, o Ministério Público Federal afirma que, em maio do ano passado, Cachoeira causou “prejuízo à administração pública, ao passar informação de que haveria [operação de] busca na casa do prefeito de Águas Lindas para Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete do governador do Estado de Goiás, por meio de mensagens de texto”.
Segundo a Procuradoria, a “baixa efetividade da operação em questão, sendo que o prefeito de Águas Lindas seguramente foi avisado e sequer foi visto nos locais objeto de busca”. Essa conclusão foi antecipada pelo jornal “O Popular”, de Goiânia.
Assessora de Perillo nega acusação; governador diz que não foi informado
A chefe de gabinete do governador Marconi Perillo, Eliane Pinheiro, negou envolvimento no vazamentos de informações para beneficiar um aliado do tucano.
Ela disse que não avisou o prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, da Operação Apate, e que os telefonemas grampeados pela Polícia Federal e o envolvimento dela na investigação estão errados: “Trata-se de outra pessoa”, disse.
Eliane negou ainda que tenha recebido um celular Nextel que, segundo a investigação, era utilizado para tentar escapar de grampos.
Perillo disse que não foi informado sobre o caso. “Não tenho conhecimento de qualquer relação entre ambos [Eliane e o empresário Carlinhos Cachoeira]”, disse.
O prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, disse que de fato conhece Eliane, Perillo e Cachoeira, mas nega que tenha sido informado da operação. Ele afirma que estava fora da cidade durante a operação por conta da formatura da filha, mas que os policiais foram a sua casa e recolheram documentos.
“Não fui avisado e não houve nenhum prejuízo à investigação, inclusive porque foi realizado o mandado de busca e apreensão e eu acabei indiciado por irregularidades ocorridas na prefeitura antes de eu assumir.”
Demóstenes reclama de ‘prejulgamento’ e deixa o DEM
Isolado e sem apoio da cúpula do DEM, o senador Demóstenes Torres (GO), investigado por suas relações com o empresário do jogo Carlinhos Cachoeira, decidiu ontem deixar o partido.
Em carta encaminhada ao comando da sigla, o senador disse que sofreu um “prejulgamento público” pelo DEM, o que o levou a pedir para se afastar dos seus quadros.
Demóstenes negou que tenha cometido “reiterado desvio do programa partidário”, argumento usado para abrir anteontem seu processo de expulsão. Com o pedido de desfiliação espontânea, o rito de expulsão fica automaticamente suspenso.
Demóstenes é investigado pela Procuradoria-Geral da República por favores a Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob acusação de chefiar esquema de jogos ilegais.
Presidente de tribunal elogia Sartori por iniciativa de processar a Folha
Em discurso no Theatro Municipal de São Paulo, na comemoração de sua posse como presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP e MS), anteontem, o juiz Newton de Lucca elogiou o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, pela iniciativa de processar a Folha. O presidente do TJ tem incentivado outros desembargadores a processar o jornal.
De Lucca disse que “todos nós almejamos e preconizamos uma imprensa livre”, mas “há de ser solenemente repudiado” o “jornalismo trapeiro”. Segundo ele, a mídia é “a caixa preta da democracia que precisa ser aberta e examinada”.
Na edição de 28 de março, a Folha revelou que as despesas do evento festivo foram pagas pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil. Os dirigentes do TRF-3 tomaram posse oficialmente em 17 de fevereiro no tribunal. Como a posse ocorreu na véspera de Carnaval, a corte decidiu fazer a comemoração no teatro sem “dispêndio de recursos públicos”.
Após conversa com Dilma, PR anuncia bloco com PTB
A bancada do PR no Senado decidiu ontem formar um bloco partidário com o PTB, o que na prática representaria a volta dos senadores do partido à base de apoio da presidente Dilma Rousseff.
Há um mês, os senadores do PR haviam rompido com o Planalto e anunciado que fariam oposição. A crise começou com a queda de Alfredo Nascimento dos Transportes, em 2011. O partido queixa-se de não ter indicado um nome para substituí-lo.
Dilma socorre indústria com medidas de impacto reduzido
A presidente Dilma Rousseff lançou ontem com estardalhaço um pacote de medidas de reduzido efeito imediato para socorrer a indústria, estimular investimentos e reanimar a economia.
O pacote aliviará em R$ 3,1 bilhões a carga tributária de 15 setores neste ano, liberando para investimentos quantia equivalente a apenas um dia da arrecadação federal em janeiro e fevereiro.
A medida de maior impacto é uma nova injeção de capital no BNDES, o banco oficial que é a principal fonte de crédito para investimentos de longo prazo no país. A instituição receberá R$ 45 bilhões do governo.
O banco, que nos últimos anos recebeu outros R$ 240 bilhões do Tesouro, usará o dinheiro para reduzir suas taxas de juros e oferecer empréstimos de prazo maior.
O Estado de S. Paulo
Governo anuncia pacote de R$ 60,4 bi para produção
O governo anunciou pacote para o setor produtivo que soma R$ 60,4 bilhões e deixou claro que há mais iniciativas a caminho. “O importante não são as medidas que já tomamos, mas as que ainda iremos tomar”, disse o ministro Guido Mantega (Fazenda). Apesar do volume, o pacote e prolongamento do que o governo já vinha fazendo, isto é, desonerações pontuais e medidas para facilitar o crédito. Foram incluídos 11 setores na lista dos que não recolherão mais a contribuição ao INSS sobre a folha salarial e passarão a pagar tributo sobre o faturamento. Os empresários consideraram o conjunto insuficiente. A presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo está fazendo sua parte, ao baratear o crédito do BNDES, e criticou a diferença entre o juro que os bancos cobram nos empréstimos e o que pagam para captar a dinheiro.
Servidor da Pesca, filiado ao PT, pediu que empresa contratada doasse à sigla
O pedido de doação de R$ 150 mil para a campanha do PT de Santa Catarina – cuja principal representante é a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) – feito ao fabricante da polêmica frota de lanchas-patrulha partiu de um ocupante de alto cargo de confiança do Ministério da Pesca. Karim Bacha era o secretário de Planejamento da pasta, enquadrado na faixa de remuneração mais alta da Esplanada, na época em que foi assinado o contrato com a empresa.
Trata-se de um personagem importante na compra de 28 lanchas-patrulha, ao preço de R$ 31 milhões, sem necessidade comprovada e suspeita de licitação dirigida, conforme investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). No início de setembro de 2010, Bacha, que também é filiado ao PT, estava engajado na campanha de Ideli ao governo de Santa Catarina e pediu ao dono da Intech Boating, fabricante das embarcações, uma doação ao partido. A fabricante foi um dos muitos alvos entre o empresariado por parte do servidor que buscava dinheiro para o PT e para a campanha de Ideli.
‘Posso ter conversado com o dono da Intech. Não vou dizer que não’
Sem ter o nome mencionado na auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), o ex-secretário de Planejamento do Ministério da Pesca Karim Bacha foi o mentor da polêmica frota de lanchas-patrulha. Foi ele também quem pediu ao dono da Intech Boating, José Antônio Galízio Neto, a doação de R$ 150 mil para o diretório PT de Santa Catarina na eleição de 2010, quando a ministra Ideli Salvatti foi candidata ao governo do Estado. Ele diz que militou na campanha de Ideli e defende a ministra: “Ela seria uma excelente governadora para Santa Catarina”.
Para Ideli, doação foi legal; ‘Não tenho nada a ver com isso’
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) negou ontem qualquer envolvimento com o pedido de doação feito por um funcionário do Ministério da Pesca a um empresário para o comitê eleitoral do PT de Santa Catarina em 2010, quando ela disputava o governo do Estado. “Foi uma doação legal, não tive envolvimento nem pedi”, disse Ideli, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto de anúncio de medidas para estimular a indústria nacional.
A empresa Intech Boating – que ganhou contrato do Ministério da Pesca para o fornecimento de 28 lanchas-patrulha, ainda que a pasta não tenha competência para fiscalizar a pesca irregular – doou R$ 150 mil para o PT catarinense. “A contribuição (doação) foi legal, feita ao comitê estadual do PT. Eu estou muito tranquila. Na hora em que eu for acionada, vou prestar os esclarecimentos”, disse.
Após 3 semanas de ‘rebeldia’, PR volta à base do governo no Senado
O PR do Senado está de volta à base do governo, três semanas depois de ter rompido com a presidente Dilma Rousseff, por causa dos nove meses de negociação mal sucedida para voltar ao comando do Ministério dos Transportes. A operação para resgatar o PR foi articulada pelo líder do PTB na Casa, Gim Argello (DF), que ofereceu o caminho ao retorno: a formação do bloco PTB-PR.
“Seremos um bloco de apoio ao governo. Como o PTB é da base governista, não teríamos como formar um bloco que não fosse aliado do Planalto”, justificou o senador Blairo Maggi (MT), líder do PR no Senado. Juntos, PR e PTB passam a constituir a terceira força política no Senado, atrás apenas dos dois blocos encabeçados pelo PMDB e pelo PT.
O que preocupa setores do Planalto é o fato de a operação ter sido articulada pelo líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), que é muito próximo de Argello, e pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que, à época do rompimento do PR, aconselhou Dilma a não se indispor com o Congresso. Interlocutores da presidente dizem temer que a dupla cobre um preço alto pelo resgate do PR. Outro motivo de preocupação deve-se à exclusão da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), de quem Blairo se queixou no rompimento. Ideli não foi sequer informada da articulação em curso para recompor a relação com o PR. Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) também ficou de fora da operação.
Prédio de senador foi ponto de encontro
Grampos da Polícia Federal indicam que o apartamento funcional em que mora o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) em Brasília serviu de ponto de encontro da cúpula da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal. Em conversas interceptadas pela Operação Monte Carlo, o sargento Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado como um dos operadores de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, relata uma reunião de integrantes do esquema no local.
No telefonema de 17 minutos, gravado em 21 de dezembro de 2010, Dadá diz a Lenine Araújo de Souza – segundo homem na hierarquia do esquema, responsável pela administração contábil do grupo, conforme a PF – que está no Bloco C da Quadra 309, na Asa Sul, em Brasília.
Trata-se do chamado bloco dos senadores, onde Demóstenes e outros parlamentares ocupam apartamentos funcionais cedidos pelo Senado. “Está aonde?”, indaga Lenine. “Aqui na 309, Bloco C, no estacionamento, na Sul, na Asa Sul”, responde o sargento.
Segundo as transcrições, às quais o Estado teve acesso, foram ao local Cachoeira, ao qual Dadá e outros integrantes do grupo se referem como “o homem”; Cláudio Dias de Abreu, citado no inquérito como sócio do empresário em negócios ilegais, e Wladimir Garcez Henrique, que seria seu braço direito, encarregado de obter facilidades nas Polícias Militar e Civil de Goiás. O Bloco C e o Bloco G, onde mora Demóstenes, são unidos e têm estacionamento e portaria comuns.
“Não posso sair”. Eram cerca de 16h40 e, na conversa, Dadá dizia estar em frente ao prédio desde a hora do almoço. “O homem está aqui, Cláudio, está aqui, não posso sair”, explicou a Lenine. Demóstenes estava em Brasília nesse dia, conforme registros do Senado. Procurado ontem, seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, não se pronunciou.
Para evitar expulsão, Demóstenes pede desfiliação do DEM
Pressionado pela cúpula do Democratas e por uma série de denúncias, o senador Demóstenes Torres (GO) pediu ontem cedo a sua desfiliação do partido. Com a iniciativa, Demóstenes antecipou-se à decisão do DEM de abrir um processo que fatalmente o levaria à expulsão. O senador é suspeito de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
Em carta de duas páginas, entregue por um assessor ao presidente do partido, senador José Agripino (RN), Demóstenes discordou “frontalmente” da afirmação de que se desviou do programa partidário – motivo alegado pelo DEM para cobrar sua saída. “Assim, embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me desviado reiteradamente do programa partidário, mas diante do prejulgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação do Democratas”, afirmou.
Correio Braziliense
Bondade com indústria vai para a conta da cerveja …
As pressões do cenário externo adverso e do calendário eleitoral levaram a presidente Dilma Rousseff a anunciar ontem uma série de medidas pontuais de estímulo à produção industrial. A principal missão é tirar a economia brasileira da estagnação e evitar o vexame do governo de entregar mais um ano de crescimento pífio — a meta é uma expansão de 4,5%. A conta para o Tesouro Nacional do pacote que renova e amplia iniciativas já adotadas ano passado chega a R$ 60,4 bilhões, incluindo renúncia fiscal previdenciária sobre folha de pagamento de 15 setores, redução temporária do imposto sobre produtos, reforço às linhas de crédito para exportação e inovação e até compras governamentais com preços até 25% maiores do que os produtos importados.
O anúncio, no Palácio do Planalto, da segunda etapa do Plano Brasil Maior, lançado em agosto de 2011, para uma plateia de políticos, empresários e sindicalistas confirmou a disposição do governo de maior intervenção na economia — disposição que a presidente Dilma não faz questão de esconder, apesar dos alertas de especialistas sobre os riscos de se criar uma política de favores localizados, um passo para a corrupção. Entre os alvos da ação governamental está, principalmente, o setor produtivo paulista, que concentra a maior fatia do bolo industrial, e as intenções de voto nas eleições municipais deste ano. O PT quer quebrar a hegemonia do PSDB em São Paulo.
Fim da linha para Demóstenes no DEM
Como num acordo tácito de cavalheiros, o senador Demóstenes Torres (GO) entregou ontem sua carta de desfiliação do DEM, depois de receber a sinalização de que seus agora ex-correligionários não vão trabalhar para cassar o mandato dele por infidelidade partidária. Isolado, resta agora ao parlamentar goiano encarar o último capítulo desencadeado pela Operação Monte Carlo: o processo de quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado.
Demóstenes adotou o roteiro semelhante dos últimos dias. O senador passou o dia em casa, acuado e em silêncio. No fim da manhã, Demóstenes ligou para o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), informando sobre a decisão de entregar os pontos. O senador goiano designou um assessor para ir ao Congresso levar o documento de desligamento da legenda. A resposta de Agripino foi imediata: “Não há evidências de perda da fidelidade partidária, razão usada para pedir o mandato, mas o assunto será estudado pelo Conselho de Ética”, esclareceu Agripino.
Brecha para os suplentes
O fato de o DEM ter sinalizado que não irá pedir o mandato do senador Demóstenes Torres não significa que o parlamentar está livre da perda do cargo por infidelidade partidária. A Resolução nº 22.610, de 2007, prevê a possibilidade de o Ministério Público Eleitoral (MPE) ou de “quem tenha interesse jurídico” — o que pode ser uma brecha para os suplentes — entrar com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no prazo de até 30 dias após a desfiliação.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, descartou, porém, uma possível intervenção do MPE contra Demóstenes. “Esse é o típico caso em que o interesse é do partido. Se o partido entende que não deve pedir, não será o Ministério Público que vai pedir. O MPE entrar e quase substituir o partido não me parece razoável”, disse Gurgel
Servidor na folha de Cachoeira
O suposto esquema de grilagem de terras no Distrito Federal, detectado nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre a atuação do grupo de Carlinhos Cachoeira, incluiu a habilitação de um rádio internacional e o pagamento de propina a um servidor lotado hoje em órgão vinculado à Casa Civil da Presidência da República. É o que mostram as informações levantadas para a Operação Monte Carlo, deflagrada em 29 de fevereiro.
Os grampos telefônicos usados na operação detectaram conversas entre Gleyb da Cruz, considerado um dos principais integrantes da quadrilha de Cachoeira, e Rodrigo Mello, que exerceu no ano passado o cargo de assessor da Terracap. Rodrigo chegou à estatal em junho, depois de atuar como assistente na Controladoria-Geral da União (CGU). Ficou menos de um ano e, desde fevereiro, exerce o cargo de assistente técnico no Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), autarquia vinculada à Casa Civil.
Cachoeira e mais dois sócios são suspeitos de comprar 4.093 hectares da Fazenda Gama para tentar grilar os terrenos, como o Correio revelou em 8 de março. Segundo as investigações da PF, Cachoeira tentou regularizar a área por meio de pagamento de propina a servidores da Terracap, do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF (Ibram) e da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
As terras custaram R$ 2 milhões e o negócio foi fechado com um homem que “se intitulou proprietário do terreno em questão”, conforme a PF. “Trata-se de um contrato de risco. Até dezembro de 2010, não existia registro da área nos cartórios do DF”, cita a investigação.
Oposição se apega ao discurso da ética
A oposição, especialmente o DEM, apressou-se em circunscrever a crise política ao senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) porque o escândalo começava a respingar nas alianças para as eleições municipais de outubro. Deputados do partido levaram à direção da legenda reclamações feitas por militantes e eleitores, cobrando rapidez na solução para o caso. “Foi importante agirmos rápido porque nós conseguimos manter o discurso da ética”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA).
Mas o corte na própria carne, alardeado como a nova bandeira do DEM, causa preocupação entre alguns filiados. “Nos impusemos uma regra que terá de ser seguida daqui para frente. Ninguém poderá transigir um milímetro, porque será cortado. Até que não sobre ninguém”, afirmou um integrante da direção partidária. Ao pressionar pela desfiliação de Demóstenes, o partido perdeu um quadro que poderia servir como válvula de escape para 2014. Ficamos sem alternativas”, admitiu um aliado de Agripino.
Visitas semanais ao marido em Mossoró
A empresária Andressa Alves de Mendonça, de 30 anos, foi pivô de um conflito entre dois amigos: o empresário Wilder Pedro de Morais, primeiro suplente do senador Demóstenes Torres, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso há mais de um mês no presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN). Andressa foi casada com Wilder por seis anos. Há oito meses, é a mulher de Cachoeira. Em entrevista ao Correio, ela diz que o marido está sabendo de toda a crise política envolvendo Demóstenes e outros parlamentares e que ele não quer “causar mais constrangimento”.
Amanhã é dia de Andressa visitar Cachoeira no presídio de segurança máxima. “A gente conversa sobre o quanto esse país ainda está mentalmente atrasado, o quanto o país é hipócrita”, afirma a mulher do bicheiro, que comemora a transferência de Lenine Araújo de Souza e José Olímpio de Queiroga Neto – presos na Operação Monte Carlo – do presídio de Mossoró para penitenciárias no DF. A decisão foi do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, o mesmo que analisa os pedidos de habeas corpus para Cachoeira.
Pistas sobre desaparecidos
Três depoimentos, tomados ontem por uma comissão da Câmara, podem contribuir na busca de corpos de vítimas da Guerrilha do Araguaia. Dois militares que atuaram no confronto e um civil então morador da região contaram aos deputados detalhes sobre o episódio, ocorrido a partir de abril de 1972. Um deles, inclusive, revelou onde as ossadas poderiam ser encontradas. A sessão, que foi secreta, faz parte de uma série de encontros que a Casa realizará nos próximos dias, que tem como finalidade recolher informações sobre casos de violência ocorridos durante o regime militar. Na próxima terça-feira, haverá uma audiência pública com entidades da sociedade civil para discutir o tema.
“Os depoimentos foram muito contundentes e podem contribuir para que o grupo de trabalho encontre outros corpos”, afirmou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), coordenadora da subcomissão especial Memória, Verdade e Justiça, local onde as três pessoas falaram ontem. “Foram as coisas mais fortes que já ouvimos”, ressaltou a parlamentar. Além da Câmara, o Ministério da Defesa organizou uma comissão para localizar ossadas de vítimas no Araguaia. Segundo Erundina, um dos depoentes contou que, além dos guerrilheiros mortos pelos militares, pelo menos 200 camponeses teriam desaparecido. “A ordem que eles recebiam era a de eliminar as pessoas”, observa a deputada.
Prazo para ruralistas
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, anunciou que o governo deve prorrogar o decreto que dá prazo para os agricultores se adequarem à legislação ambiental atual. Com isso, o Planalto reduz as tensões no Congresso e ganha tempo para votar o Código Florestal. Pelo acordo costurado para votar a Lei Geral da Copa, o Código Florestal deveria ser apreciado até abril, mas agora o governo afirma que não há problema estender o prazo um pouco mais.
“Há possibilidade de votar em abril, mas também tenho entendimento de que, se for necessários para fazer uma votação com mais segurança, avançar uma semana, duas semanas, acho que a Câmara vai ter entendimento, como sempre tem tido em todas as matérias relevantes”, sustentou Ideli.
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