“Trouxemos sua encomenda da Suíça”, disse o manifestante antes de atirar as notas contra o deputado. As cédulas falsas foram produzidas pelo grupo Levante Popular da Juventude.
Surpreso, Cunha ficou em silêncio enquanto o homem foi detido e levado do local pela Polícia Legislativa, gritando “olha aqui Cunha, seu dinheiro que veio lá da Suíça”. Enquanto algumas pessoas apoiavam o protesto, gritando palavras de ordem contra o presidente da Câmara, um grupo de manifestantes pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff reagiu com gritos de “Fora PT!”.
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Depois que o homem foi detido, Cunha continuou a coletiva e disse que não iria se intimidar diante da atitude de um “militante contratado”. Ao aparentar tranquilidade, o deputado contrasta com a situação que enfrenta na Câmara, na condição de alvo de processo de cassação no Conselho de Ética, e no Judiciário, com a denúncia que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (SFT), por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras.
Há cerca de duas semanas, Cunha já havia sido alvo de protestos quando dava entrevista coletiva, no mesmo local. Aos gritos de “fora, Cunha”, e diante de um amontoado de repórteres, policiais legislativos e servidores ao redor da tribuna, o peemedebista deu declarações por alguns instantes e, diante de palavras de ordem, desistiu de continuar falando à imprensa.
Ontem (terça, 3), foi formalmente instaurado o processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha no Conselho de Ética. Em anúncio que foi interpretado como movimento protelatório, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo, afirmou hoje (quarta, 4) que precisa de mais informações para escolher o relator do caso. Três deputados foram sorteados: Zé Geraldo (PT-PR), Vinícius Gurgel (PR-AP) e Fausto Pinato (PRB-SP), considerado o mais provável indicado para a tarefa.
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