O ministro da Ciência, Tecnologias, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, divulgou nota nesta segunda-feira (22) defendendo que pesquisas sobre aumento do desmatamento sejam revistas.
O Ministério solicitou ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) um relatório com a série histórica de desmatamento dos últimos 24 meses. A pasta vai analisar os dados conjuntamente com o Ministério de Meio Ambiente.
No domingo (21), o presidente Jair Bolsonaro criticou o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e declarou que os dados sobre desmatamento fazem “campanha contra o Brasil”.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Ricardo Galvão, presidente do Inpe, disse que “Bolsonaro é um covarde”.
Pontes convocou Galvão para prestar esclarecimentos sobre as declarações dada a imprensa.
No começo de julho, o instituto apontou que o desmatamento no Brasil foi de 75 quilômetros quadrados e cresceu 8,5% no ano de 2018.
Leia a íntegra do nota emitida pelo ministro Marcos Pontes:
Com relação aos dados de desmatamento produzidos pelo INPE, organização pelo qual tenho grande apreço, entendo e compartilho a estranheza expressa pelo nosso presidente Bolsonaro quanto à variação percentual dos últimos resultados na série histórica.
PublicidadeA contestação de resultados, assim como a análise e discussão de hipóteses, são elementos normais e saudáveis do desenvolvimento da Ciência, suas teorias e metodologias.
Portanto, o MCTIC está solicitando ao INPE um relatório técnico completo contendo os resultados da série histórica dos últimos 24 meses, assim como informações detalhadas sobre os dados brutos, a metodologia aplicada e quaisquer alterações significativas desses fatores no período
O relatório será analisado conjuntamente pelos técnicos do MCTIC, do INPE e do MMA, sempre visando a melhoria continuada do monitoramento e preservação ambiental, assim como o aperfeiçoamento das ferramentas e metodologias empregadas no sistema.
Sobre as declarações do diretor do INPE, organização vinculada ao MCTIC, que foram feitas à imprensa em resposta ao questionamento do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro em relação aos dados de desmatamento:
Embora entenda o contexto do fator emocional, discordo do meio e da forma utilizada pelo diretor, visto que não corresponderam ao tratamento esperado na relação profissional, especialmente com o Chefe do Executivo do País.
Em consequência, o Diretor do INPE foi convidado pelo MCTIC para esclarecimentos e orientações. A partir dessa reunião serão definidos novos passos.
Portanto, o tratamento das questões relativas aos dados de desmatamento e as declarações do diretor do INPE está em curso, não havendo no momento mais nada a acrescentar sobre o assunto. Havendo desdobramentos significativos em qualquer das questões, eles serão divulgados oportunamente.
Marcos Pontes
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC
Realmente, como escreveram os outros participantes, é dificil acreditar que o ministro deconheça a metodologia utilizada pelo IMPE, que ele ache normal o diretor da instituição ser atacado e desqualificado publicamente e inadequado defender-se igualmente diante da opinião pública.
Será que noso ministro, um cientista, pesa todas as variáveis existentes antes de denegrira imagem da instituição, inclusive no exterior? Nosso presidente parece bem preocupado com ela.
Não seria mais lógico e prudente um debate interno e verificação de novos fatores que possam ter elavado os números que afligem nosso governo? Ou eles são ingênuos que realmente acreditam que a tragetória de uma série histórica de dados não pode ser revertida?
Fico preocupado, não com a busca de dados reais por parte do governo mas, com possibilidade de censura e de manipulaçao de dados por parte desse mesmo governo.
O diretor foi atacado em público por bolsonaro e portanto tem todo o direito de se defender publicamente! Pontes está apoiando o lado errado nessa questão!
Vê-se que esse ministro é mais um milico que um cientista. Como convém a um governo de milicos e milicianos (não militares, pois estes são dignos), lambe-botas dos “americanos”. Como é possível que ele já não estivesse a par da metodologia do IMPE? Das medidas por satélites? O que ele faz, além de propaganda de travesseiros?