O deputado Igor Timo (Podemos-MG) colhe assinaturas, desde a última segunda-feira (25), para a criação de uma CPI na Câmara que investigue o Sistema S. O congressista afirma que tem mais de um terço das adesões necessárias (171). Segundo ele, o objetivo é “trazer mais luz” à aplicação dos recursos das entidades (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Sebrae, Senar, Sescoop, Sest e Senat) que o compõem.
As organizações recebem valores – recolhidos por meio de tributos descontados na folha de pagamento das empresas vinculadas – para fomentar treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, serviços tidos como de interesse público. A discussão sobre uso do dinheiro das entidades, porém, voltou à tona com a prisão, na última terça (19), dos presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, e das federações das Indústrias de Alagoas (Fiea), da Paraíba (Fiep) e de Pernambuco (Fiepe). O grupo foi alvo da Operação Fantoche, da Polícia Federal (PF), que investiga fraudes em convênios das entidades com o Ministério do Turismo. Presos na Operação Fantoche, eles foram soltos no mesmo dia.
O deputado afirma que defende o fortalecimento da educação técnica e não é contra o Sistema S. “É um sistema muito importante para o país, a qualificação profissional é fundamental e eu sou um apoiador do sistema. Mas diante desses fatos recentes eu acho de suma importância que nós apuremos os fatos. Porque nós estamos falando de um montante expressivo, e temos que mexer nesse vespeiro”, disse Timo ao Congresso em Foco. A intenção do congressista é convidar a depor os principais dirigentes das organizações.
As entidades do Sistema S receberam em conjunto, em 2018, cerca de R$ 17 bilhões de dinheiro público. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no ano passado a intenção de “meter a faca” no sistema, ou seja, cortar verbas das entidades. Não houve, até o momento, medidas formais do governo nesse sentido.