Fábio Góis
Parlamentares governistas parecem estar mesmo confiantes em um governo de continuidade com a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República. A dois meses para o pleito presidencial, senadores de partidos da base e quase todos os ministros vão discutir, em almoço previsto para a próxima terça-feira (3), uma situação mais favorável no Senado para Dilma do que a que foi enfrentada pelo presidente Lula nesta legislatura. O encontro será na residência do líder do PTB e vice-líder do governo na Casa, Gim Argello (DF), um dos coordenadores da campanha da petista.
Nos quase oito anos de governo, Lula contabilizou derrotas importantes no Senado, nas quais a oposição contou com a ajuda de “dissidentes” da base de apoio, como os peemedebistas Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). Uma das perdas mais significativas, em dezembro de 2007, foi o fim da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – o chamado imposto do cheque.
Destinado para a área da saúde, o tributo garantia R$ 40 bilhões de receita anual, segundo estimativas do próprio governo. Na ocasião, três senadores do PMDB (além do potiguar Garibaldi Alves, que presidia o Senado e não pôde votar), principal partido da base, votaram contra a CPMF. Se contasse com esses quatro votos, o governo teria alcançado seu objetivo.
Confira aqui como votaram os senadores
A base de sustentação a ser discutida no almoço desta semana pode servir justamente para evitar prejuízos como o da CPMF. Preocupado com a situação – muitos dos senadores oposicionistas têm mais quatro anos de mandato a partir de 2011 –, o próprio Executivo se encarregou de articular o encontro. A ideia é preparar o terreno para, em eventual vitória de Dilma em outubro, deixar as coisas mais fáceis no Senado para a aprovação de projetos governistas.
Em termos eleitorais, ministros poderão participar de programas de rádio e TV a serem gravados por senadores em seus estados de origem. Eles também poderão dispor de tal espaço para falar de projetos das respectivas pastas nesses estados. Quase todos os parlamentares da base e 20 ministros já confirmaram presença no almoço, segundo Gim Argello.
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