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O secretário-geral do PP, o ex-vice-governador do Distrito Federal Benedito Domingos, afirmou ao jornal Correio Braziliense que colegas de partido recebiam “ajuda financeira” em troca de apoio nas votações de interesse do governo. Ontem à tarde, Benedito acompanhou o depoimento de Roberto Jefferson (PTB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara na sede do Partido Progressista, no 17º andar do Senado. Tesoureiro nacional até abril e presidente regional do PP, Benedito disse que havia um “zunzum” no partido de que pessoas tinham apoio financeiro. “Eu só não sabia que vinha do PT e que se chamava mensalão”, afirmou Domingos, ao frisar que esse suposto esquema “não passa oficialmente pela tesouraria”. Segundo a reportagem do Correio, o ex-vice-governador do DF, presidente há dez anos do PP local, sempre teve boas relações com a Executiva Nacional. Contudo, a situação alterou quando o presidente nacional do partido, o deputado Pedro Corrêa (PE), e o líder do partido na Câmara, José Janene (PR), articularam a filiação do senador Valmir Amaral (DF) no PP. Publicidade
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O ex-suplente Valmir conquistou a vaga no Senado após a cassação de Luiz Estevão. Em troca da filiação, Valmir cobrou da cúpula do PP a direção do partido na capital. Benedito não topou o acordo. Benedito contou ao Correio que a alternativa para o impasse lhe foi apresentada há um mês, quando o ex-líder do partido na Câmara Pedro Henry (MS) o chamou para uma conversa “olho no olho” em seu gabinete. A oferta seria a seguinte: o ex-vice-governador receberia uma “boa ajuda financeira” para ceder o lugar de presidente regional do PP a Valmir Amaral. Publicidade“Eu não poderia aceitar isso”, disse Benedito. “Me senti humilhado, diminuído”, completou o secretário-geral do partido. “Mas o Pedro Henry me tratou bem”, ressalta. “Ele foi apenas o porta-voz do Pedro Corrêa e do Janene”, explicou Benedito ao Correio. Os três deputados foram apontados ontem pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como beneficiários da suposta mesada paga pelo PT. Cargo O ex-vice governador do DF atualmente está sem mandato eletivo. Benedito concorreu ao governo local em 2002, mas ficou em terceiro lugar na disputa – atrás do reeleito Joaquim Roriz (PMDB) e de Geraldo Magela (PT). No segundo turno das eleições, em outubro de 2002, Benedito apoiou o candidato petista – recém-empossado presidente do Banco Popular do Brasil. A compensação pelo apoio a Magela viria pouco depois, quando o PT-DF prometeu um cargo no governo federal. Foi-lhe oferecida a Diretoria de Recursos Humanos do Correios – atualmente envolvida em escândalo de corrupção. “O Janene não permitiu que eu assumisse a função”, disse Benedito ao jornal. |