Mario Coelho
A retirada dos manifestantes do grupo Fora Arruda do plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal acabou adiada para esta terça-feira (8). Enquanto oficiais de Justiça informaram que não poderiam cumprir a decisão judicial por falta de efetivo policial, deputados da oposição afirmaram que aconteceu um acordo com o Tribunal de Justiça do DF (TJDF) para suspender a ação para amanhã (8).
Dois oficiais de Justiça permaneceram em frente à Câmara até às 18h, na espera da chegada dos policiais. Porém, o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, coronel Cláudio Armond, responsável pelo policiamento da Asa Norte, onde fica a sede do Legislativo, disse que não foi informado da reintegração de posse até chegar no local.
Ele afirmou ao Congresso em Foco que só foi informado da reintegração de posse quando chegou ao local, às 17h, para conferir o trabalho dos 12 policiais incubidos de controlar o trânsito e cuidar de ocorrências externas. O coronel explicou que somente após o comando geral da Polícia Militar ser informado é que ele começaria a planejar a operação.
Policiais do setor de inteligência teriam que fazer um levantamento do local, possíveis áreas de entrada e pontos mais complicados de trânsito. Além disso, os militares bloqueriam as vias que dão acesso à Câmara. Desta maneira, nenhum veículo ficaria estacionado nas dependências da sede do Legislativo local.
De acordo com deputados distritais da oposição, o adiamento da retirada ocorreu por um acordo com o TJDFT. O deputado Paulo Tadeu (PT) reforçou a versão. “Conseguimos estender o prazo com o Judiciário. Agora, vamos negociar com os estudantes”, confirmou o distrital.
Durante toda a tarde, o clima foi de tensão na Câmara Legislativa. Funcionários manifestavam a todo instante receio em haver conflito. Entretanto, os policiais militares permaneceram apenas do lado de fora da Casa. Ainda no fim da tarde, a presidência anunciou no sistema de som que os funcionários estavam liberados do expediente por medida de segurança.
As portas de acesso à Casa foram fechadas após a saída dos servidores. A maior parte dos gabinetes também foram trancadas no receio dos manifestantes invadirem os locais ou haver depredação num eventual confronto com a polícia.
Pedido de socorro
O receio de haver confronto com a polícia também fez que os manifestantes iniciassem uma operação de apoio. Durante toda a tarde, integrantes do grupo ligaram para parlamentares federais em busca de apoio ao movimento. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi um dos contactados. Entretanto, não confirmou presença no local para ajudar nas negociações.
Já o reitor da Universidade de Brasília (UnB), José Geraldo de Souza, compareceu à Casa no início da noite para manifestar solidariedade ao grupo. “Estou aqui para garantir a integridade e apoio ao movimento, que é legítimo”, disse ele.
Os manifestantes ocupam a Câmara Legislativa desde a última quarta-feira (2). O prazo inicial para a retirada era até as 17h10 de hoje. O grupo esteve reunido com o presidente interino da Câmara, Cabo Patrício (PT), no período da manhã, para discutir a desocupação do prédio. Entretanto, ainda não há acordo.
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