Mário Coelho
O deputado distrital Leonardo Prudente (DEM) vai deixar a presidência da Câmara Legislativa. Em reunião com todos os parlamentares, ficou definido que ele vai se licenciar por 60 dias – ou enquanto durarem as investigações. Também ficou definido que a Câmara instalará, até quinta-feira (3), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, para investigar os desdobramentos da Operação Caixa de Pandora. Além da saída de Prudente, deixaram os cargos provisoriamente o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rogério Ulysses (PSB), e o corregedor, Junior Brunelli (PSC).
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Em entrevista coletiva concedida na tarde de ontem (30), Prudente afirmou que não sairia do cargo. Hoje, porém, mudou de ideia. Distritais ouvidos pelo site afirmaram que a decisão do deputado é uma tentativa de “salvar a própria pele e da Câmara”. Se ele permanecesse no cargo, o desgaste em cima do poder Legislativo seria ainda maior. Prudente, escoltado por seguranças, saiu sem falar com os jornalistas. Sua assessoria afirmou que quem responde pela Câmara agora é o vice-presidente, Cabo Patrício (PT).
Na CCJ, também assume o vice. No caso da Corregedoria, uma eleição será feita, até quinta-feira (3), para escolher um corregedor ad hoc. Nesse período,os deputados vão analisar também a possibilidade de abrir uma investigação por crime de responsabilidade do governador José Roberto Arruda (DEM) e seu vice, Paulo Octávio (DEM), que pode resultar num impeachment. As informações inicialmente foram repassadas pelo deputado Chico Leite (PT), que participou da reunião. Mais tarde, a assessoria de Prudente confirmou as a saída dele do cargo.
A reunião durou aproximadamente quatro horas. O clima, de acordo com parlamentares ouvidos pelo Congresso em Foco, chegou a ficar ríspido por diversos momentos. De consenso, os deputados conseguiram criar a CPI, que deve ser instalada na quinta-feira, e seu requerimento terá a assinatura dos 24 parlamentares, inclusive os citados no inquérito da Caixa de Pandora. Porém, ainda falta acertar o teor do requerimento. É ele que vai definir até onde os deputados querem investigar.
“A CPI é consenso. Mas ainda vamos discutir o crime de responsabilidade”, disse o deputado Rogério Ulysses (PSB), um dos investigados e que também participou da reunião. Por determinação do partido, Ulysses terá que assinar e colaborar com todos os pedidos de investigação feitos contra o governo de José Roberto Arruda (DEM).
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