Fábio Góis
Depois de renunciar à renúncia em pronunciamento feito hoje (quinta, 18), governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), deve mesmo pedir desfiliação de sua legenda – o que impediria a provável expulsão. Segundo a assessoria do líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), ele conversou com o senador e disse que até a próxima segunda-feira (22) faria o pedido de desligamento.
Hoje, depois do anúncio de que aguardaria desdobramentos na Justiça antes de renunciar, decisão que surpreendeu a todos, Paulo Octávio sofreu mais um revés. Em menos de 12 horas distritais da oposição fizeram com o governador em exercício o que levaram três meses para fazer com o governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido – ex-DEM): aprovaram no plenário da Câmara Legislativa três pedidos de impeachment contra o vice, por 14 votos favoráveis e dez ausências – o que levou à abertura do processo por crime de responsabilidade.
Cada vez mais isolado dentro do partido, junto aos seus pares na Câmara Legislativa e sem ter conseguido o almejado “pacto de governabilidade” – objetivo que o fez recorrer até ao presidente Lula, na manhã de hoje –, Paulo Octávio teve outra má notícia em plena quarta-feira de cinzas.
Membro da executiva nacional do DEM, o senador Demóstenes Torres (GO), disse que, com o apoio de caciques da legenda, pediria na próxima reunião, terça-feira (23), tanto a expulsão do governador interino quanto uma intervenção no diretório regional, além de determinação para que todos os quadros do partido deixem seus postos no governo Arruda.
Demóstenes volta a pedir expulsão de Paulo Octávio
Por meio de nota, o DEM afirmou que a insistência de Paulo Octávio em se manter à frente do GDF complicaria sua situação não só no cenário político local, mas principalmente na esfera nacional do partido. Acusado de ser um dos beneficiários do esquema de pagamento de propina a aliados do governo, que ficou conhecido como mensalão do Arruda, Paulo Octávio informou no pronunciamento de hoje que já entregou carta de renúncia à líder do partido na Câmara Legislativa, Eliana Pedrosa.
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