Eleições 2016: só dois negros e seis mulheres entre os 114 candidatos no segundo turno

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Disputa em segundo turno mobiliza 57 municípios

A votação deste domingo (30) reforçará duas características históricas do poder no Brasil: ele é branco e exercido por homens. Quaisquer que sejam os resultados das urnas, o gênero e a cor predominantes no comando das prefeituras continuarão os mesmos. Dos 114 candidatos que disputam o segundo turno, somente seis (5%) são mulheres e dois se declararam negros (2%) à Justiça eleitoral – João Paulo Lima (PT), em Recife, e Juninho (PPS), em Cariacica (ES). Ao todo, 108 (95%) são homens, 20 (18%) se consideram pardos e 92 (81%) como brancos.

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Ao todo, 32,9 milhões de pessoas estão aptas a votar nos 57 municípios com mais de 200 mil eleitores onde nenhum dos candidatos alcançou mais da metade dos votos válidos no primeiro domingo do mês. Nesse caso o jogo se inverte na comparação com as candidaturas: a maioria do eleitorado nessas cidades (53,8%) é feminino. A disparidade é grande.

No primeiro turno, foram eleitos 5.482 prefeitos. Embora as mulheres representem mais da metade do eleitorado do país, apenas 640 (12%) foram eleitas prefeitas ante os 4.842 homens que conquistaram o mesmo mandato. De cada dez novos prefeitos, sete se identificaram como brancos: 3.848 no total. Outros 1.507 (27%) eram pardos. Juntos, negros (93), amarelos (28) e indígenas (6) não passaram dos 2% entre os eleitos. Esse percentual também não corresponde ao identificado pelo IBGE no Censo da população brasileira: chega a 53% o índice dos que se autodeclaram pretos ou pardos.

O partido com mais concorrentes neste domingo é o PSDB, com 19 nomes, seguido do PMDB, que tem 15 postulantes, e do PSB, com dez. O PT, que no primeiro turno perdeu seis de cada dez votos conquistados em 2012, divide com o PPS e o PSD a quarta colocação no total de candidaturas no segundo turno, com sete nomes cada – estão atrás do PDT, com oito.

Prêmio de consolação

As pesquisas indicam que o PT terá de se contentar em comandar uma única capital, Rio Branco (AC), onde o prefeito Marcus Alexandre se reelegeu com sobras no primeiro turno. O único petista que concorre a prefeitura de capital é João Paulo Lima, em Recife. Mas sua situação não é favorável: os levantamentos eleitorais mostram vantagem considerável de Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição. No primeiro turno, o PMDB, com 1.029, o PSDB, com 789, e o PP, com 538, foram as legendas que mais conquistaram prefeituras. Em queda vertiginosa, o PT foi apenas o décimo colocado em prefeitos eleitos (254), atrás de siglas como o PTB,  o PR, o DEM e o PDT.

Entre as 11 faixas etárias listadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a que reúne mais candidatos neste domingo é a que vai dos 40 aos 44 anos, com 23 concorrentes. Depois aparecem 20 com idade entre 45 e 49 anos. Os mais idosos são Iris Rezende Machado (PMDB), de Goiânia, e Humberto Souto (PPS), de Montes Claros (MG). Com longa vida política, ambos ambicionam comandar seus municípios aos 82 anos. O caçula entre os 114 participantes do segundo turno é o deputado federal Aliel Machado (Rede-PR), de 27 anos, que tenta se tornar prefeito de Ponta Grossa (PR).

Ainda de acordo com as informações prestadas pelos candidatos à Justiça eleitoral, as ocupações mais comuns entre os concorrentes deste domingo são de deputado estadual ou federal (31), prefeito (17), advogado (13), vereador (8) e empresário (8).

Quem são os candidatos deste segundo turno nos 57 municípios que voltam à urna hoje:

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