O Estado de S. Paulo
PF encontrou dinheiro ”marcado” na residência oficial de Arruda
A Polícia Federal encontrou nas dependências da Granja de Águas Claras, residência oficial do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), dinheiro cuja série numérica é a mesma de um lote de cédulas apreendidas em duas empresas (Vertax e Adler) acusadas de bancar o esquema de corrupção que ficou conhecido como “mensalão do DEM”. Em outro endereço, os investigadores descobriram com um ex-assessor de Arruda notas previamente marcadas com uma tinta invisível para identificar os destinatários da propina.
Em 11 de dezembro, quando foi deflagrada a Operação Caixa de Pandora, cédulas da série A3569 foram encontradas no gabinete de um assessor de Arruda, situado na residência oficial, e na sede das empresas Vertax e Adler, que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal na área de informática e são apontadas como importantes fontes de abastecimento do esquema.
Acusados negam envolvimento com ”mensalão do DEM”
O vice-governador do DF, Paulo Octavio, afirmou que só responderá às acusações em juízo. “Só irei responder durante o processo judicial.” Já o ex-chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão, acusado por Durval Barbosa de arrecadar propina entre empresas contratadas pelo governo, disse que as denúncias são “absurdas”. “Quem tem que provar isto é ele, o Durval. Cada dia aparecem acusações novas partindo dele, é até cômico.” Simão informou que responderá sobre o assunto na Justiça. O secretário de Comunicação de Arruda, Welington Moraes, citado por Barbosa como arrecadador na área de publicidade, também negou a acusação. ” O arrecadador era o Durval nas duas campanhas”, disse. A reportagem procurou também Domingos Lamoglia, José Geraldo Maciel, Mácio Machado e José Eustáquio, mas não conseguiu contato.
Barbosa cita vice como receptor direto de propina
Em um dos novos depoimentos prestados ao Ministério Público no início do mês, aos quais o Estado teve acesso, o ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa pela primeira vez incluiu o vice-governador Paulo Octávio (DEM) como receptor direto de propina dentro do governo José Roberto Arruda. Antes, apenas Marcelo Carvalho, que comanda as empresas de Paulo Octávio em Brasília, aparecia envolvido no esquema.
Delator do esquema, Barbosa assinou16 termos de declaração entre 2 e 10 de dezembro, depois da Operação Caixa de Pandora, desencadeada pela Polícia Federal no dia 27 de novembro.
Datafolha mostra Serra com 37% e Dilma com 23%
Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha coloca o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), 14 pontos à frente da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), ao simular a corrida presidencial do ano que vem. No levantamento, realizado entre os dias 14 e 18 de dezembro, o tucano obteve 37% das intenções de voto, seguido da ministra e pré-candidata petista, que ficou com 23%. Em terceiro lugar, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) teve 13%. Já a senadora Marina Silva (PV-AC) ficou com 8%.
O levantamento contou com 11.429 entrevistas e a margem de erro é de dois pontos porcentuais. Os dados apontam 9% de votos em branco ou nulos, enquanto outros 10% dos entrevistados alegam indecisão. A diferença entre Serra e Dilma também fica na casa de 14 pontos se o nome de Ciro Gomes não aparecer na consulta. Mas, neste caso, o governador paulista sobe para 40% e Dilma vai a 26%. Marina pula para 11%.
Cresce exigência para apoiar Dilma
Com a nova arrumação no ninho tucano, aliados do governo Lula já começam a fazer “exigências” para apoiar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto, em 2010. Depois de dirigentes do PMDB dizerem-se ofendidos com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que sugeriu ao partido a apresentação de uma lista tríplice para Dilma escolher o vice de sua chapa -, agora é a vez do PP de querer um dote para aceitar o casamento.
“Aprecio a Dilma e acho que ela é uma mulher de valor, mas não faremos acordo federal sem São Paulo”, afirmou o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que não foi ao jantar da ministra com a bancada do PP, há 53 dias, em Brasília. “A definição do nosso apoio tem de passar por uma conversa sobre o maior colégio eleitoral do País.”
Ministra tem dificuldade com eleitores pró-governo
Mesmo após sua candidatura ter sido lançada extraoficialmente pelo programa do PT no horário gratuito de TV, Dilma Rousseff patina eleitoralmente. Aparentemente, não avança nem entre aqueles que, em tese, estariam mais propensos a votar nela.
Segundo a pesquisa Vox Populi/IstoÉ, só 1 em cada 4 dos que avaliam o governo Lula como “ótimo” ou “bom” pretende votar em Dilma. Ao mesmo tempo, uma fatia maior declara voto no principal candidato da oposição, José Serra (PSDB): 36%.
Aécio agora comanda a campanha de seu vice
Sem pressa para anunciar a candidatura ao Senado nem disposição para entrar na discussão sobre ser candidato a vice na chapa de José Serra, o tucano Aécio Neves se dedica agora a uma despedida em grande estilo do governo de Minas Gerais, que deixará no fim de março. Ao mesmo tempo, assume o comando da campanha de seu vice, Antonio Anastasia, à sua sucessão. No plano nacional, ele vai insistir na tentativa de desconstruir o discurso petista de que os grandes avanços do País aconteceram no governo Lula.
Engajamento na campanha de Serra? Aécio promete lealdade ao PSDB, mas já não tem mais a preocupação de trazer novos aliados, aqueles que hoje oscilam entre a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, e o governador de São Paulo.
Mineiro descarta compor chapa puro-sangue
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), descartou compor uma chapa presidencial tucana puro-sangue encabeçada por José Serra. “Sequer cogito essa hipótese”, disse ontem, em Bonito de Minas (MG), durante a inauguração de mais uma etapa de seu programa de pavimentação para acesso às pequenas cidades. “Me sinto honrado em saber que algumas pessoas acham o meu papel importante no processo de sucessão e respeito todas as posições dentro e fora do partido, mas não mudo em nada o que foi dito à véspera”, afirmou, referindo-se à sua desistência na briga interna pela candidatura ao Palácio do Planalto. “Não há chance de reverter isso.” Quanto ao seu comportamento durante a corrida eleitoral do ano que vem, preferiu não polemizar: “Quando o partido definir seu candidato serei apenas mais um soldado entre tantos”, disse. Para ele, na condição de tucano, é obrigação estar ao lado do partido.
Em São Paulo, pré-candidata do PV à Presidência, a senadora Marina Silva (AC), disse ontem que a desistência de Aécio era esperada e poderá gerar alguma repercussão nas outras candidaturas. Entretanto, ela fez questão de ressaltar que apesar dos eventuais impactos, a decisão do tucano “não é determinante para os trabalhos do PV”.
DEM vai insistir para compor chapa com Serra
Apesar do desgaste por conta do escândalo envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o comando do DEM vai insistir em ter a vaga de vice na chapa presidencial do PSDB. Com a desistência do tucano Aécio Neves, o governador de São Paulo, José Serra, se tornou o único candidato da oposição em 2010. Como acreditam que Aécio não aceitará ser vice, o DEM pleiteia a vaga.
“Sou amigo pessoal de Aécio e ao dizer que desistiria ele me garantiu que não será candidato a vice. Portanto, essa vaga deverá ser ocupada por um representante do DEM”, diz o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ). “Depois do recesso parlamentar, o partido se reunirá para começar a discutir o assunto e escolher quem será nosso indicado.”
Haddad diz ao PT que depende de aval de Lula
O ministro da Educação, Fernando Haddad, deu ontem mais um passo na estratégia para se colocar como alternativa para disputar o governo de São Paulo em 2010.
Reunido a portas fechadas com a Executiva Estadual do PT, ele deixou claro que está disposto a entrar na corrida para o Palácio dos Bandeirantes. Mas disse que a movimentação depende de aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de apoio interno no partido.
Confecom retoma debate de controle social e propõe nova Lei de Imprensa
Cercada por propostas polêmicas, estatizantes e pelo controle social dos meios de comunicação, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em Brasília, na semana passada, acolheu teses como a recriação da Lei da Imprensa, uma nova tentativa de fazer o Conselho Nacional de Jornalismo e até um tribunal de mídia para julgar supostos abusos cometidos no noticiário sobre uma série de segmentos.
A Confecom reuniu mais de 1,6 mil delegados de todo o País e custou à União cerca de R$ 8 milhões.
Os três segmentos envolvidos no debate – parte do empresariado da área de comunicação, sindicalistas e ONGs e governo – fizeram um acordo para impedir o endosso a alguma proposta que sugerisse o controle social da mídia, mas uma delas passou. Propõe o controle social e popular da fiscalização trabalhista e do conteúdo das emissoras de radiodifusão.
Ruralistas tomam agenda ambiental
Unida acima dos partidos e atuante quando se trata de seus interesses, a bancada ruralista no Congresso deixou de se preocupar apenas com créditos e dívidas do setor agropecuário para buscar o controle das discussões e da legislação sobre os assuntos ambientais do País. Os ruralistas partiram de seu reduto tradicional, a Comissão de Agricultura da Câmara, ocuparam a Comissão de Meio Ambiente e a comissão especial onde a discussão de florestas, áreas de proteção e licenciamento ambiental entra na ordem do dia.
Para desconforto dos ambientalistas, além das Comissões de Agricultura e de Meio Ambiente, os ruralistas formam maioria na comissão especial do Código Florestal, que trata de áreas de preservação e de reserva legal, aumentando a pressão para adaptar a lei de maneira mais favorável ao setor. Ou seja, os ruralistas têm número suficiente de votos nas comissões para aprovar o texto que quiserem, mesmo ficando sob suspeita de provocar retrocesso na legislação de proteção ambiental.
”Imaginei que o Brasil não voltasse a ver censura prévia”
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a liberdade de imprensa é o contrapeso “fundamental” para a democracia. “A crítica sempre incomoda. Mas a função de quem está na mídia é criticar e de quem está no governo é entender a função da mídia. Não pode, como agora, antes de qualquer coisa, dizer que você não pode entrar em tal matéria. Me parece absurdo.”
Para FHC, que combateu o regime militar de 1964, a censura prévia pela qual passa o Estado é um resquício daquele período. “Imaginei que o Brasil não voltasse a ver esses momentos de censura prévia.” Abaixo, a entrevista:
Como o sr. vê a censura ao Estado?
Com espanto. Imaginei que o Brasil não voltasse a ver momentos de censura prévia. Depois que o STF acabou com a Lei de Imprensa, dava a impressão de que iríamos para outro caminho.
Ação é retirada, mas censura segue
O empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, apresentou na última sexta-feira, véspera do recesso forense, pedido de desistência da ação contra o Estado, mas a censura ao jornal permanece em vigor. A partir de 7 de janeiro, término do recesso, o jornal será intimado a decidir se concorda com a extinção ou prefere que a Justiça aprecie o mérito.
Mariana Uemura Sampaio, diretora jurídica do Grupo Estado, afirmou que, no momento, o anúncio tem “apenas efeito midiático”. O pedido do empresário foi feito nove dias após o Supremo Tribunal Federal ter arquivado reclamação do jornal contra a censura sem decidir sobre seu mérito.
Bolsa-Família ganha reforço de R$ 1 bi
O deputado Geraldo Magela (PT-DF), relator-geral do Orçamento para 2010, reservou R$ 12 bilhões para o programa Bolsa-Família, R$ 1 bilhão a mais que o valor orçado neste ano. Segundo ele, o montante é suficiente para atender à pretensão do governo de estender o programa para mais 1 milhão de famílias no próximo ano. Ele também vai aumentar os recursos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A expectativa de Magela é que o relatório seja votado amanhã na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, e na terça-feira pelo Congresso Nacional.
Presidente do TRE é alvo de ação do PMDB
Direção nacional do PMDB denunciou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) “irregularidade administrativa” que teria sido praticada pelo presidente do TRE do Pará, João Maroja. O partido o acusa de interferir no caso que envolve a cassação do prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB). Depois de se declarar suspeito em dois processos contra Duciomar, pelo fato de seu filho Leonardo Maroja atuar como procurador-chefe da prefeitura, o desembargador, segundo o PMDB, decidiu manter como relator do processo o mesmo juiz, José Maria do Rosário, que na semana passada concedeu liminar em favor de Duciomar.
Folha de S.Paulo
Dilma se consolida em 2º e reduz diferença para Serra
A pré-candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff, consolidou-se como segunda colocada, rompeu a barreira dos 20 pontos percentuais em todos os cenários e reduziu para 14 pontos sua diferença em relação ao primeiro colocado isolado na disputa, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Em agosto, a diferença a favor do tucano variava de 19 a 25 pontos.
Esses são os principais resultados da pesquisa Datafolha realizada de 14 a 18 deste mês, com 11.429 entrevistas em todo o país. No cenário no qual quatro candidatos são apresentados como possíveis concorrentes, Serra fica com 37%, Dilma está com 23%, seguida de Ciro Gomes (PSB), com 13%, e de Marina Silva (PV), com 8%. Há 9% dos entrevistados que vão votar em branco ou nulo; 10% dizem estar indecisos.
Rejeição aos 4 pré-candidatos é semelhante
Diferentemente de outras eleições presidenciais nas quais o candidato do PT sempre começava com uma taxa mais alta de rejeição em relação aos demais, agora a petista Dilma Rousseff aparece com um percentual semelhante aos de seus principais adversários.
Segundo o Datafolha, Dilma é rejeitada por 21% dos eleitores. José Serra (PSDB) tem uma taxa de 19%. Ciro Gomes (PSB) fica com 18%. E Marina Silva (PV), 17% _percentual idêntico ao do tucano Aécio Neves, que anunciou nesta semana estar fora da disputa.
Serra vence Dilma e Ciro no 2º turno
Pela primeira vez o Datafolha testou cenários possíveis para um segundo turno na eleição presidencial de 2010. José Serra, do PSDB, é o que atinge os percentuais mais altos.
Na principal hipótese segundo as pesquisas, num segundo turno entre Serra e Dilma Rousseff (PT), o tucano pontua 49% contra 34% da petista.
Aprovação a Lula bate recorde, com 72%
Ao entrar no último ano do segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcança o mais alto patamar de popularidade desde a posse em 2003. Segundo pesquisa Datafolha realizada entre os dias 14 e 18, 72% dos entrevistados consideram o governo de Lula ótimo ou bom, um crescimento de cinco pontos percentuais em relação à última sondagem, feita em agosto.
Trata-se da maior aprovação já obtida por um presidente desde que o Datafolha começou a fazer avaliações sobre o governo federal, em 1990.
Aécio afirma “nem cogitar” ser vice, mas promete apoio em MG
Dois dias após fazer pronunciamento público desistindo da sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reapareceu ontem e refutou as pressões para aceitar ser vice de José Serra em chapa presidencial. Mas prometeu dar a ele o palanque “mais forte” de Minas.
Indagado se cederia aos apelos de vozes de seu partido, inclusive a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para que aceite o posto de vice em uma candidatura tucana, Aécio respondeu: “A minha resposta é muito simples: eu nem sequer cogito essa hipótese”.
Obstáculos põem Serra e Aécio no mesmo barco
Está certo que o recuo de Aécio Neves aumentou a pressão para que José Serra assuma a pré-campanha e por isso não veio no momento que o governador de São Paulo desejava. Mas é precipitação, ou torcida, afirmar que o gesto do mineiro é a prova definitiva de que os dois estarão distantes em 2010.
Pelo contrário, as dificuldades eleitorais que se aproximam põem Serra e Aécio no mesmo barco. Na marra. Estejam eles ou não na mesma chapa à Presidência da República.
Primeiro, não é verdade que Aécio estragou a virada de ano de Serra. Ao se recolher, o mineiro deu a senha para todos os oposicionistas -e para alguns governistas insatisfeitos com Dilma Rousseff. A essas forças políticas agora resta uma só referência: o governador paulista.
Marina lança sua candidatura pelo PV e critica Dilma
Em convenção realizada ontem em São Paulo, o PV (Partido Verde) lançou politicamente a candidatura à Presidência da senadora Marina Silva (AC). Ela criticou a postura do governo Lula na reunião do clima, em Copenhague, e a escolha da ministra, Dilma Rousseff, como chefe da delegação.
A definição oficial de qualquer candidatura só poderá ser feita no próximo ano. “A decisão política já existe, o processo legal e formal será feito no ano que vem”, disse Marina.
Barbosa afirma que entregou R$ 200 mil ao vice Paulo Octávio
Em novo depoimento à Procuradoria da República, Durval Barbosa, o homem que denunciou o mensalão do DEM, disse que entregou pessoalmente cerca de R$ 200 mil de propina ao vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), “há um ano e meio”.
A entrega do dinheiro, segundo ele, ocorreu no hotel Kubitscheck Plaza, em Brasília.
O advogado do vice confirma o encontro no hotel, de propriedade de Octávio, mas nega pagamento de propina.
É a primeira vez que Barbosa afirma que entregou dinheiro a Paulo Octávio, que continua no DEM. O vice não aparece em nenhum dos vídeos gravados por Barbosa e divulgados até o momento.
Correio Braziliense
Durval afirma ter pago propina ao vice
Dias depois do cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Caixa de Pandora, Durval Barbosa, delator do suposto esquema de corrupção no Executivo e no Legislativo do DF, prestou 16 novos depoimentos na sede do Ministério Público Federal em São Paulo e aprofundou as denúncias feitas anteriormente. Em um dos trechos, Durval disse ter repassado R$ 3 milhões em dinheiro vivo ao ex-secretário de Governo José Humberto Pires, a pedido do governador José Roberto Arruda (sem partido). O ex-secretário de Relações Institucionais do DF também afirmou aos promotores ter entregue R$ 200 mil nas mãos do vice-governador Paulo Octávio (DEM), que seria fruto de propina cobrada do grupo TBA.
O encontro teria ocorrido em 2008 em uma suíte do Hotel Kubitschek Plaza, de propriedade do grupo Paulo Octávio, com a presença do policial aposentado Marcelo Toledo, suplente de deputado distrital, hoje filiado ao PPS. Em um dos depoimentos, Durval explicou que esta teria sido a única vez em que Paulo Octávio recebeu dinheiro diretamente dele. Em outras ocasiões, segundo ele, as transferências eram feitas para Marcelo Carvalho, principal executivo do grupo comandado pelo vice-governador, ou para Marcelo Toledo. Carvalho e Toledo aparecem em vídeos gravados por Durval. Em um deles, Toledo cobra de Durval parte da proprina que seria para Paulo Octávio.
Mínimo chegará a R$ 510
Uma folga na proposta orçamentária do próximo ano pode garantir novo reajuste do salário mínimo. De acordo com o projeto enviado pelo governo ao Congresso em 31 de agosto, a remuneração seria de R$ 505,90. Porém, o relator-geral do Orçamento de 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF), afirma que garantiu pelo menos R$ 870 milhões para fazer com que o novo salário chegue a R$ 510.
“Cabe ao presidente decidir e enviar uma medida provisória nos próximos 10 dias com o valor do salário. Tenho essa reserva que possibilita esse reajuste”, explica Magela, completando que, se a sugestão for acatada, o novo valor entra em vigor em 1º de janeiro e representará aumento de 9,6% em relação ao mínimo atual, de R$ 465.
Limites à grampolândia
Aprovada na última semana na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara proposta que restringe as escutas telefônicas e regulamenta a captação de imagens e sons. O substitutivo do relator, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), limita interceptações telefônicas às investigações de determinados crimes, como terrorismo, tráfico de drogas, sequestro, lavagem de dinheiro e pedofilia. Atualmente, todos os delitos passíveis de pena de reclusão podem contar com a ferramenta. No projeto da reforma do Código de Processo Penal, alguns parlamentares tentaram restringir àqueles crimes com no mínimo seis meses de detenção. Porém, a proposta desagradou delegados, promotores e juízes porque exclui, por exemplo, fraudes em licitação.
De acordo com o parecer do deputado Fruet, a legislação em vigor há 13 anos flexibiliza a garantia constitucional do sigilo das comunicações e “sua aplicação precisa ser seguida de muita segurança, para evitar a quebra indiscriminada de um direito fundamental”. Destacando a urgência das modificações, o texto determina prazo de 10 dias para o início da interceptação e de 30 dias para a duração das gravações, considerando, no máximo, 180 dias de prorrogação. Outra mudança é o fim da possibilidade de o juiz autorizar, de ofício, a realização da quebra de sigilo. O magistrado somente poderá atender pedido de autoridade policial ou de representante do Ministério Público. O texto ainda proíbe a gravação das comunicações entre o investigado e seu advogado no exercício da profissão.
Aécio descarta ser vice de Serra
Sem chance. O grão-tucanato finge acreditar numa chapa puro-sangue para disputar a Presidência da República no ano que vem, mas já foi devidamente avisado de que não vai contar com a presença do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), como candidato a vice do colega de São Paulo, José Serra (PSDB). “Antes havia duas possibilidades, agora só há uma alternativa.” A frase foi ouvida por vários caciques social-democratas e saiu da boca de Aécio. O resto é jogo de cena. Por “alternativa”, leia-se o Senado. Ontem, ao ser perguntado se poderia ser vice de Serra, Aécio foi taxativo. “A minha resposta é muito simples: sequer cogito essa hipótese”.
A declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos que foram avisados por Aécio da decisão sem volta de não ser candidato a vice, é sintomática. FHC afirmou que há um “sentimento nacional” pela chapa do mineiro com José Serra. É uma tentativa de manter acesa a chama da possibilidade. Vã tentativa, bem sabe Fernando Henrique.
Decisão tucana não afeta Marina
A senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, avaliou ontem, em São Paulo, que a desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, não muda o cenário político da corrida presidencial de 2010. “A desistência do Aécio já era esperada e não altera os planos do PV”, ressaltou.
Segundo a pré-candidata, todos os trabalhos do PV estão concentrados neste momento na formulação do programa de governo. “O atual momento político é muito favorável à preservação de conquistas e avanço nas mudanças. Agora, estamos focados na construção da candidatura ao Palácio do Planalto”, ressaltou.
O Globo
Meirelles: eleição pode gerar tensão na economia em 2010
Conforme o jornal O Globo, após avaliar que o país cresce em base sólidas e sustentáveis, o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que o principal fator de tensão e preocupação na economia não será externo, como nos últimos 15 meses de crise global, mas as eleições de 2010. Numa análise fria e realista, afirma que os temores de mudanças nos rumos da política econômica provocarão incertezas.
Deixe um comentário