O Estado de S. Paulo
Cachoeira quis manipular Orçamento
Diálogos interceptados na Operação Vegas indicam que a influência de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, se estendia até mesmo ao Orçamento-Geral da União. O contraventor atuava para negociar e liberar emendas parlamentares de interesse da organização criminosa que ele comandava. As investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que Carlinhos Cachoeira trocava favores com os parlamentares.
Os áudios, obtidos pelo Estado, detalham a negociação de emendas ao Orçamento de 2009 entre o grupo de Cachoeira. O material da Vegas, entregue na semana passada ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), será o ponto de partida dos trabalhos da comissão instalada para apurar as relações do contraventor com políticos.
Em 9 de outubro de 2008, Cachoeira liga para o ex-vereador de Goiânia, Wladimir Garcez, cobrando notícias da visita de integrantes da organização criminosa aos aliados de Brasília. “E o nosso amigo?”, pergunta Cachoeira. “Objetivo, rápido e 100% nosso”, responde Garcez, completando que passou também nos gabinetes dos deputados federais Roberto Balestra (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
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Após 24 anos, França elege socialista
PublicidadeO discurso de defesa do crescimento econômico em lugar da austeridade devolveu ontem o poder na França aos socialistas, que não venciam eleições presidenciais havia 24 anos. Em votação apertada, o candidato do Partido Socialista François Hollande recebeu 51,7% dos votos, derrotando Nicolas Sarkozy, primeiro chefe de Estado francês em três décadas a não conseguir uma reeleição. Em um discurso sóbrio, Hollande disse que sua missão será levar a mensagem das urnas na França a toda a União Europeia. O vencedor toma posse no dia 15. Na primeira viagem como presidente, vai se encontrar com a chanceler alemã Angela Merkel, principal defensora da austeridade como receita contra a crise.
Volta por cima
Há 18 meses, ninguém na França apostaria na vitória de François Hollande, de 57 anos. Filho de um médico ligado à extrema direita e de uma assistente social ultracatólica de esquerda, o eleito contrariou caciques socialistas para se lançar candidato. Fez uma campanha sem falhas.
Gregos votam contra austeridade
Os eleitores gregos rejeitaram ontem os partidos tradicionais e permitiram o avanço de extremistas, segundo pesquisas de boca de urna. Os partidos a favor do plano de austeridade ficaram sem apoio para formar um governo de coalizão.
Por PSB, direção do PT enquadra cidades médias
A direção nacional do PT quer obrigar seus líderes locais a desistir de candidaturas próprias em Duque de Caxias (RJ) e Mossoró (RN) para apoiar o PSB. O acordo serviria como moeda de troca para que os socialistas apoiem Fernando Haddad (PT) em São Paulo.
Petistas defendem que a direção do partido assuma a responsabilidade do acordo em ambos os municípios, retirando o poder de decisão dos diretórios locais. “Não é intervenção. Essas negociações são parte da tática nacional”, justifica o secretário de organização do PT, Paulo Frateschi.
Há cerca de um mês, o PT tenta convencer dirigentes estaduais e municipais a abrir mão de candidaturas próprias, a fim de garantir apoio do PSB a Haddad. O partido avançou, mas enfrentou resistência em Duque de Caxias e Mossoró – prioritários para os socialistas nas negociações.
Após juros, Dilma centra fogo no social
A presidente Dilma Rousseff quer reajustar o valor dos benefícios do Bolsa Família às vésperas do aniversário de um ano do programa Brasil Sem Miséria, vitrine social do governo. Dilma encomendou estudos sobre o assunto à equipe econômica e ao Ministério do Desenvolvimento Social e poderá anunciar, no dia 14, o aumento para famílias que tiverem filhos de até 6 anos matriculados em creches ou na pré-escola.
É nessa data, logo depois do Dia das Mães, que a presidente divulgará, em cerimônia no Palácio do Planalto, um novo pacote na área social, com repasse de recursos a prefeituras para a construção de creches e uma série de ações destinadas à proteção de crianças de 0 a 6 anos.
Crise global já afeta as exportações
A crise global está afetando as exportações brasileiras, que, no mês passado, tiveram recuo de 8% em relação a abril de 2011. É a primeira queda na comparação de 12 meses desde novembro de 2009. Além dos planos de austeridade europeus e da desaceleração chinesa, os exportadores estão sendo prejudicados pelo protecionismo da Argentina.
Folha de S. Paulo
França elege presidente socialista
Eleito presidente da França, com 52% dos votos contra 48% do presidente Nicolas Sarkozy, François Hollande não perdeu tempo em mandar um recado para os parceiros europeus, “antes de tudo à Alemanha”: no discurso da vitória, o líder socialista disse que “a austeridade não pode ser uma fatalidade” e antecipou que sua missão como presidente será a de introduzir na Europa “a dimensão do crescimento, do emprego e da prosperidade”.
É a reiteração, agora com a força dos votos obtidos, da pregação de campanha no sentido de que a Europa não pode ficar presa à armadilha de uma austeridade que poda o crescimento, corta emprego e derruba governos.
A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou ontem mesmo para Hollande e convidou-o a viajar a Berlim, “o que será rapidamente, após a sua posse”, segundo Pierre Moscovici, diretor de campanha dos socialistas. Em princípio, a posse será dia 16.
Hollande, 57 anos, é o segundo socialista a eleger-se presidente na Quinta República, instaurada em 1958, mesmo assim 31 anos após a vitória de François Mitterrand, em 1981 (foi reeleito em 1988).
Eleições parlamentares não têm um vencedor na Grécia
As eleições parlamentares de ontem na Grécia confirmaram a insatisfação da população com os partidos tradicionais, o aumento do extremismo e puseram em risco as medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais em troca de um pacote de resgate de € 130 bilhões que evitou a falência do país.
Nenhum partido atingiu votação suficiente para nomear isoladamente o novo primeiro-ministro, que substituirá o tecnocrata Lucas Papademos, líder nos últimos seis meses, após a renúncia de George Papandreou.
Ainda não há resultado definido: a expectativa é de que seja formada uma nova coalizão, capitaneada pelo líder do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, 60. O partido não elege um premiê desde 2007.
Mães do Bolsa Família terão novo benefício
Depois das medidas para estimular a indústria e para reduzir os juros, a presidente Dilma Rousseff encomendou a sua equipe um pacote de bondades na área social. Previstas para serem anunciadas no Dia das Mães, no próximo domingo, as propostas envolvem vários ministérios (Educação, Saúde e Desenvolvimento Social) e dependem do aval da Fazenda.
O foco é a primeira infância, que inclui crianças de zero a seis anos. Uma das medidas prevê um novo benefício para mães de baixa renda beneficiárias do Bolsa Família e que têm filhos nessa faixa de idade, como antecipou o jornal “O Globo” ontem.
Cabral tenta evitar depoimento na CPI
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), procurou a cúpula do seu partido em busca de apoio para evitar que seja convocado a prestar esclarecimento à CPI do Cachoeira sobre suas relações com a construtora Delta, um dos alvos da comissão.
Dois requerimentos foram apresentados à CPI pedindo a convocação de Cabral depois da divulgação de fotos e vídeos em que ele aparece ao lado do dono da empresa, Fernando Cavendish, em Paris e Monte Carlo.
A Delta entrou na mira da CPI porque investigações da Polícia Federal mostraram ligações entre ela e o empresário Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de explorar jogos ilegais e comandar um esquema de corrupção.
Delta acusa Maia de não ter pago empreiteira
O novo presidente do Conselho de Administração da Delta, Carlos Alberto Verdini, acusou o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) de ter deixado de pagar uma dívida à empreiteira relativa ao estádio do Engenhão, inaugurado em 2007.
A obra causou polêmica porque o orçamento inicial, de R$ 60 milhões, fechou em R$ 350 milhões, em valores da época.
A Delta é um dos alvos de CPI no Congresso que apura as relações do empresário de jogos de azar Carlos Cachoeira, porque investigações da PF indicam que ele ajudou a negociar contratos obtidos pela construtora.
Novo regime reduz prazo de licitação sem obter desconto maior
O novo modelo de licitação pública lançado há um ano para acelerar obras consideradas prioritárias pelo governo contribuiu pouco para reduzir os custos dos primeiros projetos contratados de acordo com as novas regras.
Os descontos obtidos nas seis primeiras licitações abertas após a mudança só superaram os que o governo costumava alcançar antes do novo modelo em dois casos.
Em 2011, o governo criou o RDC (Regime Diferenciado de Contratações) para acelerar obras ligadas aos dois megaeventos esportivos que o país sediará, a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
O novo modelo altera vários dispositivos da Lei de Licitações, de 1993, que continua em vigor e é usada para contratar obras e serviços que não estão associados aos dois eventos esportivos.
Estados cortam gasto e repasses com fim da ‘guerra dos portos’
Derrotados em votação no Senado, Santa Catarina e Espírito Santo anunciaram cortes em seus Orçamentos e em repasses para municípios, antevendo perdas de receita. Os dois Estados e Goiás terão que eliminar, em 2013, incentivos fiscais dados a empresas que importam produtos por seus territórios, a chamada “guerra dos portos”.
Industriais se queixavam que, com os benefícios, os importados pagavam menos imposto do que os produtos feitos no Brasil. O governo federal pressionou e senadores votaram pelo fim dos incentivos. Santa Catarina e Espírito Santo temem perdas de até R$ 1 bilhão por ano cada um.
O Globo
Socialista derrota Sarkozy e fala em recomeço na Europa
Numa disputa marcada pela crise econômica e após 17 anos de domínio da direita na França, o socialista François Hollande impôs ontem uma derrota ao presidente Nicolas Sarkozy, que já fala em abandonar a política. Hollande celebrou a vitória com a promessa de “um novo começo para a Europa” e destacou que a austeridade não é o único caminho contra a crise. “Estou certo que há alívio em muitos países europeus e esperança de que a austeridade não é mais uma fatalidade”, disse, prometendo levar a França a reorientar a Europa para o emprego. Anunciou que apresentará um pacto de crescimento aos líderes do continente, começando pela Alemanha, defensora da contenção de gastos. As urnas também devem mudar o rumo da gestão da crise na Grécia. Resultados parciais indicam uma grande fragmentação do Parlamento. Os dois partidos no governo perderam votos para os críticos do pacote imposto pelos credores. Para economistas, os resultados das eleições vão provocar mais incertezas nos mercados globais. As bolsas asiáticas já abriram em queda.
CPI discute se vai convocar três governadores
A CPI do Cachoeira deflagra, nesta semana, uma maratona de depoimentos, mas a batalha nos bastidores é sobre a convocação ou não dos governadores citados direta ou indiretamente nas investigações. O longo calendário de depoimentos – cujo ponto alto será o do próprio bicheiro Carlos Cachoeira, no próximo dia 15 – foi adotado como forma de ganhar tempo na discussão sobre chamar ou não os governadores Marconi Perillo (GO), Agnelo Queiroz (DF) e Sérgio Cabral (RJ), que tiveram seus nomes envolvidos no caso, mesmo que indiretamente.
Amanhã, o Conselho de Ética do Senado deve aprovar relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que pede abertura de processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), por seu envolvimento com Cachoeira. Quinta-feira, haverá depoimentos de representantes da PF e do Ministério Público.
Oposição tentará convocar novo presidente da Delta
A oposição quer ampliar as investigações da CPI do Cachoeira sobre a construtora Delta. O PPS informou ontem que vai propor a convocação do novo presidente da empreiteira, Carlos Alberto Verdini, que assumiu depois do afastamento de Fernando Cavendish do cargo.
Na quinta-feira passada, a CPI marcou para o fim de maio o depoimento de Claudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste que tinha relacionamento direto com o bicheiro Carlos Cachoeira, preso em Brasília. O PPS quer que Verdini explique a situação financeira da empresa e as negociações sobre sua venda. Nesta semana, O GLOBO revelou que a Delta está sendo vendida para a J&F Holding, que controla o frigorífico JBS.
Além disso, como integrante da CPI, o líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno (PR), pretende que Verdini esclareça suas ligações com o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Araújo, o Dadá, apontado pela Polícia Federal como integrante do esquema de Cachoeira. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, diálogo gravado pela PF, em 12 de abril de 2011, sugere proximidade entre Dadá e Verdini.
Poupança ainda é bom investimento
Mesmo com o ganho menor da poupança, especialistas dizem que, para quem tem até R$ 30 mil, a caderneta rende mais que os fundos. Só a partir desse valor, e se o dinheiro for aplicado por mais tempo, os fundos valem a pena.
No Maranhão, miséria e culto aos Sarney
Num estado em que 61% dos habitantes com 10 anos ou mais não completaram a educação básica, a família Sarney dá nome a 161 escolas. Os sinais da miséria continuam visíveis no Maranhão, onde o sarneísmo impera há cinco décadas.
Correio Braziliense
Os sem-direção
1.671 motoristas tiveram a carteira de habilitação suspensa, no DF, entre janeiro e março de 2012, um acréscimo de 72,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O Detran também cassou de 40 pessoas o direito de dirigir. Esse número é 42,8% maior do que o registrado nos três primeiros meses de 2011. Os motivos? A maioria das cassações deve-se à reincidência na prática de dirigir embriagado.
Vitória socialista na crise europeia
Dezessete anos depois, a esquerda volta a governar a França com a vitória de François Hollande sobre o presidente Nicolas Sarkozy, por 52% a 48% dos votos. O sentimento em diversos países europeus, disse o vitorioso, foi de “alívio e esperança”. Dilma Rousseff parabenizou o novo presidente e o convidou para a Rio+20.
A CPI vai ou não vai?
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira tem no calendário um risco em potencial de não chegar a lugar algum, caso essa seja a intenção dos parlamentares que compõem o colegiado, instaurado para investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e representantes de grandes empresas. No Congresso, deputados e senadores já demonstram preocupação com a proximidade das eleições municipais deste ano, em outubro, que podem servir como instrumento para frear os esforços da comissão para concluir as investigações. As apurações só devem terminar no começo de novembro.
Embora a largada da corrida por votos comece em 5 de julho, data de início oficial da campanha, tradicionalmente, os partidos começam o movimento eleitoral já em meados de maio, mês em que estão previstos os comparecimentos ao parlamento de personagens-chave da CPI, como Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Assinada por parlamentares governistas e da oposição, a CPI surge como risco iminente às pretensões eleitorais de todas as legendas, dada a imprevisibilidade dos rumos que ela tomará desta semana em diante, quando a investigação ganhará musculatura a partir da convocação dos principais suspeitos e da análise dos inquéritos originários das operações Vegas e Monte Carlo, ambas da Polícia Federal. E a prova real das urnas, historicamente, expõe a rejeição do eleitorado a candidatos cujos nomes tenham constado na lista de suspeitos em escândalos nacionais.
“Caverna” está na berlinda
Grupo de deputados e senadores que integram a CPI mista do Cachoeira se reúne no fim da tarde de hoje para decidir encaminhamentos contra as medidas restritivas tomadas pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), em relação ao acesso às informações do inquérito da Operação Vegas. O descontentamento é grande e a confusão que se aproxima parece maior ainda. Numa espécie de caverna, localizada no subsolo da sala onde funciona a comissão, só há três computadores para 32 integrantes. Não foi definido nenhum critério para acesso dos dados. O mais provável é que seja por ordem de chegada.
Gregos reagem nas urnas ao caos econômico
As duas forças políticas que governam a Grécia, o Pasok e a Nova Democracia, não conseguiram votação suficiente para continuar mandando no país.
Polêmica: evangélicos agem contra Judiciário
Para tentar evitar que o STF continue a decidir em favor de temas como a união gay e o aborto de anencéfalos, bancada evangélica se movimenta para aprovar a PEC que autoriza o Congresso a sustar atos normativos da Justiça.
Poupança foi preservada
Mesmo com as recentes mudanças, aplicação segue como o melhor investimento do país.
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