O Globo
CPI: doações de fornecedores da Petrobras
Dos onze senadores escalados para investigar supostos desvios de verba e de conduta na Petrobras, oito respondem a processos criminais no Supremo Tribunal Federal (STF) ou receberam doações de campanhas de empresas ligadas à estatal por contratos ou parcerias. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), provável relator da CPI da Petrobras, teve quase metade de sua campanha (R$ 200 mil) para o Senado, em 2002, bancada pela OPP, empresa petroquímica que foi incorporada à Braskem, da qual a Petrobras é sócia. Além disso, Jucá é acusado pelo Ministério Público Federal, com base em investigações da Polícia Federal, de compra de voto e desvio de recursos federais para obras. O inquérito tramita em segredo de Justiça.
PMDB retoma discussão do troca-troca de partidos
Um dia depois de enterrar a proposta de voto em lista fechada para as eleições proporcionais, o PMDB e os demais partidos governistas retomaram a discussão de uma “janela” para a troca de partidos de detentores de mandato – brecha para a infidelidade partidária. A estratégia é tentar aprovar até setembro a emenda constitucional que abre essa janela e, se não houver tempo hábil, recorrer ao polêmico projeto do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que reduz de um ano para seis meses antes da eleição a exigência de filiação partidária para concorrer. O PMDB assumiu nesta quarta a proposta de Cunha como sendo do partido.
MEC: 382 mil professores não poderiam dar aulas
Pelo menos 382 mil professores em atividade no Brasil não poderiam dar aulas, porque não têm diploma adequado. Nas escolas públicas e privadas, representam 20,3% do 1,8 milhão de docentes da educação básica (da creche ao ensino médio). Segundo o MEC, há docentes que não fizeram a licenciatura, só concluíram o ensino médio ou nem isso. Há 441 professores com escolaridade inferior à dos alunos: dão aulas no ensino médio, mas estudaram até o fundamental. O MEC anunciou uma prova nacional para avaliar futuros professores, além de 330 mil vagas em cursos de licenciatura e R$ 600 milhões para o piso do magistério.
Dólar ‘fura’ a barreira psicológica dos R$ 2
Pela primeira vez desde 1ºde outubro, o dólar foi abaixo de R$ 2. A moeda chegou a R$ 1,998, em queda de 0,99%. No fim do dia, voltou a R$ 2,015. O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que, o governo pode taxar com IOF investimentos estrangeiros na renda fixa para conter a enxurrada de dólares.
Governo dá mais incentivos para acelerar o PAC
Para dar embalo ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em ano pré-eleitoral, o governo abrirá linha de crédito de R$ 5 bilhões para empreiteiras que têm obras do programa.
O Estado de S. Paulo
Aditivos em contratos multiplicam custos em projetos da Petrobras
Auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam que a Petrobrás, protegida por um regulamento próprio, tem usado com frequência contratos turbinados por termos aditivos que elevam custos de obras e serviços da estatal. A suspeita de superfaturamento de R$ 81,5 milhões nas obras de terraplenagem da refinaria Abreu e Lima, em Recife, que foi incluída entre os contratos a investigar pela CPI da Petrobrás, é apenas um exemplo de como a estatal trabalha com orçamentos elásticos, legalizados por meio de aditivos aos contratos iniciais. Na construção e montagem do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, no Amazonas, o custo de uma das fases da obra já passou de R$ 1,2 bilhão para cerca de R$ 1,8 bilhão. Dois dos contratos do gasoduto, que somavam R$ 1 bilhão, foram “aditivados” em mais R$ 612 milhões.
Empresa diz que havia situação de ”emergência”
Petrobrás justificou os 24 aditivos feitos nas obras de reforma da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no valor de valor de R$ 1,16 bilhão, e no gasoduto Cabiúnas, em Macaé (RJ), alegando situação de “emergência”. A estatal afirma que o governo tinha pressa em adotar um Plano de Antecipação da Produção de Gás que reduzisse a dependência da Bolívia. A empresa sustenta que a “emergência foi resultado do grave risco de prejuízo da Petrobrás, em razão da ameaça de falta do gás natural pela crise política da Bolívia”. De acordo com a empresa, no caso da Reduc foi preciso replanejar os procedimentos por causa da “postergação substancial na entrega dos projetos executados por terceiros, alterações e acréscimos no escopo contratual”. A despeito dos atrasos, 80% das obras de modernização da refinaria já foram executados. Sua conclusão está prevista para 2013.
Para servidor, não é possível checar gasto de deputado
Responsável pelo controle dos comprovantes de gastos públicos com atividades parlamentares, o funcionário da Câmara Roberlan Tavares Costa disse ontem que a Casa não tem como fiscalizar a nova regra que impede o deputado de usar verba indenizatória, equivalente a R$ 15 mil, para contratar empresa própria ou de parentes até terceiro grau. Segundo Costa, a fiscalização vai confiar na declaração do deputado de que a norma está sendo cumprida. “É impossível verificar, a cada pagamento, se a empresa é de propriedade do deputado ou de parentes. A assessoria do deputado vai ter que levantar as empresas e não contratar”, disse Costa aos integrantes do Conselho de Ética que investigam o deputado mineiro Edmar Moreira (sem partido-MG), suspeito de apropriação indevida da verba indenizatória, usada em 2007 e 2008 principalmente para pagar serviços de segurança. O deputado contratou duas empresas de sua propriedade, a Itatiaia e a Ronda.
PT ameaça investigar gestão da Petrobrás no governo FHC
Futuro integrante da CPI da Petrobrás, o senador João Pedro (PT-AM) defendeu ontem que a comissão de inquérito investigue supostas irregularidades ocorridas na estatal no governo Fernando Henrique Cardoso. Com ampla maioria na CPI, o governo deixou claro que vai para o enfrentamento com a oposição: indicou sua tropa de choque para participar das investigações e blindar a Petrobrás e, agora, faz ameaças. A comissão parlamentar de inquérito será instalada na terça-feira, quando serão escolhidos presidente e relator. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), era ontem o mais cotado para assumir a relatoria. “Acho que temos de ir no passado da Petrobrás e investigar coisas como o acidente da plataforma P-36, gestores da estatal durante o governo Fernando Henrique, além de outros acidentes graves que ocorreram”, afirmou ontem João Pedro, que é cotado para presidir a CPI, assim como a líder do governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC).
Dnit também será alvo de comissão no Senado
Não bastasse a CPI da Petrobrás, o governo terá de preparar uma nova ofensiva contra a oposição para dominar a Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar denúncias contra o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). O requerimento de criação da CPI, apoiado por 30 senadores, três além dos 27 necessários, foi entregue ontem à Secretaria-Geral do Senado. O autor da proposta, senador Mário Couto (PSDB-PA), prevê que a instalação dos trabalhos se dará na primeira quinzena de junho, logo após a leitura do requerimento no plenário, na semana que vem.
Minc e ruralistas trocam ofensas
Os desentendimentos entre ruralistas e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, antes restritos às questões ambientais, descambaram ontem para agressões e ofensas entre as duas partes. Num ato de agricultores familiares em frente ao órgão que dirige, Minc defendeu tratamento diferenciado para eles no Código Florestal. E sugeriu que ficassem longe dos ruralistas, porque estes, segundo ele, não são confiáveis. Os ruralistas reagiram imediatamente. Com um boné da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das entidades que organizaram o Grito da Terra e promoveram manifestações, em Brasília, Minc afirmou que a boa aliança é com o meio ambiente e não com os ruralistas. E atacou os representantes do agronegócio. “Os ruralistas encolheram o rabinho de capeta e agora fingem defender a agricultura familiar. É conversa para boi dormir. Não se deixem enganar. São vigaristas. Não é a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) que fala em nome da agricultura familiar, é a Contag e outros movimentos sociais”, disse Minc. Em seguida, o líder do DEM na Câmara e um dos defensores da bandeira dos ruralistas, Ronaldo Caiado (GO), foi à tribuna rebater Minc. “Esse ministro não tem moral para criticar os ruralistas. Ele tem ligação com o tráfico da Rocinha e do Morro do Borel, tanto para se manter financeiramente quanto para o consumo”, atacou Caiado. Minc não quis responder a Caiado.
Juízes federais veem ”censura” em resolução
Juízes federais revelaram ontem apreensão diante de resolução do Conselho da Justiça Federal (CJF), que os proíbe de divulgar “informações contidas em processos de publicidade restrita a terceiros ou à imprensa”. Eles alegam que a regra constitucional garante transparência, ressalvados os dados sobre os quais se impõe o sigilo legal – interceptação telefônica, movimentação bancária e declarações fiscais. A resolução foi decidida por unanimidade na sessão de sexta-feira do CJF, formado por 5 ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelos presidentes dos 5 Tribunais Regionais Federais. A audiência foi presidida pelo presidente do STJ, César Asfor Rocha, sob relatoria do corregedor-geral da Justiça Federal, Hamilton Carvalhido.
Anistia vê direitos violados no País
O projeto de crescimento econômico do Brasil esbarra em novos casos de violações dos direitos humanos, além dos abusos já existentes, aponta a Anistia Internacional. “Na política de expansão econômica do Brasil, como no próprio PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), há falta de consideração das necessidades das populações mais carentes”, afirmou o pesquisador da Anistia para as Américas, Tim Cahill. Os casos mais graves, afirma Cahill, estão no Rio, com operações policiais “violentas e discriminatórias”. Ele avalia que a construção de muros em favelas, pelo governo de Sérgio Cabral, é “um símbolo da maneira como o Estado tem tratado o problema das comunidades mais vulneráveis”. “É a exclusão da comunidade (da favela) do resto da sociedade.”
Cartaz contra desaparecidos irrita deputados
Um cartaz pendurado na porta do gabinete do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) está causando polêmica na Câmara. Deputados do PC do B ficaram indignados diante da imagem de um cachorro mordendo um osso sob a mensagem “Desaparecidos do Araguaia, quem procura osso é cachorro.” Trata-se de um “recado” aos setores da esquerda que defendem a abertura dos arquivos da ditadura, além da recuperação dos restos mortais de militantes que participaram da guerrilha rural liderada pelo PC do B nos anos 70. Único parlamentar a defender abertamente a ditadura militar, Bolsonaro afirma que está fazendo um protesto contra as indenizações “bilionárias” concedidas aos ex-presos políticos. “A mentira deles não é a verdade da história. O povo tem de dar graças a deus aos militares. Tenho o direito de me expressar”, diz o parlamentar.
Correio Braziliense
Jogada presidencial
Com a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, governistas do Senado discutem a possibilidade de deixar o PT de fora da relatoria e da presidência da CPI da Petrobras. A ideia foi colocada sobre a mesa de negociação como forma de ajudar nos esforços para “distensionar” a relação entre petistas e peemedebistas. Além disso, serviria para aumentar a responsabilidade de outras legendas aliadas nos esforços para impedir que a investigação parlamentar atinja o Palácio do Planalto. A proposta prevê que o relator da comissão seja o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), considerado um dos quadros mais talhados na arte de desatar nós, sejam relacionados à tramitação de matérias, sejam a denúncias, contra o governo ou contra ele mesmo.
Troca de relatores
Na definição da base aliada no Senado sobre a composição da CPI da Petrobras, os adversários do Palácio do Planalto aproveitaram para emplacar um representante na relatoria da CPI das ONGs. Sob a batuta de Inácio Arruda (PCdoB-CE), essa comissão se arrasta há quase dois anos e pouco barulho produziu. A oposição guarda esperança de imprimir novo ritmo à investigação, que tem uma das linhas de apuração voltada para os convênios firmados entre o governo federal e as entidades sem fins lucrativos.
Renan volta a dar as cartas no Congresso
Renan Calheiros mais uma vez dá as cartas no Senado, gostem ou não os desafetos. Depois de escapar pelo voto secreto de dois processos de cassação de mandato — um antes e outro depois de renunciar à presidência do Senado —, amargou um ano de ostracismo político e voltou a ser o parlamentar mais importante da República. O futuro da CPI da Petrobras, que será instalada na próxima terça-feira, depende dos acordos do governo e da oposição com Renan. De igual maneira, todas as votações importantes para o governo na Casa também passarão por negociações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o líder do PMDB, sem intermediários. Foi esse o recado que mandou durante negociações para a formação da CPI.
Oposição recua, mas quer criar uma CPI “paralela”
Sem conseguir forçar o governo a aceitar um acordo sobre o comando da CPI da Petrobras, a oposição foi obrigada a recuar da estratégia de dificultar votações no Senado. Logo no primeiro dia depois do anúncio de fazer obstrução, PSDB e DEM se depararam com propostas de apelo popular que acabariam causando prejuízo na imagem dos dois partidos. Tucanos e democratas decidiram, então, ajudar o governo na aprovação em plenário do novo salário mínimo de R$ 465, do programa que coloca dinheiro nas escolas para a educação básica da rede pública, e da injeção de capital no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Thomaz Bastos nega que houve mensalão
Na terceira rodada dos depoimentos do mensalão na Justiça Federal, ocorrida ontem em São Paulo, uma das principais testemunhas de defesa do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT), o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, disse que a compra de votos de deputados da base aliada do governo nunca existiu. No processo em que quase 40 pessoas aparecem como réus, Dirceu é apontado como suposto comandante do “negócio” que o derrubou do governo. Ao todo, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), 500 testemunhas de defesa devem ser ouvidas até o fim do ano.
Novo afago nos peemedebistas
Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestar aos seus interlocutores simpatia pela hipótese de o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), vir a compor a chapa presidencial de Dilma Rousseff (PT), os tucanos reagem. O governador Aécio Neves (PSDB) disse ontem que o seu partido está muito mais próximo do PMDB nos estados do que os petistas. “Se analisarmos do ponto de vista regional, se fizermos uma contabilidade, há proximidade natural maior do PMDB com o PSDB em mais estados do que há essa harmonia com o PT”, afirmou. Segundo o governador, por um equívoco da legislação eleitoral, não há mais verticalização das coligações, prevalecendo nas coligações acertos regionais e não a lógica nacional, que neste momento faz do PMDB base de sustentação do governo Lula.
Folha de S. Paulo
Sistema Petrobras privilegia PT em doações a candidatos
Pelo menos nove empresas ligadas à Petrobras doaram R$ 8,53 milhões para campanhas eleitorais em 2006 e 2008, a maior parte em benefício de petistas, embora a estatal seja proibida por lei de financiar candidatos e partidos. As empresas integram o que a estatal chama de “Sistema Petrobras”: na maioria delas, a petrolífera tem participação acionária, indica diretores e participa de conselhos. Em pelo menos uma, a petroquímica Braskem, representantes da Petrobras no conselho de administração participaram da aprovação de doações. A estatal tem 23,78% do capital da empresa. A legislação eleitoral proíbe estatais de doar, mas é omissa quanto às contribuições das empresas das quais elas são acionistas minoritárias. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, para que a corte tenha uma posição firmada sobre o assunto será preciso que seja provocada em um caso específico.
Estatal diz que, como acionista, não decide doação
A Petrobras afirmou que as empresas que controla (subsidiárias ou em que é majoritária) não fazem doações eleitorais. Disse ainda que, no caso daquelas em que é acionista, não decide sobre as contribuições eleitorais, embora integre o conselho e indique diretores. “A Petrobras, suas subsidiárias e controladas não fazem doações eleitorais. Na Braskem, Quattor Participações, Quattor Químicos Básicos (antiga Petroquímica União), Rio Polímeros, Polietilenos União e Quattor Petroquímica, todas com gestão privada, a Petrobras participa dos conselhos de administração e fiscal. Nessas empresas, a Petrobras não possui ingerência na gestão executiva e seus conselhos não deliberam sobre doações eleitorais.”
Lula tenta blindar Dilma na CPI da Petrobras
O governo escolheu a dedo os integrantes da CPI da Petrobras para ter controle total do trabalho da comissão, que começa oficialmente na próxima terça-feira. A principal missão dos oito titulares e cinco suplentes governistas será proteger dos ataques da oposição a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), escolhida de Lula como pré-candidata à Presidência.
Além de blindar Dilma, que é presidente do Conselho da Petrobras e mentora do atual modelo energético do país, os governistas querem dominar desde a análise de requerimentos até vazamento de documentos.
Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de contar com os líderes do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), entre os titulares. Os dois são cotados para presidir e relatar a CPI, respectivamente. Também são opções João Pedro (PT-AM), como presidente, e Paulo Duque (PMDB-RJ), como relator.
Pelo regimento, o presidente é eleito pelos membros da CPI. A seguir, ele nomeia o relator.
Em 17 anos, Collor passa de investigado a investigador
Indicado pelo PTB para integrar a CPI da Petrobras, o senador Fernando Collor (AL) acabou renunciando à Presidência em 1992 após ser acusado de cometer crime de responsabilidade pela CPI sobre PC Farias.
A comissão foi criada em razão de uma disputa familiar. Em 1991, o empresário Paulo César Farias -caixa da campanha de Collor em 1989- comprou o jornal “Tribuna de Alagoas”, para concorrer com a “Gazeta de Alagoas”, de Pedro Collor, irmão do presidente. Logo Pedro passou a questionar a origem dos recursos de PC até que, em maio de 1992, disse à revista “Veja” que PC era o testa-de-ferro do presidente e ficava com 30% das propinas recolhidas de empresários -fato negado por Collor.
Senadores recebem auxílio irregularmente
Três senadores receberam auxílio-moradia de R$ 3.800 mesmo morando em apartamentos funcionais do Senado. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que mora em seu próprio imóvel, também recebeu o auxílio, mesmo tendo à disposição a residência oficial e fazendo uso dela.
A Folha teve acesso a uma lista sigilosa de senadores que ganham o auxílio-moradia. João Pedro (PT-AM), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Gilberto Gollner (DEM-MT) receberam o benefício apesar de morarem em apartamentos funcionais cedidos pelo Senado, o que não é permitido pela legislação. Depois de procurados pela reportagem, todos pediram o cancelamento do auxílio. Anteontem, a Folha revelou que o Senado paga ilegalmente auxílio-moradia para 42 senadores. O ato que regulamentava o benefício foi revogado em dezembro de 2002. Ainda que o instrumento legal valesse, os quatro senadores estariam em situação irregular, pois somente os congressistas sem imóvel funcional podem receber o benefício.
Para Thomaz Bastos, mensalão não existiu
Dois ex-ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva que foram ouvidos ontem como testemunhas de defesa no processo do mensalão, Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Aldo Rebelo (Coordenação Política), disseram acreditar que o esquema de pagamento a congressistas da base em troca de apoio ao governo não existiu. Bastos e Rebelo foram convocados como testemunhas do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP). “Minha convicção é de que não [existiu]”, disse Bastos, ao ser questionado sobre o mensalão. Segundo ele, sua convocação foi para um “depoimento sobre imagens, sobre pessoas”. Bastos elogiou Dirceu. “É um sujeito disciplinado, preparado, nunca o vi trabalhar menos de 12 horas na Casa Civil.”
Há resistência ao Brasil, afirma Ellen Gracie
Para Ellen Gracie Northfleet, ministra do Supremo Tribunal Federal, o Brasil “foi mais prejudicado por suas qualidades do que por seus defeitos” na escolha do novo membro da corte de apelação da Organização Mundial do Comércio. O cargo, pleiteado por ela, acabou ficando com o advogado mexicano Ricardo Ramirez. “O Brasil é o “new kid on the block'”, afirma.
“E isso gera resistências.” Em sua primeira entrevista sobre o episódio, Ellen rejeita atribuição de culpa ao Itamaraty -sobre o qual pesam outras derrotas recentes em disputas por cargos internacionais. Segundo ela, o time do chanceler Celso Amorim “foi impecável”. “Essas escolhas não são simples. Não são um Gre-Nal”, compara a gaúcha. Ela também refuta a ideia de que lhe faltava conhecimento específico, em contraste com o currículo de Ramirez. “É um cargo de juiz. E isso eu faço há mais de 20 anos. Me preparei durante estes últimos seis meses com a seriedade necessária. Respondi a todas as perguntas que me foram feitas. Não houve nada que me embaraçasse.”
PF vê ligação de libanês com a Al Qaeda
Investigações da Polícia Federal sobre a atividade do libanês K. chegaram à conclusão de que ele tem ligações com a organização terrorista Al Qaeda. K., acredita-se, é o responsável mundial pelo “Jihad Media Battalion”, uma organização virtual que é usada como uma espécie de relações públicas on-line da Al Qaeda, propagando pela internet, em árabe, ideais extremistas e incitando o povo muçulmano a combater países como os EUA e Israel. Para a PF, K. não é membro da alta hierarquia da Al Qaeda. De São Paulo, sempre segundo a avaliação da cúpula da PF, o libanês mantinha contato com pessoas ligadas à organização terrorista em pelo menos quatro países, um deles da Ásia.
Sua função não estava ligada ao braço armado da organização, mas a PF suspeita de que ele tenha tratado, em discussões pelo fórum, de alvos potenciais de atentados, chegando a distribuir tarefas a outros membros da organização.
Incra vai vistoriar cumprimento de leis ambientais e trabalhistas
O governo federal anunciou ontem que técnicos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) responsáveis pela vistoria de terras passíveis de desapropriação para a reforma agrária vão avaliar, além da produtividade da área, se o fazendeiro cumpre a legislação ambiental e trabalhista do país. A medida foi anunciada por um grupo de ministros -entre eles Dilma Rousseff (Casa Civil)- aos representantes da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), que reuniu nesta semana cerca de 4.000 integrantes em Brasília para cobrar medidas para a reforma agrária e para a agricultura familiar.
Sem apoio da base, discussão de reforma política é enterrada
O plenário da Câmara não votou ontem o requerimento de urgência para análise do projeto da reforma política, que tinha sido acordado na semana passada. Com isso, o financiamento público de campanha e a votação em lista fechada (em que o eleitor vota no partido e não no candidato) não serão analisados neste momento pela Casa. Os principais partidos de oposição ao presidente Lula criticaram a quebra do acordo para votar ontem o requerimento, que foi assinado apenas por DEM, PSDB e PPS. Pressionados pelas pequenas e médias legendas -PP, PTB e PR-, as siglas da base resolveram não apoiar o documento, que não conseguiu as assinaturas suficientes para ir ao plenário.
Greves de servidores desafiam governo Serra
Numa amostra do que o espera até as eleições, o governador de São Paulo e potencial candidato do PSDB à Presidência, José Serra, enfrenta a partir de amanhã manifestações do funcionalismo público. Queixando-se de falta de diálogo, sindicatos de servidores convocaram para amanhã uma paralisação por maiores salários. A convocação é geral, mas deve ter maior adesão dos professores. Atribuindo à crise as dificuldades para concessão de reajuste, integrantes do governo apostam no esvaziamento do protesto e enxergam inspiração política no movimento. A tensão é acirrada por uma queda-de-braço entre governo e outros Poderes. Legislativo e Judiciário decidiram conceder reajuste de 6% aos funcionários.
Jornal do Brasil
Em 2009, brasileiro só pagou impostos
O brasileiro gasta 147 dias de salário com tributos federais, estaduais e municipais. Isso significa que o contribuinte trabalhou desde o início do ano até ontem só para pagar impostos. Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário mostra que na Espanha são 137 os dias de trabalho por ano aplicados em taxas; nos EUA, 102; e na Argentina, 97. Ficamos atrás da Suécia, com 185 dias, e da França, com 149. Por incrível que pareça, o número de dias trabalhados para pagar impostos caiu levemente: ano passado foram 148. A primeira queda desde 1996.
Coreia do Norte rompe armistício
A Coreia do Norte anunciou o rompimento do tratado que, em 1953, pôs fim a guerra com a Coreia do Sul e os EUA. Uma ameaça de ação militar contra os vizinhos do sul, que se dizem dispostos a vistoriar navios na região. A tensão começou com o segundo teste nuclear realizado pelo norte no início da semana. Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton reiterou que defenderá a Coreia do Sul em conflito armado.
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