Mário Coelho
O senador paranaense Alvaro Dias está perto de ser escolhido como o candidato
a vice-presidente do PSDB, José Serra, formando uma chapa pura tucana. O
presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi o primeiro a anunciar, em seu
perfil no Twitter, a escolha de Dias. O Congresso em Foco
confirmou com assessores do PSDB a escolha de Dias. A confirmação
oficial, porém, depende de uma conversa do presidente do PSDB, Sérgio Guerra,
com os líderes do DEM, principal parceiro dos tucanos. Se o DEM interpuser algum
obstáculo, a escolha pode ser refeita.
“Falei agora com o Sergio Guerra. O vice será o Alvaro Dias”, afirmou
Jefferson. Segundo o presidente do PTB, o partido está de acordo com a escolha.
O DEM, porém, não gostou, e espera que a decisão seja revertida. O ex-deputado
disse também que Sérgio Guerra está, neste momento, viajando para o Rio de
Janeiro. “O Sergio me consultou sobre o Alvaro Dias. PTB de acordo, ele estava
viajando para conversar com o Rodrigo Maia.”
Também pelo Twitter, o líder do PSDB no Senado, Árthur Virgílio (AM), elogiou
a escolha do partido. “Ótima escolha. Figura limpa, nome nacional, une o Paraná,
querido no país todo”, disse o tucano.
Caso confirmada, a escolha de Alvaro Dias ocorre após ele perder a indicação
do partido para disputar o governo do Paraná. Preterido pelo ex-prefeito de
Curitiba Beto Richa, ele não deixou de demonstrar insatisfação com a decisão do
partido no estado. Além disso, em 2002, o tucano apoiou Lula contra Serra na
eleição presidencial. Na época, ele estava no PDT após ser expulso do PSDB ao
assinar uma CPI contra o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Agora,
porém, Alvaro Dias é um dos principais e mais agressivos nomes na oposição ao
governo Lula no Congresso. Numa conversa há algumas semanas com o
Congresso em Foco, Alvaro Dias cobrou da campanha de Serra uma
postura mais agressiva. Para o senador, a estratégia para reverter a tendência
de crescimento de Dilma Rousseff, do PT, era explorar de forma mais contundente
as contradições impostas pelo estilo “metamorfose ambulante” de Lula, ou seja,
as várias coisas que o PT sempre condenou e opôs-se, mas que começou a fazer
depois que se tornou político.
Da
metamorfose à continuidade
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