Edson Sardinha |
Os parlamentares da base governista revelam maior apetite pela administração municipal do que os colegas da oposição. Um em cada cinco congressistas filiados a partidos aliados do Planalto é candidato na eleição de outubro. O gabinete de prefeito só desperta, no momento, o interesse de apenas um em cada onze oposicionistas. Ao todo, 83 deputados e seis senadores devem confirmar hoje, último dia para o registro das chapas na Justiça Eleitoral, suas candidaturas. Com isso, 430 deputados e 75 senadores terão de arranjar outra desculpa, que não os compromissos de campanha, para justificar suas eventuais ausências em Brasília durante o segundo semestre. Publicidade
O aguardado esvaziamento do Congresso a partir de agosto só se confirmará, portanto, se deputados e senadores deixarem suas obrigações parlamentares para atuarem como cabos eleitorais de candidatos a prefeito e vereador em seus municípios – gesto de solidariedade quase sempre retribuído nas eleições gerais, quando o apoio das autoridades políticas locais é fundamental para a reeleição de deputados e senadores. Leia também Publicidade
Entre os congressistas candidatos, apenas 15 são de partidos da oposição (PFL, PSDB e PDT). PublicidadeO PT, por outro lado, é a legenda que mais aposta na candidatura de parlamentares este ano. Os petistas, que pretendem quadruplicar o número de municípios que controlam atualmente (201), concorrem com deputados em 21 municípios. A senadora Ana Júlia (PA) é o nome da legenda na disputa em Belém, cidade administrada pelo PT há oito anos. Na seqüência, aparece outro governista, o PTB, com 12 parlamentares na corrida eleitoral. Um deles, aliás, o deputado Ronaldo Vasconcellos (MG), é candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) em Belo Horizonte. Outros oito petebistas que se apresentavam como pré-candidatos ficaram pelo caminho. Caso do deputado Jovair Arantes (GO), que desistiu da candidatura para também apoiar o PT em Goiânia. Segunda maior bancada do Congresso, com 100 cadeiras, o PMDB vai para a disputa com apenas sete deputados federais e o senador João Batista Motta (ES), candidato em Serra, município da região metropolitana de Vitória. O principal objetivo do PMDB, aliás, nem chega a ser a prefeitura, mas a vice. O presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), pôs mais combustível na incendiária disputa pela capital paulista ao desistir da candidatura própria e concorrer como vice na coligação encabeçada pela deputada Luíza Erundina (PSB). Situação semelhante viverão os deputados Vanessa Grazziotin (PCdoB) e Humberto Michiles (PL), parceiros na disputa pela prefeitura de Manaus. Colaborou: Tarciso Nascimento |
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