Mário Coelho
Os deputados distritais elegeram há pouco o deputado distrital Raimundo Ribeiro (PSDB) como corregedor ad hoc da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O tucano foi secretário do governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido), por duas oportunidades. Candidato de consenso entre base e oposição, ele teve 14 votos favoráveis, sete abstenções e três ausências – não compareceram à sessão os distritais Júnior Brunelli (PSC) e Leonardo Prudente (DEM), que estão licenciados, e Benício Tavares (PMDB). Ribeiro terá a missão de analisar os processos por quebra de decoro contra oito parlamentares envolvidos no mensalão do Arruda.
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Na sua primeira entrevista como novo corregedor, Ribeiro disse que não vai julgar casos “pelo atacado”. “Cada caso é um caso. Não se julga por atacado nem se relata por atacado. Temos que relatar caso a caso até porque me parece que cada caso tem sua especificidade”, afirmou o corregedor, que vai substituir Brunelli na função. Ele, que está afastado por conta de uma licença médica, é um dos oito parlamentares citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora por receber o mensalão do Arruda.
No seu discurso na tribuna da Câmara, Ribeiro solicitou ajuda aos deputados Chico Leite (PT), Alírio Neto (PPS) e Bispo Renato (PR) por causa do “conhecimento jurídico” dos três. “Estou recebendo agora essa função. Procurarei exercê-la com a transparência e isenção que sempre marcaram a minha atuação, inclusive quando fui secretário de Justiça”, afirmou. “A sociedade espera da Câmara Legislativa resposta aos seus anseios pelo que tivemos que assitir nos últimos dias.”
Além dos processos envolvendo os deputados do mensalão do Arruda, Ribeiro terá que analisar outro processo por quebra de decoro. Ele atinge o presidente em exercício da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT). Protocolado pelo advogado David de Souza, o documento questiona a postura do petista em dois episódios. O primeiro é a permanência dos manifestantes dentro do plenário da Casa por seis dias, que “colocou em perigo a integridade física dos servidores e deputados”. E o segundo é baseado em uma reportagem do Correio Braziliense publicada no último domingo (6), que mostra a aprovação de um projeto que beneficiou o filho do deputado Leonardo Prudente, dono de uma empresa de coleta de lixo hospitalar.
A escolha de Ribeiro coloca um antigo aliado de Arruda no cargo de corregedor. Formado em direito pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal (AEUDF) em 1979. Ele trabalhou no gabinete de Arruda no mandato de senador, entre 1997 e 2000. Depois, em 2007, assumiu a secretaria de Justiça e Cidadania quando o governador assumiu o poder. Licenciado duas vezes para trabalhar no Executivo, reassumiu o mandato no meio do ano.
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