Parte da base aliada na Câmara já sabia, na noite de ontem (21), que o governo preparava uma medida provisória para combater os reflexos da crise internacional no Brasil. Segundo o presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ele foi avisado do assunto ao final da Comissão Geral que ouviu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meireles.
Chinaglia afirmou na tarde de hoje (22) que o líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), lhe contou a notícia, mas sem detalhar o conteúdo da proposta em estudo.
Hoje, deputados da oposição criticaram Mantega por saber do tema e não ter avisado os parlamentares ainda ontem (
leia). A MP 443, publicada hoje, oferece dinheiro público para socorrer bancos com problemas de liquidez (
leia).
Chinaglia não entrou na questão e disse que isso era uma decisão do Executivo. “Cabia ao governo falar ou não sobre essa MP aos parlamentares”, avaliou o presidente da Câmara.
Ele afirmou que a MP 443 não significa que a crise foi admitida pelo Palácio do Planalto. Para Chinaglia, pode ser que o governo tenha se antecipado ao tema ou que a equipe econômica está agindo, o mais rápido possível, para corrigir problemas observados pelos bancos.
Henrique Fontana está no Rio Grande do Sul e, até o fechamento deste texto, não tinha retornado o telefonema do Congresso em Foco.
Cautela
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), pediu “cautela” nas críticas da oposição às medidas anticrise. “No mundo inteiro, governo e oposição estão se dando as mãos”, afirmou ele, na tarde desta quarta-feira, ao desejar a mesma união entre os congressistas do Brasil.
Em resposta, o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse que a intenção da oposição é colaborar. Mas condenou o fato de ter sido usada uma medida provisória, que põe uma norma em vigor antes da análise do Congresso. “Não aceitamos a imposição de pensamentos por MP”, reclamou. (Eduardo Militão)
Deixe um comentário