Seis meses após a entrada em vigor da reforma trabalhista, os sindicatos viram a arrecadação murchar 88% nos quatro primeiros meses deste ano. Só em abril, o faturamento das entidades foi de R$ 102,5 milhões, o que representa 90% a menos que em 2017.
A mudança ocorre pela extinção do imposto sindical, que antes era obrigatório e consistia na cessão de um dia de trabalho por ano a sindicatos, associações e federações que representam as categorias. A contribuição ainda existe, mas passou a ser feita de forma voluntária pelos trabalhadores.
<< Centrais apostam em duas frentes para restabelecer o imposto sindical
Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e foram compilados pelo jornal O Estado de São Paulo.
Em contrapartida aos números negativos, a reportagem aponta que houve aumento de filiações nos sindicatos. A entidade que representa os funcionários da construção civil em São Paulo (Sintracon-SP) registrou 69 mil cadastrados em abril deste ano, ante 19 mil em dezembro de 2017.
Um dos motivos para o crescimento do número de filiações, segundo o Estadão, foi o aumento de ações de rua promovidas pelos sindicatos. Com menos recursos em caixa, as entidades retornaram à base e passaram a focar em trabalho de campo junto aos trabalhadores.
O aumento da insegurança gerada pelos novos acordos de trabalho e o desemprego ainda na faixa dos 13% também são apontados pela reportagem como razões que levam os trabalhadores a procurarem os sindicatos com maior intensidade.
Há sindicatos sérios, porém uma grande maioria que negocia diretamente com os patrões, também negocia benesses pra si próprios. Agora quero ver melhorar a “prestação de serviços” dos sindicatos para com os sindicalizados.