Após os rumores de fortalecimento da terceira via, além da polarização política esperada nas eleições de 2022, o Partido dos Trabalhadores só enxerga uma única via: Luiz Inácio Lula da Silva. A chamada “terceira via” surgiu como uma rota de fuga dos dois maiores nomes cotados para concorrer às eleições presidenciais, o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Para o líder do PT na Câmara, Bohn Gass (PT-RS), outra via, fora Lula, não terá chance contra o petista no próximo ano.
“O aspecto da terceira via, a segunda via é um negócio que não tem futuro, porque nós temos uma via forte que é via Lula. Se você tem uma primeira via boa, para quê buscar uma segunda ou terceira via?”, disse ao Congresso em Foco.
O deputado entende, também, que a volta de Lula é o caminho para a reestruturação econômica no país. “Nós entendemos que a primeira via que é o Lula, que é a via do desenvolvimento, do emprego, da democracia e do respeito, ela é fundamental. Não vai ter espaço pra outras vias quando tu tem uma via tão boa que a via a primeira via que é do Lula”.
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Ansiosos pela construção de uma nova saída, centro e direita tentam emplacar um nome forte capaz de fazer frente a Jair Bolsonaro e ao ex-presidente petista. No entanto, ainda devem percorrer um longo caminho.
Caminho esse que passa, inclusive, pela capacidade de mobilização de militância.
Nos bastidores, é revelado que o objetivo da articulação centro-direita é unir uma classe de eleitores que se encontram perdidos entre a reeleição de Bolsonaro e consequentemente, a extrema-direita e nem Lula e o PT.
No último dia 12 de setembro, foram convocados atos pelo MBL, Vem pra Rua. A manifestação foi uma espécie de “teste” para um novo trilho. Ao contrário de senso de esquerda e direita, os movimentos adotaram o lema “nem Lula, nem Bolsonaro”, o que resultou em atos esvaziados, aumentando a pressão de uma possível nova via.
Pesquisas eleitorais
As últimas pesquisas eleitorais mostram um aumento no índice de rejeição de Jair Bolsonaro e as chances de Lula de retorno à presidência, embora ele também tenha taxa alta de rejeição.
No Datafolha, o petista abre larga vantagem sobre o atual chefe do executivo na disputa presidencial tanto no primeiro como no segundo turno. Na simulação de segundo turno, Bolsonaro perde em todos os cenários aferidos, para Lula, Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
Nesse cenário, Lula tem 56% das intenções de voto, índice inferior aos 58% registrados na última pesquisa. Já o atual presidente da República registrou 31% das intenções de voto. O levantamento possui o nível de confiança em 95% e a margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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