Desde o início da CPI da Covid, já passaram pela cadeira da comissão de inquérito 36 pessoas para depoimento. A comissão já fez mais de mil requerimentos de informação e tem em sua posse o equivalente a cerca de 20 milhões de gigabytes em documentos guardados na sua sala-cofre. Enquanto isso, do lado de fora das suas salas, mais de 20 milhões de pessoas contraíram a covid-19 e mais de 560 mil faleceram em consequência da doença. Na segunda semana depois do retorno do recesso, a CPI promete mais emoções, com o depoimento, entre outros, do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Veja aqui o segundo vídeo do documentário produzido pelo Congresso em Foco com os principais lances da CPI da Covid:
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Três linhas básicas orientam a investigação que vem sendo conduzida até agora. A primeira linha apura as consequências do negacionismo do governo na evolução da pandemia. A defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada, contrária às medidas de isolamento e a cuidados como o uso de máscaras. Essa linha de investigação inclui o que aconteceu em Manaus no início do ano, quando pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio. A CPI investiga se no Amazonas instalou-se uma espécie de laboratório do chamado “tratamento precoce” com o “kit covid”, o conjunto de remédios sem eficácia, como a hidroxicloroquina. Mesmo um aplicativo, o Tratecov, indicando tais medicamentos, teria sido ali usado.
A segunda linha de investigação surgiu depois de denúncia feita pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) e por seu irmão, Luís Ricardo, funcionário do Ministério da Saúde. Aponta para as tentativas que foram feitas de aquisição de vacinas pelo ministério por meio de atravessadores. São entre esses intermediários que estão o reverendo Amílton de Paula e o cabo da PM Luís Paulo Dominguetti. Há, nessa intermediação, a denúncia de pagamento de propina ao ex-secretário de Logística do ministério Roberto Dias.
Finalmente, a terceira linha da apuração investiga a produção de fake news sobre a covid. Quem produziu tais notícias falsas, quem disseminou, se há a participação do chamado Gabinete do Ódio nesse processo.