Jose Antonio Loyola Fogueira*
Nos últimos meses de 2019, o mundo recebeu a noticia de que um surto de pneumonia assolava a cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China, o que se sabia neste momento é que se tratava de uma nova cepa do coronavírus, que antes nunca tinha atingido os seres humanos. Já nos primeiros meses de 2020 a OMS, alerta ao mundo de que o surto da doença restrita a China, agora já é classificada como uma pandemia, e faz uma serie de recomendações a todas as nações do mundo na tentativa de controlar e diminuir os efeitos letais desta nova doença.
Entre janeiro e março de 2020 as autoridades mundiais de saúde, já sabiam que esta nova doença era derivada de uma cepa do vírus da família dos coronavírus, anteriormente chamado de 2019-nCoV , já em fevereiro definitivamente nominado SARS-CoV-2. As autoridades correm em uma atividade frenética para que protocolos sejam traçados, implementados e executados por todos as nações do mundo, visto a alta transmissibilidade do vírus, pelo aparelho respiratório, e contaminação de mãos e superfícies fixas, torna-se consenso o uso de mascaras descartáveis em todos ambientes, distanciamento social, uso de álcool em gel para desinfecção de mãos e objetos.
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Já estamos no final de fevereiro de 2020, e no mundo são milhares de casos da doença, no Brasil é confirmado o primeiro caso de Covid 19, o que em poucos messes toma todo território nacional. Além da alta taxa de mortalidade em um publico especifico (idosos), os impactos sociais e econômicos são inevitáveis, e o Governo Federal corre para traçar medidas que mitigassem os impactos da Covid 19, na sociedade brasileira, como o auxilio emergencial, linha de credito especial para pequenos comércios e outras medidas não tão eficazes. Enquanto isso as estratégias do Ministério da Saúde no combate a pandemia da Covid 19, são tímidas e carecem de uma unidade entre governo federal e os entes federativos da nação.
Diante das inúmeras e incessante negativas de alinhamento com organismos nacionais e internacionais alguns estados traçam estratégias e ações na tentativa de conter o avanço da Covid 19, a exemplo de São Paulo e dos estados do nordeste brasileiro, que pressionaram o Governo Federal na formulação do Plano Nacional de Imunização(PNI). Na contara mão da ciência, o Presidente da Republica e alguns setores do Governo Federal desenvolvem uma verdadeira cruzada contar os consensos científicos e protocolos adotados por inúmeras nações no mundo, disseminando informações equivocadas e sem comprovação cientifica, como o Kit Covid 19 (Ivermectina, Hidroxcloroquina, Azitromicina e vitaminas) remédios sem eficácia no tratamento e ou cura da doença, em estudos analisados e aceitos pela OMS e outros órgãos de saúde.
O mais grave fato estava por vir e comprovar que era intencional a contaminação de brasileiros pelo Covid 19, nos últimos meses de 2020, houve um colapso das estruturas medicas sanitárias de Manaus(AM), com inúmeras mortes causadas pela escassez ou falta de Oxigênio, esse quadro já era de conhecimento do Ministério da Saúde(MS), e de co-responsabilidade do Governo Federal. O que fez o MS, no caso especifico do Amazonas? Na tentativa de justificar uma postura incoerente e insana o MS encaminhou ao estado do Amazonas milhares de Kit Covid 19 e técnicos do MS para incentivar e implementar o uso de forma indiscriminada de um tratamento ineficaz sem amparo cientifico, igualando o “negacionismo” a uma arma letal, que ceifou inúmeras vidas.
PublicidadeDesde o inicio da pandemia no solo do Brasil, até o momento atual o Presidente da Republica, adotou uma conduta oral e postural de extremo negacionismo, na expectativa da “imunidade de rebanho”, onde quanto maior o numero de infectados melhor, que assim fosse possível desacelerar a curva de contágio, algo negado cientificamente. Neste mesmo cenário temos um Ministério da Saúde, acuado por uma política de governo, do quanto pior melhor, sem ações efetivas que protejam as vidas de brasileiras e brasileiros. Neste momento em que o numero de mortes pala Covid 19 já ultrapassa 580.000 vitimas no Brasil, que mostra a sua face mais cruel, com crise econômica, aumento de preços da Cesta Básica, desemprego galopante, o Presidente da Republica, se mostra insensível a toda essa tragédia nacional, sendo o negacionismo, a mais letal arma no seu coldre de um New Cowboy bufa, motorizado desferindo tiros revestidos de meias verdades e Fakes News.
*Jose Antonio Loyola Fogueira é pedagogo (UESC-BA), especialista em Saúde Coletiva (UFSB-BA), ativista social e militante de Direitos Humanos
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